Síndrome de Down sem limites
Conheça a história inspiradora de três garotas que superaram desafios na graduação e ajudam a revelar os caminhos possíveis da inclusão

A história de Amanda Falcão é inspiradora. Ela não enxergou limites na Síndrome de Down e, hoje, aos 22 anos, se forma em Ciências Biológicas. Ela sempre amou estudar, mas na conversa que teve comigo confessou que não imaginava que iria conseguir a graduação no ensino superior. E não foi assim tão fácil mesmo. Por quatro anos, Amanda, pegou a estrada de Santa Izabel para as aulas na faculdade em Castanhal. Ela encontrou anjos no caminho. A mãe, por exemplo, assistia grande parte das aulas com ela e anotava algumas coisas que exigiam ritmo de escrita mais forte. Os professores também davam atenção especial e Amanda diz que muitos (nem todos) colegas de sala foram parceiros nessa caminhada.
Amanda ainda é exceção no Brasil. Segundo uma pesquisa divulgada em 2015 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 6,2% da população brasileira possui algum tipo de deficiência, o que corresponde a mais de 12,8 milhões de pessoas. Já de acordo com dados de 2016 do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), das 11,1 milhões de pessoas que estavam matriculadas em alguma instituição de ensino, apenas 51.685 (0,5% do valor total) possuía algum tipo de deficiência.
Apesar dos dados não serem recentes, pouca coisa mudou de 2016 para cá. Ainda é uma porcentagem muito pequena de alunos com alguma limitação física e psicológica que ingressam nas instituições de ensino superior (IES) e, menos ainda, que concluem a graduação. Mas já existe uma caminhada rumo à inclusão.
Além de Amanda, há outras inspirações por aqui. Uma deles é Ana Rita Fernandes, de 21 anos, estudante do último semestre do curso de Design de Moda, na Estácio Doca, em Belém. Ela já sonha além da graduação e conta que fará uma especialização em fotografia quando se formar, em agosto deste ano. “O curso me fez conquistar uma independência maior e acreditar que poderia ir mais longe”.
Ainda essa semana, aqui em Belém, Marina Gutierrez Viana, de 19 anos, se formou em Gestão de Recursos Humanos, pela Estácio Doca. Foi por incentivo do pai que ela decidiu pela carreira e é na empresa dele que começará a exercer a profissão a partir da semana que vem. “Além de trabalhar na área, quero fazer outro curso, de maquiagem”, afirma Marina.
Elas são personagem principal de uma história que a gente quer ver continuar crescendo aqui no Pará. Nesse cenário, “uma questão importante é a capacitação dos professores, que precisam receber treinamento para atender os alunos, de acordo com as necessidades. O que esperamos é chegar o dia em que a pessoa com deficiência irá entrar na faculdade com menos dificuldades. E lutamos para isso”, afirma Marinalda Santos, diretora da faculdade em Castanhal.
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