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Os problemas do curso de Medicina que chamaram atenção do governador

Saiba como os estudantes do curso de medicina utilizaram as redes sociais para chamar atenção do Governado do Estado, Helder Barbalho, para resolver antigos problemas da Uepa.

Gabriel Pinheiro | Conexão AMZ
fonte

2019.1 foi um semestre difícil para os estudantes de Medicina da Universidade do Estado do Pará. Sem professores suficientes, era uma gastroenterologista quem comandava as aulas de pneumologia. As turmas que precisavam ter, no mínimo, 5 tutores se dividiam com dois e, na melhor das hipóteses, três. Não raras vezes, algumas turmas ficavam sem aula, já que não havia docentes.

Com o estresse atingindo níveis que saúde nenhuma merece e o calendário de atividades atrasado, era preciso tomar uma atitude. Foi aí que os estudantes passaram a se mobilizar dentro da Universidade com protocolos internos e a solicitação de uma reunião com o reitor. Numa dessas ocasiões, o pedido do Magnífico foi “paciência”, embora reconhecesse a gravidade da situação, contam os estudantes. Para tentar diminuir o problema, prometeu a contratação de temporários, porque a realização de um concurso público, àquela altura, era inviável. E, assim, o semestre foi se arrastando, sem o problema ter sido, de fato, resolvido.

Mas, diante do cenário insustentável e depois de recorrerem à máxima instância a que o problema poderia chegar dentro da Universidade, a quem eles ainda poderiam pedir socorro? Voltaram a se mobilizar, dessa vez por grupos de WhatsApp e com o apoio da Federação Internacional das Associações dos Estudantes de Medicina (IFMSA – Brazil). Em consenso, decidiram que era preciso romper a fronteira da universidade e tornar público o problema.
  
Foram ao Twitter convocar o Governador do Estado do Pará, Helder Barbalho, para uma conversa. O escolhido para dar o start na enxurrada de mensagens que pipocaram nas interações do chefe do executivo estadual foi Daniel Pereira Marinho, de 19 anos, aluno do 4º semestre de Medicina da Uepa e membro do Centro Acadêmico do curso. Faltando quatro minutos para a meia noite, escreveu ele ao governador: “Propomos um diálogo”. Na thread de 8 tweets, retuitada mais de 300 vezes e curtida por mais de 700 usuários, ele expôs os problemas que estavam enfrentando.

image #tuitaço (twitter)

Logo a hashtag #SOSUepa, criada para mobilização, chegou aos assuntos mais comentados entre os usuários do Twitter, em Belém, e conquistou o apoio de pessoas desconhecidas para a causa. No dia seguinte, o próprio governador escreveu aos estudantes:

image Resposta ao twitter Helder Barbalho (Twitter)

Uma reunião foi marcada com o reitor da Uepa, Rubens Cardoso, A Secretária de Administração do Estado, Hana Ghassan, e com duas alunas que representavam os demais estudantes: a presidente do Centro Acadêmico de Medicina,  Ana Carolina Cabeça, e Gabriela Virgulino. Na reunião, Helder prometeu mudanças.
- Contratação imediata de professores;
- Concurso público para vagas de reposição;
- Envio para Alepa do pedido de Concurso, dentro das regras legais.

Os futuros médicos, aguardam, agora, a implementação dessas medidas.

O QUE DIZ A UEPA?

Por meio de nota enviada ao Conexão Amazônia, a Universidade do Estado do Pará (Uepa) informa que fará a substituição de professores e na próxima semana deverá lançar o concurso público para docentes do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS).

A Uepa também comunica que está trabalhando conjuntamente com a Secretaria de Estado de Administração (Sead) na reestruturação que proporcionará a criação de novas vagas para os cargos destinados também aos técnicos-administrativos. A medida se faz necessária já que, atualmente, não há cargos vagos suficientes na estrutura organizacional que possibilite a realização de concurso público.

Desde 2011, a Uepa avalia com a Sead a ampliação do quadro efetivo de servidores, uma vez que o Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR) da Universidade data de 2006. Naquela ocasião, a Uepa tinha apenas um curso de Medicina, em Belém, e pouco mais de 8 mil alunos. Hoje, a graduação é ofertada em Santarém e em Marabá, e a Instituição possui 126 cursos e em torno de 17 mil alunos.

Especificamente sobre o curso de Medicina, como é um dos mais antigos da Uepa, com 50 anos de existência, os professores encontram-se em processo de aposentadoria ou pedidos de licença. Além disso, muitos deles tem carga horária em outros cursos da área de saúde, entre eles, o de Fisioterapia, Biomedicina, e o recém-criado, Saúde Coletiva.

Segundo a direção do CCBS, campus da Uepa ao qual está vinculado o curso de Medicina, a Universidade está empreendendo todos os esforços para que os alunos não sejam prejudicados em sua formação. No caso das turmas cujo professor está de licença ou se aposentou, as aulas serão reprogramadas e respostas em período a ser acordado com a coordenação do curso.

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