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Obras paradas causam transtornos à população

Relatório do Tribunal de Contas dos Municípios contabilizou mais de 250 obras paradas nas áreas de educação, saúde e mobilidade urbana na capital e no interior do estado. A Conexão AMZ foi conferir os impactos dessa paralisação na vida da população

Anna Peres | Conexão AMZ
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Aos 73 anos e com certa dificuldade de locomoção, não são raras as vezes em que a aposentada Joanacira Nascimento recorre a automedicação por falta de atendimento médico. A dificuldade está na ausência de Unidades Básicas de Saúde no entorno de onde mora, o Bairro Castanheira, na periferia de Belém. “O posto de saúde mais próximo daqui fica na Guanabara, mas não conseguimos ser atendidos lá porque pertence ao município de Ananindeua e nós moramos em Belém, então precisamos nos deslocar para a Marambaia, que é muito mais longe”, reclama.

Para Joanacira e os moradores do Castanheira esse problema deveria ter sido resolvido no início do ano passado, com a conclusão da obra da Unidade Básica de Saúde (UBS) do bairro, em obra desde 2016. “Já perdi as contas do número de denúncias que fiz todas as vezes em que a obra ficou paralisada”, diz outro morador, Ribamar Froz, que move uma ação contra a Prefeitura de Belém, cobrando a conclusão da UBS, que agora só deve ser inaugurada em 2020. 

Confira na íntegra o desabafo da aposentada Joanacira Nascimento: 

Transtornos como esse são enfrentados pela população em dezenas de cidades paraenses. Foi o que revelou um levantamento feito pelo Tribunal de Contas dos Municípios do Pará (TCM/PA), que contabilizou 255 obras públicas paralisadas em 59 municípios em todas as regiões do estado. De acordo com o TCM, a maioria das obras suspensas ou paralisadas são da área de educação (44,4%), mobilidade urbana (18,10%) e saúde (12%), totalizando quase R$ 1 bilhão.

“Esses dados são alarmantes por consideramos dinheiro público parado que deveria estar beneficiando a população na área da educação, saúde, saneamento e tantas outras”, comentou o presidente do Tribunal, Sérgio Leão, na divulgação do levantamento. Ainda de acordo com o TCM, das 144 prefeituras paraenses para onde foram enviados os relatórios sobre situação de obras paradas há mais de 90 dias, apenas 75 responderam. E destas, apenas 16 não apresentavam empreendimentos públicos paralisados. O que indica que o número de obras e recursos paralisados pode ser bem maior.

image A dona de casa Ruth Santos, vizinha da futura UBS, vai ao local quase todos os dias (Reprodução)

Na lista

A Unidade Básica de Saúde do Castanheira é uma das obras paradas da relação do TCM, que coloca a capital paraense entre as 10 cidades com maior volume de empreendimentos suspensos há mais de 90 dias. Já quando são analisados os valores, Belém aparece em segundo lugar no ranking de obras suspensas com maiores investimentos, atrás apenas de Marabá, na região sudeste do Estado.

As obras paralisadas vão desde escolas, creches, quadras de esporte, pavimentação de ruas, construção de pontes e, claro, unidades de saúde, como a que espera – já quase sem esperança – a população do Castanheira. “Aqui a gente reza pra não ficar doente, pra não ter uma emergência porque não temos para onde correr”, lamenta outra vizinha da obra da UBS, Ruth Santos. “Quase todos os dias eu venho aqui olhar. Não muda nada. Só trocam a placa com o prazo de entrega, agora é 2020. Vamos aguardar”, diz.

Resposta

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma) informou que todas as obras estão em plena execução, dentre elas, as UPA’s Marambaia e Jurunas, e as UBS’s Portal da Amazônia e Castanheira, visitada pela nossa equipe. 

A nota diz ainda que "a obra da UBS Castanheira está contemplada no segundo empréstimo feito junto ao Banco do Brasil. Enquanto isso, a população do bairro segue sendo atendida pela UMS Marambaia".

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