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O que o cartão postal não mostra

Pressionada pelo Ministério Público, Prefeitura de Belém apresenta ao órgão e ao IPhan, nesta sexta-feira (05), o projeto da reforma emergencial da maior feira livre da América Latina. Os problemas são muitos, inclusive há risco de incêndio

Josiele Soeiro | Conexão AMZ
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Nada representa mais o Pará e a nossa capital, aqui e lá fora, do que o mercado do Ver-o-Peso. Os belenenses têm com o lugar uma relação que vai além da simples compra e venda de insumos. É um espaço de lazer e contemplação.

Mas, a maior feira livre da América Latina  postal tem sérios problemas estruturais que nem todas as fotos conseguem ou querem mostrar. A situação precária da feira vai desde instalação elétrica comprometida, a lixo, infiltrações, alagamentos e até mau cheiro.

image Ver-o-Peso: Prefeitura de Belém admitiu que há risco de incêndio nas instalações (Igor Mota - OLiberal.com)
image Prefeitura de Belém admitiu que há risco de incêndio nas instalações (Igor Mota - OLiberal.com)

 

No início desta semana, o Prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho (PSDB), anunciou uma reforma emergencial do Ver-o-Peso. As obras vão custar R$ 6 milhões. Durante entrevista coletiva, o prefeito admitiu que, se não houver uma intervenção urgente, há risco de incêndio. Além do comprometimento do sistema elétrico da feira, há problemas ainda maiores na rede  de esgoto. A cobertura das barracas também está deteriorada e os alagamentos constantes são constantes. Ouça a entrevista completa dele à Conexão AMZ.

 

Patrimônio histórico 

No entanto, para fazer a reforma é preciso tomar cuidado para não descaracterizar o Ver-o-Peso, que é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) desde 1977, como explica o superintendente do Iphan no Pará, Cyro Lins.

“É importante enfatizar que, qualquer intervenção no Ver-o-Peso, deve manter e enfatizar os atributos e as qualidades que constituem este espaço como patrimônio cultural brasileiro como, por exemplo, seu caráter de feira, que deve ser mantido. É preciso preservar as relações formais de escala como o conjunto arquitetônico e urbanístico que existe ao redor, que dá uma singularidade à imagem daquele lugar composto por edifícios como o Solar da Beira, o Mercado de Ferro, o Mercado de Carne e todo o casaril histórico que esta ali em volta”, destaca Lins.

Nesta sexta-feira (05/07) a Prefeitura de Belém deve apresentar o projeto de reformas emergenciais junto ao MPF e Iphan. O assunto é debatido com os órgãos desde 2016, quando a atual gestão apresentou um projeto de reforma radical. Na época, a proposta foi questionada tanto pelo Instituto quanto pela população, que acionou o MPF para garantir que o projeto fosse amplamente discutido entre a sociedade e o poder público.

Sobre a expectativa para a apresentação do projeto, Cyro Lins diz que o Iphan espera que os elementos em estados mais críticos sejam contemplados na reforma como cobertura, piso e instalações elétricas. “Uma reforma deste tipo é fundamental e urgente. O projeto precisa contemplar alguns elementos em estado mais crítico, como cobertura, piso também, e instalações elétricas e também de esgoto. A intervenção, por se tratar de um bem tombado, deve passar por uma análise e autorização do Iphan. Mas, é bom também esclarecer que esta reforma diz respeito a serviços e intervenções bem menos complexas do que a anteriormente prevista. Então, a gente espera que o caso material seja apresentado com todos os elementos necessários pela Prefeitura e que a gente possa fazer uma análise bem célere, desde que sejam cumpridos todos os quesitos pra essa reforma emergencial”, explica o superintendente do Iphan.


 

ATUALIZAÇÃO

Em nota enviada à Conexão, a prefeitura de Belém diz que não  houve provocação ou recomendação do MPF para que fosse feita uma reforma emergencial no Ver-O-peso e que esta foi iniciativa do município, após verificar a deterioração do espaço e demora para aprovar o projeto de reforma geral.

Informou também que entre os principais serviços a serem executados estão “a troca das lonas, de todo o sistema elétrico e de parte do piso depois de feita a drenagem”. O Iphan, segundo a nota, não fez nenhuma objeção à reforma “solicitando apenas informações mais detalhadas”.

O Ministério Público anunciou que vai acompanhar a execução da obra. 

 

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