Transfobia: Luana Santos conta à AMZ sobre a agressão que sofreu.
Luana perdeu seis dentes e só hoje conseguiu fazer o BO. Ela contou à jornalista Rita Soares sobre as marcas da violência que sofreu.

Há dois dias, Luana Sousa, 29 anos, tem dificuldades para dormir, evita sair de casa e sofre com crises de choro, marcas psicológicas da violência que sofreu na madrugada da última segunda-feira, 5, na Travessa E, bairro Elcione Barbalho em Santarém, oeste do Pará. A violência deixou também marcas físicas. Luana teve seis dentes quebrados, o pescoço e os joelhos arranhados.
Eram cerca de 4 horas da manhã, quando Luana voltava de uma festa acompanhada de uma amiga. As duas caminhavam como costumavam fazer aos finais de semana quando perceberem estar sendo seguidas por um Gol preto . O motorista baixou os vidros e começou a gritar “Bolsonaro”. “Achamos que fosse brincadeira e continuamos caminhando”, contou Luana em entrevista por telefone à Conexão AMZ. Poucos passos depois, perceberam que o motorista havia parado. “Ele abriu a porta, saiu do carro armado. Achei que fosse morrer”. O homem, ainda não identificado pela polícia, deu coronhadas no rosto de Luana. Seis dentes foram quebrados. Ela tentou se desvencilhar, correu. Ele segurou o cordão que ela usava arrancando com força e deixando marcas no pescoço. Na corrida, Luana caiu e arranhou os joelhos, mas levantou e continuou a correr. Foi para casa humilhada e assustada. Só na manhã desta terça-feira, 6, conseguiu fazer o registro da ocorrência e o exame de corpo de delito.
Luana garante que nunca tinha visto o homem que a agrediu tão brutalmente e atribui a violência ao preconceito pelo fato de ser travesti. “Sei que não fui a primeira, nem serei a última”, constata.
Ainda assustada ela afirma que mais do que a agressão tem medo da impunidade. “Se nada for feito, ele poderá agredir outras pessoas. Eu quero que ele pague pelo que fez”.
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA