Paraenses pegam a estrada para ver posse de Bolsonaro
Eles deixam família, encaram uma longa estrada e não se importam com as críticas ao presidente eleito. As Caravanas estão sendo organizadas em várias cidades e deixam o estado, nesse final de semana

Proprietário de uma agência de viagens, em Castanhal, na Região Metropolitana de Belém, Alves e a esposa, Daniele Menezes, organizam uma das caravanas paraenses. Os dois vão levar um grupo de 52 pessoas a Brasília, para a posse do novo Presidente da República. O pacote, no valor de R$ 650, dá direito a um lugar no ônibus double deck, hospedagem com café da manhã (uma diária) e camiseta personalizada para o momento da posse. A localização do hotel, segundo Alves, é um diferencial do pacote. “Vamos ficar dentro de Brasília. Muitas caravanas estão oferecendo hospedagem em cidades próximas porque não tem mais vaga nos hotéis”, diz ele, que já havia vendido todos os lugares desde o final de novembro. Além do Pará, há grupos em vários outros estados organizando caravanas. A maioria com anúncios em redes sociais.
O grupo de Castanhal vai pegar a estrada, neste sábado (29), e encarar um percurso de quase 2 mil quilômetros, em uma viagem que deve durar cerca de 36 horas. A expectativa é chegar a Brasília no dia 31, por volta do horário do almoço. Nada que abale o ânimo dos viajantes. “Vai ser um momento histórico para todos nós, eleitores do Bolsonaro. A gente esperou muito por isso, pediu a Deus, lutou junto com ele (Bolsonaro). Não foi fácil, mas agora vamos guardar esse momento para sempre na memória”, conta a estudante Laiane Amaral, 21 anos. Natural de Cachoeira do Arari, no Marajó, ela vai embarcar sozinha na caravana, mas acredita que logo vai se enturmar com os companheiros de viagem. “Somos como uma família”, diz.
Fé inabalável
As polêmicas envolvendo as escolhas do presidente eleito para alguns ministérios e as denúncias que ligam assessores da família Bolsonaro a movimentações financeiras suspeitas, não parecem ameaçar a imagem do “Mito” - como o futuro presidente é chamado por alguns de seus eleitores - junto aos bolsonaristas. “A gente sabe que a oposição não está satisfeita com a derrota, mas eu acredito que o Bolsonaro vai mostrar para todo mundo que ele tem condições de fazer um bom governo”, defende Laiane. Helena Santos, 40 anos, outra passageira da caravana vai além. “Eu amo o Bolsonaro e tenho muita fé que o Brasil vai mudar com ele. Essas matérias aí (na imprensa) não me abalam em nada. O que eles puderem fazer para denegrir a imagem do Bolsonaro eles vão fazer”, acredita.
Para acompanhar a caravana, Helena abriu mão de passar a virada de ano com os filhos e vai deixar de acompanhar as comemorações na igreja evangélica que frequenta. “Reclamar eles reclamaram. Meus filhos, minha pastora, meu pastor... Mas foi uma decisão minha. Gosto de viajar, achei o pacote bom, acessível e aproveitei. Já estive em Brasília, mas não deu pra tirar fotos em todos os lugares que eu queria, então agora vou aproveitar a oportunidade”, comenta.
A viagem, no entanto, é um "bate e volta". Os membros da caravana vão passar mais tempo na estrada do que em Brasília, de ondem devem partir ainda no dia primeiro, logo após a cerimônia de posse. Segundo o organizador, a programação na noite do dia 31 é livre. A ceia e o Champanhe também não estão inclusos no pacote, mas aparentemente não vão fazer falta. “Nunca vi a posse de um presidente e vou ver a posse do meu presidente, um presidente que eu escolhi”, comenta Helena, empolgada.
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