Eles dizem sim às armas

A Conexão AMZ visitou um stand de tiros, em Belém, e ouviu pessoas que não veem a hora de ter uma arma para chamar de sua. Saiba o porquê

Conexão AMZ
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Um dia após a edição do decreto que mudou as regras para a posse de armas no Brasil, o telefone do Clube de Tiros Treptow, no bairro da Sacramenta, em Belém, não parou de tocar. O dono, Athos Treptow, um delegado de polícia aposentado, contou, pelo menos, 50 chamadas durante o expediente. Do outro lado da linha, pessoas interessadas em apreender a atirar para, em seguida, ter uma arma para chamar de sua.

Principal promessa de campanha do presidente Jair Bolsonaro (PSL), a maior facilidade para a posse de armas é apontada como uma medida para aumentar a segurança. Mas, as estatísticas contariam essa expectativa. Um estudo divulgado pela National Bureau of Economic Research, realizado por acadêmicos da Stanford Law School, e replicado pelo site Vice revela que, nos Estados Unidos, estados que facilitaram o acesso ao porte de armas tiveram índices maiores de criminalidade.

Outro dado preocupante para o Brasil é o alto índice de feminicídio. De acordo com um levantamento feito pelo professor Jefferson Nascimento, doutor em Direito Internacional pela USP, com base no noticiário nacional, somente nas três primeiras semanas de 2019, foram registrados 107 casos de feminicídio no país. Uma média de cinco ocorrências por dia. Desses, 68 casos foram consumados e 39 tentados. Há registros de ocorrências em, pelo menos, 94 cidades, distribuídas por 21 estados brasileiros. A maioria dentro de casa.

Um estudo, divulgado nesta semana pelo Sistema Nacional de Armas, mostra que o Pará foi o quinto estado brasileiro com maior crescimento de armas registradas. Entre 2014 e 2018, o salto foi de 213%. Nem por isso, a violência caiu. Pelo contrário, o Pará se manteve entre os cinco estados com maior taxa de homicídios. Segundo números da Secretária de Estado de Segurança Pública do Pará (Segup), quase 2 mil assassinatos foram registrados nos seis primeiros meses de 2018, uma média de dez por dia.

Apesar da polêmica, para muita gente, a arma de fogo em casa ainda poderá ser a garantia de segurança. A Conexão AMZ ouviu pessoas que aprovaram a medida de Bolsonaro e já decidiram: terão armas. Confira o que elas respondem:


“Estou de acordo com a liberação da posse de arma porque, para mim, a arma é um mecanismo de defesa. Agora, tem que estar na mão de pessoas conscientes e ter controle das autoridades para não cair nas mãos erradas... pessoas com antecedente criminas ou algo assim” (Wagner Ribeiro, técnico em mecânica, 38 anos)



“Para mim essa liberação da posse de ama foi muito importante. Ter uma arma, hoje em dia, é uma questão de defesa pessoal. A violência no nosso país está incontrolável, então a possibilidade de ter uma arma em casa traz essa possibilidade de se defender, ter um pouco mais de segurança” (Gabriele Melo, técnica em segurança do trabalho, 31 anos)


“Acho importante a pessoa ter a liberdade de escolher se quer ou não ter uma arma em casa e, nesse sentido, concordo com o decreto. Agora, se vai ou não alimentar a segurança acho que não é uma garantia” (Erick Ávila comerciante, 27 anos)

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