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Conheça a história dos pastéis de Belém e outras delícias lusitanas

Rodrigo Vieira mostra as origens dos doces conventuais, receitas que começaram a ser produzidas nas cozinhas de conventos e mosteiros portugueses, há séculos atrás, e conquistaram apaixonados por guloseimas pelo mundo. Inclusive os paraenses.

Rodrigo Vieira | Conexão AMZ
image Pastéis de Belém, um dos doces conventuais mais conhecidos. Começou a ser produzido no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, em 1834 / Rodrigo Vieira (Conexão AMZ)

Vocês já ouviu falar, ou melhor, já provou os doces conventuais? Ainda, não? Bom, preciso dizer que está perdendo verdadeiras tentações da culinária portuguesa. Sim, os doces conventuais tiveram origem por lá, ainda no século XV. 

Foi naquele período que o açúcar entrou na tradição gastronômica de conventos e mosteiros de Portugal, formando com outros dois ingredientes, as gemas de ovo e o leite, o trio de ouro da confeitaria lusitana.

image Rodrigo degustando um autêntico Travesseiro de Sintra, da tradicional Casa da Piriquita, inaugurada em 1862 (Rodrigo Vieira / Conexão AMZ)

A lista destes doces dos deuses, quer dizer, de freiras e monges, é extensa e abrange todas as regiões da Terrinha. Tem pastel de Santa Clara, pastel de Belém, Papo de Anjo, Travesseiro de Sintra... Tem até licor produzido por frades e servidos em copinhos de chocolate, como vou mostrar na videorreportagem com um pouco do que degustei - e adorei - em Portugal, em Lisboa, na serrana Sintra e na medieval Óbidos, e aqui em São Paulo. Confira!

Oficina dos Segredos

Quem viaja a Lisboa não pode deixar de provar um dos doces conventuais mais conhecidos: o célebre pastel de Belém, que começou ser produzido, em 1837, no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, no bairro do Belém. Daí, o nome. O doce surgiu de uma necessidade real: aproveitar as gemas que sobravam da produção de hóstias e dos ovos usados para engomar toalhas de mesa e peças de roupa. 

image Interior do Mosteiro dos Jerônimos, em Lisboa. Foi lá que nasceu o autêntico pastel de Belém (Rodrigo Vieira / Conexão AMZ)

Passaram-se mais de 180 anos e a forma de fazer os autênticos pastéis de Belém continua sendo praticamente a mesma e mantida sob sigilo. Até hoje, apenas um seleto grupo de mestres pasteleiros tem acesso à receita original, preparando essa guloseima, que em 2011 foi eleita uma das Sete Maravilhas Gastronômicas de Portugal, no que se convencionou chamar de Oficina dos Segredos. 

image Fila diária na porta da Antiga Confeitaria Belém, em Lisboa, onde os pasteis de Belém começaram a ser fabricados, em 1837 (Rodrigo Vieira / Conexão AMZ) 

Os portugueses são tão apaixonados pelos pastéis de Belém que só permitem que sejam chamados assim os que são feitos na Antiga Confeitaria Belém, vizinha ao Mosteiro dos Jerónimos. Os demais, em qualquer parte do mundo, inclusive em Portugal, são pastéis de nata.

Uma arte que atravessou o Atlântico

Quem também é apaixonada por doces conventuais é a paraense Luana Santos. Em um papo comigo, a empresária, que se tornou referência neste braço da confeitaria portuguesa em Belém, explicou que a iniciativa partiu da família, em 2009. 

“Passei por um momento difícil, quando a minha mãe (ela é filha da senhora Marilza Ramos, conhecida por ter comandado por muitos anos, em Belém, o elegante buffet Mariage) sugeriu que fizesse pasteis de Santa Clara para vender”, explica Luana, que adaptou algumas receitas ao paladar dos paraenses. Mesmo assim, ela confessa ainda ter um carinho especial pelo doce que simboliza o começo da nova e bem-sucedida carreira. Ouça a entrevista em nosso podcast.

Depois de ler, ver e ouvir sobre essas verdadeiras indulgências, posso apostar que você ficou com água na boca. Então, corra para acessar a Internet e busque as receitas que mais agradam o seu paladar ou para a sua confeitaria predileta!

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