Ele percorreu o mundo duas vezes para se formar

Há quatro anos, Rogério decidiu que era hora de parar tudo o que estava fazendo e abandonar o bom emprego que tinha na prefeitura de Ipixuna do Pará, no nordeste do estado. O motivo para o pai de 4 filhos, entre os quais a pequena Rita de Cássia, então aos 3 anos, abandonar o emprego fixo, assim, repentinamente, era nobre: estudar. No plano de vida dele, a meta era estar formado aos 40!
 
Com o pedido de demissão aceito pelo Prefeito da cidade, ele e a família arrumaram as malas e se mudaram para a pacata Santa Bárbara do Pará, uma cidadezinha de 20 mil habitantes, escondida na estrada da Ilha de Mosqueiro, na Região Metropolitana de Belém. A nova rotina que aguardava o futuro jornalista, àquela ocasião, não seria fácil.

Acordava às quatro, se preparava, tomava o café e tomava as ruas para pegar o ônibus das 5h. Daí em diante, era chão. 50 quilômetros o afastavam da faculdade particular que estudava, no bairro do Umarizal, em Belém. Parte da grade de estudos, na academia, era cumprida de manhã. Pela tarde, era hora de Rogério correr atrás e ir em busca de trabalhos em redes sociais que pudessem ajudar a sustentar a família. À noite, ele cumpria a outra parte da grade de estudos, na faculdade. Só voltava a Santa Bárbara, novamente, depois de percorrer os mesmos 50 quilômetros. Em um dia, tinha viajado 100Km. Em 5 dias da semana, isto é, de segunda a sexta, a conta sobe para 500Km. Em 22 dias do mês, a quilometragem percorrida chegava à casa dos 2.200Km. Em 10 meses do ano, 22 mil Km. Nos quatro anos de curso, 88 mil. 

Levando em consideração que uma volta ao mundo é percorrida em 40 mil quilômetros, ele percorreu mais de duas! O motivo para tamanho esforço e abdicação de tanto? Acreditar no jornalismo. "O jornalista é um grande mediador dos problemas da sociedade. E é exatamente esse o papel que eu pretendo desempenhar. Fazer mediação é importantissimo. Afinal, você vai interferir diretamente, na opinião, no modo de vida e até no consumo das pessoas.".