Defensoras do meio ambiente em seus países, multinacionais financiam desmatamento na Amazônia

Relatório da ONG Internacional Amazon Watch repercute no mundo. Levantamento aponta empresas européias e norte-americanas como grande financiadoras do desmatamento na Amazônia

Equipe | Conexão AMZ

Pecuária, plantio de soja, indústria madeireira. Qual a primeira palavra que vêm à sua mente quando relaciona qualquer uma dessas atividades produtivas com a Amazônia? A maioria deve ter respondido desmatamento, e essa resposta não está de todo errada. A criação de gado, o plantio de grãos como a soja e a extração de madeira ilegal estão entre as atividades que mais desmatam na região. 

Mas você já se perguntou quem financia tudo isso? A ONG internacional Amazon Watch, com sede nos Estados Unidos, não só fez essa pergunta como apresentou a resposta em um relatório que levanta questões sobre a responsabilidade de nações ricas – e das suas empresas – no desmatamento da Amazônia brasileira. A organização listou 27 empresas europeias e norte-americanas cuja cadeia produtiva foi ligada ao desmatamento ilegal na região, basicamente por meio da importação de produtos como carne bovina, couro, soja e madeira.

O relatório, que ganhou destaque internacional com reportagem no jornal norte-americano The Guardian e no francês Le Monde, analisou ainda as remessas de 56 empresas brasileiras envolvidas no desmatamento ilegal para o exterior como forma de demonstrar que importadores da Europa e da América do Norte compraram, sem culpa, de fornecedores brasileiros mesmo que estes tenham recebido multas das autoridades ambientais.

image Relatório aponta que empresas estrangeiras financiam desmatamento na Amazônia (Agência Brasil)

 

Em um dos exemplos citados, uma madeireira com sede em Benevides, na Grande Belém, exportou quase 400 toneladas de madeira para as empresas francesas, apesar de seu proprietário ter sido multado em R$ 2,2 milhões por desmatamento ilegal. 

“Este relatório é um convite para pedir [a essas empresas] que repensem, e para agir como vigilante sobre os piores atores no Brasil e, em último caso, sobre o regime Bolsonaro”, disse um dos autores do relatório, Christian Poirier, fazendo referência à nova política econômica brasileira de expansão do agronegócio na Amazônia. “Isto não é um ataque, mas um alerta – as empresas precisam melhorar suas cadeias de fornecimento e seus portfólios financeiros”, completou.

O relatório faz ainda um alerta para a retomada do crescimento do desmatamento na Amazônia. Em queda, após fortes contestações políticas no início de 2000, os índices voltaram a subir de forma galopante nos últimos 10 anos. É cita, como exemplo, a bacia do Rio Xingu, no Pará, onde 8,5 mil hectares de floresta foram cortadas somente nos dois primeiros meses de 2019. Um aumento de 55% se comparado com o mesmo período, no ano passado.

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