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Defendido por Bolsonaro, trabalho infantil ainda divide brasileiros

Após fala do presidente da República, Jair Bolsonaro, defendendo o Trabalho infantil, o tema voltou à berlinda, mostrando que essa é uma questão que ainda divide os brasileiros. Saiba por que especialistas condenam a prática

Rita Soares | Conexão AMZ
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Uma fala do presidente Jair Bolsonaro em sua live semanal no facebook reacendeu um debate que, em pleno século XXI, ainda divide os brasileiros. Afinal, crianças devem ou não devem trabalhar?


“Olha só, trabalhando com nove, dez anos de idade na fazenda eu não fui prejudicado em nada. Quando um moleque de nove, dez anos vai trabalhar em algum lugar, tá cheio de gente aí ‘trabalho escravo, não sei o quê, trabalho infantil. Agora, quando tá fumando um paralelepípedo de crack, ninguém fala nada”, disse o presidente.


A fala, imediatamente, gerou uma enxurrada de comentários nas redes sociais. De um lado, defensores do trabalho infantil. Do outro, especialistas que alertaram para o risco de naturalizar a prática que compromete o futuro de milhares de jovens brasileiros especialmente, lógico, os mais pobres.


Quando se fala em trabalho infantil, muita gente associa a pequenas tarefas domésticas, às vezes em caráter lúdico. Mas o problema não está aí. Existem milhares de crianças e jovens com jornadas tão extenuantes quanto a de qualquer adulto, com remuneração precária, sem tempo para brincar e estudar.


Para a Organização Internacional do Trabalho (OIT), Trabalho Infantil é definido como o trabalho que priva as crianças de sua infância, seu potencial e sua dignidade, e que é prejudicial ao desenvolvimento físico e mental delas. 
O tema é especialmente sensível para os paraenses. Os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que, em 2015, havia (pasme) 58 mil crianças entre 5 e 14 anos ocupadas no Estado.  
No ano anterior, 2014, o IBGE contabilizou  223,9 mil  trabalhando. Apenas na faixa de 5 a 7 anos eram 14,9 mil crianças ocupadas, o que colocava o Pará no topo do ranking do trabalho infantil, na região Norte.
Mas afinal, qual a consequência disso para o futuro dessas crianças e do país?   

 

Para conversar sobre o assunto, procuramos a pesquisadora da Universidade Federal do Pará Danila Cal. Durante 15 anos, ela pesquisou o tema e escreveu uma tese sobre o trabalho infantil doméstico. A tese recebeu, em 2015, o título de melhor do ano da Associação Nacional dos Programas de Pós Graduação em Comunicação e virou livro Tese sobre o trabalho infantil doméstico.

 

“A criança e o adolescentes de acordo com o nível de maturidade podem contribuir com pequenos afazeres domésticos, mas nunca fazer uma atividade em substituição a um adulto. É muito raro alguém que trabalha na infância, conseguir romper o ciclo da pobreza. Em geral, na fase adulta, essa pessoa continua com atividades precárias, informais”, diz a pesquisadora.
Confira a entrevista completa no nosso podcast.

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