Táxis x aplicativos: de que lado você está?

Por enquanto, a batalha parece favorável aos aplicativos. Apenas um deles, registrou crescimento de 45% no número de corridas no último trimestre de 2018

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O assunto nem é novo. À medida que os aplicativos de transporte foram se multiplicando e caindo cada vez mais no gosto da população, as cooperativas de táxis foram afundando em uma crise que já fez muitos motoristas trocarem de lado. É claro que essa conta não ia fechar... Protestos de ambos os lados e até confrontos entre taxistas e motoristas de aplicativos já tumultuaram várias cidades pelo Brasil.

Na quarta-feira (23), foi a vez de Belém viver um dia de caos em meio a essa guerra. Taxistas fecharam várias vias, provocaram congestionamentos quilométricos, entraram em conflito com motoristas e chegaram a fazer ameaças até contra o prefeito Zenaldo Coutinho (PSDB).



Mas, apesar da resistência dos taxistas – que cobram a regulamentação dos motoristas de aplicativos, acusados de “concorrentes desleais” - uma vez que não incidem sobre eles os mesmos tributos dos táxis –, os Apps de mobilidade parecem um caminho sem volta na era da informação, onde pessoas, serviços e recursos precisam estar conectados.

O crescimento da oferta é impressionante. Somente a 99, uma das maiores empresas de aplicativo de transporte do país e principal concorrente do Uber, em Belém, registrou um crescimento de 45% no número de corridas no último trimestre de 2018. A empresa afirma que a economia para os usuários do aplicativo pode ultrapassar 20%. Em todo o Brasil, a plataforma conecta mais de 600 mil motoristas a cerca de 18 milhões de passageiros.

Uma pesquisa realizada pela Toluna mostrou que os brasileiros gastam, em média, R$ 300 reais por mês com aplicativos de transporte. O motivo para utilizarem tanto os aplicativos, segundo 72% dos entrevistados, está no preço e nas promoções dos apps, enquanto 48% disseram que os aplicativos são eficientes e rápidos. Por fim, 46% dos entrevistados disseram que utilizam os aplicativos pela facilidade.

Na outra ponta, as reações quase sempre violentas dos taxistas têm contribuído para desgastar ainda mais a imagem da categoria, que já tinha uma fama ruim por parte dos profissionais prestarem um serviço de baixa qualidade. Nas redes sociais, após os protestos da última quarta-feira, a maioria das opiniões era contraria a manifestação. Pelo WhatsApp, circularam inúmeras campanhas de boicote aos táxis de Belém.



Apesar da repercussão negativa, para o taxista Raimundo Moura, da Cooperdoca, uma das maiores cooperativas de táxi da capital paraense, com cerca de 150 cooperados, a categoria atingiu seu objetivo. “Infelizmente, fechar as ruas ainda é a maneira que temos de chamar atenção do poder público. O que fizemos foi mandar um lembrete para o prefeito sobre a regulamentação dos aplicativos”, afirmou. Amanhã, no fim da tarde, uma comissão formada por representantes de várias cooperativas se reúnem com o prefeito Zenaldo Coutinho, que também usou as redes sociais para responder aos protestos.



Os taxistas cobram a regulamentação do serviço de aplicativos de transportes, principalmente uma limitação do número de veículos, o que segundo eles já ocorre com os táxis, cuja frota, atualmente, é de 5.300 veículos regulamentados em Belém. O serviço de transporte por aplicativo chegou a ser proibido, em Belém, em 2016. Em julho do ano passado, a proibição foi derrubada pela Câmara Municipal dos Vereadores. Em setembro, a Prefeitura liberou os Apps por meio de decreto, mas desde então, o serviço aguarda regulamentação.
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