A tortura e o horror precisam dar lugar à reflexão e à esperança
Na data que marca os 55 anos do golpe de 1964, o Conexão AMZ te convida a conhecer o Memorial da Resistência, na antiga sede do Deops na capital paulista. A missão é clara: lançar um olhar sobre Democracia, Cidadania e Direitos Humanos para que essa parte condenável da história brasileira jamais se repita
Rodrigo Vieira | Conexão AMZ
Estudante protesta, no Centro de São Paulo, contra forte repressão militar (Reprodução)
Quem passa em frente ao belo prédio de fachada em tijolinho vermelho aparente, projetado pela equipe do renomado arquiteto Francisco Ramos de Azevedo (1851 - 1928) - responsável, por décadas, por praticamente todos os projetos residenciais da elite paulista e os principais projetos públicos da cidade - não faz ideia das inúmeras histórias de horror vivenciadas naquele lugar...
Inaugurado em 1914, edifício projetado por Ramos de Azevedo foi a sede do Deops/SP de 1940 a 1983. Em 2009, passou a abrigar o Memorial da Resistência (Memorial da Resistência de São Paulo (divulgação)
Ao lado das célebres Sala São Paulo - uma das melhores salas de concerto do mundo - e da Estação Júlio Prestes - antiga estação ferroviária da Estrada de Ferro Sorocabana -, a construção em estilo eclético foi inaugurada em 1914. Ramos de Azevedo, um progressista confesso, mal poderia imaginar que o prédio por ele originalmente concebido para abrigar a administração da então Associação Central teria um função nada nobre. Em 1940, transformou-se na sede do Departamento Estadual de Ordem Política e Social de São Paulo (Deops/SP), um dos mais relevantes órgãos de controle social e repressão institucionalizada em períodos ditatoriais, como o Estado Novo (1937 a 1946) e o Regime Militar (1964 a 1985), e palco de manifestações de resistência política da sociedade.
Policiais tentam conter manifestantes no Centro de São Paulo, em 1964 (reprodução)
História passada a limpo
Em 2009, o passado sombrio, violento e de arbitrariedades deu lugar ao Memorial da Resistência de São Paulo (memorial da resistência). Criado pelo governo paulista, por meio da Secretaria da Cultura, é um espaço para exposições e ações educativas com a missão de
promover a reflexão sobre Cidadania, Democracia e Direitos Humanos. Com um rico acervo que contém centenas de imagens, vídeos, áudios, arquivos e depoimentos de presos-políticos e documentos mantidos sob sigilo até 1994 (quando foram abertos à consulta pública), o museu relata, em detalhes, os inúmeros, melancólicos e condenáveis episódios reais que ocorreram no interior do Deops/SP.
Na entrada do Memorial da Resistência, um mapa sinaliza os locais onde ocorreram graves violações aos direitos humanos durante o Regime Militar (1964 - 1985) (Conexão AMZ - Rodrigo Vieira)
Na última quarta-feira (27), o Conexão AMZ esteve no Memorial da Resistência de São para revelar um pouco do que o visitante vai encontrar por lá. Entre os registros históricos, as celas onde diversos presos-políticos grafaram, nas paredes, seus nomes, seus dramas e a sua esperança de poder pensar diferente e viver em uma Democracia. Confira na videorreportagem de Rodrigo Vieira.
Serviço
A visita ao Memorial da Resistência de São Paulo é gratuita. Pode ser feita diariamente, das 10h às 17h30, exceto às terças, quando o museu é fechado.
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