EUA alertam Maduro sobre violar acordos, pois sanções podem voltar
Antony Blinken afirma que Estados Unidos foram claros em relação ao acordo e que o governo venezuelano não terá carta branca
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, enfatizou nesta terça-feira (31) que o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, não está autorizado a violar o acordo firmado com a oposição e que, se isso acontecer, as sanções previamente suspensas podem ser reimpostas.
"Se o regime realmente descumpriu o acordo estabelecido, então, certamente, tomaremos as medidas necessárias", afirmou Blinken, um dia após a Suprema Corte da Venezuela ter suspendido "todos os efeitos" das primárias da oposição, vencidas pela candidata liberal María Corina Machado com uma maioria expressiva.
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Blinken fez essa declaração durante um comitê do Congresso que estava avaliando a ajuda dos EUA à Ucrânia e a Israel. Ele destacou que os Estados Unidos foram claros em relação ao acordo e que o governo venezuelano não terá carta branca para ações que contrariem os compromissos feitos em direção a eleições livres e justas, um objetivo compartilhado com a oposição.
A resposta de Blinken ocorreu após uma pergunta do senador republicano Marco Rubio, que indagou se as sanções que haviam sido parcialmente suspensas em recompensa pelo acordo de outubro em Barbados seriam reimpostas.
Eleições devem ocorrer no segundo semestre de 2024
Conforme o acordo, representantes de Maduro e da oposição concordaram que as próximas eleições presidenciais acontecerão no segundo semestre de 2024, com a presença de observadores internacionais.
Como parte do estímulo ao diálogo, os Estados Unidos temporariamente suspenderam as sanções sobre petróleo, gás e ouro da Venezuela, emitindo duas licenças e fazendo modificações.
Blinken lembrou que os EUA se reservam o direito de revogar essas medidas caso Caracas não cumpra sua parte no acordo, e afirmou que estão monitorando a situação de perto.
Os Estados Unidos não reconheceram a reeleição de Maduro em 2018, considerando-a fraudulenta. Em troca da suspensão das sanções, eles exigem que o governo venezuelano cumpra o acordo, liberte os presos políticos e estabeleça um calendário para a habilitação de todos os candidatos às eleições.
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