'Larêdo' é a mais nova editora da Amazônia; saiba mais

O principal objetivo do escritor é dar voz aos autores paraenses. A primeira produção sairá no mês de abril deste ano

Amanda Martins

O escritor, professor e editor Filipe Larêdo inaugurou no último domingo, 10, a sua própria editora, a Larêdo Editora, buscando dar voz aos autores paraenses e amazônidas, bem como àqueles que abordam a região como tema central em suas obras. Em conversa com o Grupo Liberal, ele revelou que o foco primordial do projeto será nas produções literárias relacionadas à Amazônia. E, em abril, já sairá a primeira produção assinada pela nova editora, que traz um romance com uns protagonistas para lá de especiais: açaí, bacaba e o miriti

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Filipe revelou que a motivação para criar a editora surgiu de um vínculo profundo com a literatura amazônica, enraizado na história familiar de Larêdo. Filho do escritor Salomão Larêdo, o professor cresceu imerso nos livros e na cultura literária da região. Essa experiência desde cedo moldou não só sua visão de mundo, mas também trouxe o desejo que seu novo projeto celebrasse e amplificasse as vozes dos autores paraenses e amazônidas. 

Segundo ele, estes têm muito a oferecer no quesito de conteúdo e histórias interessantes. "Nossa intenção é levar para o mundo a produção literária feita na Amazônia, mostrar o que é feito aui e sobre a Amazônia. Queremos dar destaque às obras de ficção e não ficção, aos relatos poéticos, históricos e biográficos que refletem a diversidade e a riqueza cultural dessa região", afirmou.

Além de promover a literatura amazônica, o editor pontou que a Larêdo Editora também tem o propósito de contribuir para uma sociedade mais justa e democrática, valorizando a cultura e o conhecimento tradicional da região. "Dar voz aos autores da região amazônica é primordial para celebrar nossa identidade e preservar nossa herança cultural", ressaltou Filipe. 

Ele adiantou com exclusividade que o primeiro lançamento que leva o selo da editora está prevista para o final do mês de abril e será o romance "Onze Bandeirinhas, Onze Janelas, Passagens do Guamá", de Salomão Larêdo, pai de Filipe. Esta escolha simbólica representa não apenas uma estreia, mas também uma forma que o professor encontrou para homenagear o legado literário paterno. A capa é do Ridney Costa.

image O primeiro lançamento que leva o selo da editora está prevista para o final do mês de abril e será o romance "Onze Bandeirinhas, Onze Janelas, Passagens do Guamá", de Salomão Larêdo. A Capa é do Ridney Costa (Divulgação)

"Uma vez que a editora se chama 'Larêdo' e publicar nosso primeiro livro, sendo o do meu pai, é para mim uma honra. Também considero ele um dos maiores escritores da região e, porque não dizer, um dos melhores escritores do país", declarou Filipe. 

Questionado sobre a história que o livro traz, Filipe adiantou que o livro mergulha nas nuances da vida na Amazônia, explorando a relação dos personagens com elementos característicos da região. 

"Falar das bandeirinhas, tão tradicionais nas portas das casas que vendem esse açaí.  Bandeira de açaí seria ali na cor vermelha, mas também tem os outros tipos de bandeiras, bandeira de miriti, bandeira de bacaba, cor branca, cor amarela", adiantou sem dar spoiler, acrescentando o livro oferecerá uma narrativa envolvente e polifônica, característica marcante de Salomão. 

O segundo livro a ser lançado pela Editora Larêdia se chama "Vocabulário Ilustrada da Amazônia", que tem como subtítulo escrito pela pesquisadora da biblioteca do Museu Paraense Emílio Goeldi, a Olímpia Reis Resque. "Esse é um trabalho com uma riqueza de detalhes que vai certamente enriquecer tanto do ponto de vista do texto quanto das imagens. As ilustrações belíssimas vão compor o projeto gráfico desse livro", acrescentou Filipe. 

Próximos planos

Larêdo adiantou que a editora está em processo de estabelecimento de sua presença online, com a criação de um site que possibilitará o acesso às obras de forma virtual, garantindo que a literatura amazônia alcance um público diversificado. 

Com uma vasta experiência no mercado editorial, Filipe já passou por editoras de renome como Globo Livros e Novo Século, além de ter fundado sua própria editora, a Empírio, em 2013. Sua formação acadêmica em comunicação social e literatura, aliada às vivências como editor e escritor, o preparou para os desafios do mercado literário brasileiro. 

"Isso foi construindo os meus erros, os meus acertos, as minhas conquistas e as minhas derrotas, me fizeram estar aqui hoje na minha região, tendo satisfação de fundar uma nova editora, cujo objetivo principal é publicar livros relacionados à Amazônia, um lugar ao qual eu tenho profundo amor, um amor entranhado dentro de mim", declarou.

 

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