CONTINUE EM OLIBERAL.COM
X

Escritor Salomão Larêdo é homenageado pela Câmara Municipal de Cametá

O autor, ao longo da carreira, recebeu diversas honrarias e foi um dos destaques da 26ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes

Lívia Ximenes
fonte

O escritor e jornalista Salomão Larêdo é homenageado pela Câmara Municipal de Cametá, seu município de origem. Salomão recebe a Comenda Gentil Bittencourt como honra a sua significativa contribuição à literatura paraense e promoção da cultura popular. A sessão solene ocorre no dia 20 de dezembro, quarta-feira, às 9h, na presença de vereadores de Cametá.

VEJA MAIS

image Homenageado da Feira do Livro Salomão Larêdo tem batalha incansável pela literatura amazônica
Salomão é um dos homenageados na 26ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes, que começou no último sábado (9)

image Salomão Larêdo lança dois novos livros 'Banhos de Rio' e 'Baixo-Tocantins'
Duas novas publicações serão lançadas no dia 13 de junho no Palacete Chermont

image Ivanildo Alves lança segundo livro da trilogia que fala sobre a Amazônia e conflitos latifundiários
A noite de autógrafos vai ocorrer na noite desta sexta-feira, 15, a partir das 18h. O evento será aberto ao público

Salomão Larêdo foi um dos homenageados da 26ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes em Belém, junto com a escritora Heliana Barriga. O autor, ao longo da carreira, recebeu outras honrarias e prêmios literários brasileiros e internacionais.

A Comenda Gentil Bittencourt foi proposta pelo ex-vereador Iracy de Freitas Nunes, pai do vereador João Paulo Cunha Nunes. A honraria é dedicada a personalidades que se destacam em serviços prestados ao município de Cametá e ao Estado do Pará.

“Estou muito emocionado e recordando que meu tio Jaime Larêdo foi vereador nesta Câmara. A reação é de agradecimento a Deus e a Nossa Senhora do Carmo, e aos componentes do Poder Legislativo de Cametá”, diz Salomão.

Mitos, misticismos, sincretismos e cotidiano mágico da Amazônia são retratados nas mais de 50 obras de Salomão. Em suas narrativas, o autor dá voz a mulheres, pobres, negros, doentes e indígenas, destacando grupos marginalizados como cidadãos ativos na sociedade. Salomão se considera um difusor da cultura nacional e local.

“A sensação é muito gostosa, de imensa alegria ao ver as pessoas lendo, comentando, discutindo, falando dos livros que escrevo e isso é satisfação muito grande que recompensa o trabalho, esforço dispendido no trabalho em prol do livro e da literatura”, fala.

VEJA MAIS

image Allex Ribeiro lança o brega-canção “Pra não esquecer” com Felipe Cordeiro
Compositor e cantor lança a nova música dançante como ode aos bailes da saudade

image Lançamento do Baile dos Artistas 2024 marca aniversário de 40 anos da premiação
Em 2024, o Baile dos artistas premiará 80 fazedores de cultura nos segmentos do Teatro, Dança, Canto, Jornalismo Cultural, entre outras categorias

image Theatro da Paz e Teatro Amazonas podem ganhar título de Patrimônio Mundial
Se reconhecidos, ambos os teatros situados na Amazônia se juntarão a outros 14 bens culturais brasileiros que integram a lista

Aos 74 anos, Salomão coleciona sucesso e homenagens. Pelo seu livro de contos, o autor recebeu menção honrosa da Academia Paraense de Letras. Devido sua contribuição à literatura paraense, em 2004, foi homenageado pela Secretaria-Executiva de Educação (Seduc). A Academia de Jornalismo e o Conselho Estadual de Cultura do Pará são alguns dos órgãos que lhe concederam medalhas por sua participação significativa na cultura.

Salomão conta que, sempre que os temas amazônicos o atraem, ele busca trazer a atenção do leitor para o assunto por meio da pedagogia do desejo. O autor, com suas obras, procura formar um público crítico. “É preciso valorizar ainda mais os nossos artistas, de todas as vertentes, nossa cultura, nossa gente, nossa região tão grande, amazônias na Amazônia, muitas e diversas e tão bela, tão importante, tão rica e desconhecida, pouco estudada, e pesquisada pelos daqui”, aponta.

Nascido na Vila do Carmo, em Cametá, Salomão conta que nunca visou receber homenagens, mas, se isso acontece, ele fica contente - não envaidecido: “Cultivo a simplicidade, a humildade própria de quem nasceu no meio de uma família pobre, numa comunidade do interior, simples, do sítio. Venho do seio daqueles que fazem o bem muito bem feito sem procurar se mostrar e sobretudo, receber recompensa.”

O interesse de estudantes do nível superior em pesquisar sobre os livros de Salomão tem crescido e isso chegou até o autor, como ele revela. Dessa forma, Salomão ressalta como a cultura local gera impacto em sua vida e seus textos e, consequentemente, aumenta o público leitor.

A cultura de Cametá é forte influência nas obras do escritor, que faz questão de saber e conhecer a fundo temas específicos da memória local. “A fala, o sotaque, a língua cametauara, o dialeto de que se serve a gente cametaense para, por meio da oralidade, se expressar, contar, dizer, se comunicar, gosto de usar, utilizar para manter o processo preservacionista, lindo, da fala do amazônida paraense de Cametá”, reforça.

A escolha por retratar a Amazônia e o que a envolve nos livros se dá pela alegria e o prazer de ser daqui, afirma Salomão. Ele acredita que é uma obrigação conhecer, estudar, ler e pesquisar sobre a região: “Analisar para amar, respeitar e defender através da arma que tenho, ou seja, a palavra que enforma os meus livros.”

Salomão, em suas atividades, sempre fez questão de participar de ações políticas para a propagação da literatura - sejam na capital ou no interior do estado. Sejam feiras literárias ou programas de incentivo à leitura, o autor tem como bandeira a luta política de valorização do que é local.

“É muito gostoso, agradável ter reconhecimento de muita gente, pelo trabalho que se desenvolve na arte literária. Recebi, neste ano de 2023, muitas homenagens em diversas festas literárias em diversos locais de nosso Estado do Pará, numa prova de que temos público e leitor e leitora em toda parte, gente que gosta de ler e gosta do trabalho que Deus me permitiu elaborar por meio da arte literária”, destaca.

Escritor e leitor apaixonado, Salomão explica que é preciso saber gerar o desejo e seduzir o leitor. Ele compara o ato de escrever com a arquitetura e a engenharia: a narrativa deve chegar ao público drenada e saneada, para que ele goste de ver personagens trabalhando e compartilhando vivências.

Para 2024, Salomão pretende lançar novas obras, como os romances “Onze Bandeirinhas”, “República das Mulheres” e “Império da Feitiçaria”.

(*Lívia Ximenes, estagiária sob supervisão do Coordenador de Cultura, Abílio Dantas)

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Cultura
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

ÚLTIMAS EM CULTURA

MAIS LIDAS EM CULTURA