Empreendedora de buffet expande negócio desde a pandemia

Thania Rodrigues sobreviveu à crise e, hoje, tem mais encomendas e funcionários.

Enize Vidigal
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Enquanto muitos negócios, especialmente de pequeno porte, quebraram durante a pandemia da Covid-19, a cheff de cozinha Thania Rodrigues, de Belém, seguiu no rumo oposto e conseguiu fazer o seu negócio de buffet prosperar em meio à adversidade. “Eu tive mais tempo para as redes sociais, para investir na divulgação. Comecei a fazer kits de festa para datas comemorativas e jantares para famílias, pequenos grupos que não saíam de casa. Não demiti funcionários. Foi um sucesso!”, recorda. Os clientes voltaram a encomendar e fizeram indicações. “Hoje fazemos pelo menos quatro eventos na semana e contratamos mais dois funcionários”, conta.

Professora da rede de ensino público estadual, ela iniciou há 15 anos o Buffet Thania Rodrigues em parceria com o marido Edmundo Sobral, que também é professor. Os dois dividem o magistério com o trabalho empresarial. Enquanto ela pilota a cozinha, ele cuida da administração. O começo foi difícil porque ela e o marido tinham experiência somente com uma churrascaria que mantiveram por oito anos. Os clientes começaram a pedir serviços de churrasco em eventos e, em seguida, passaram a pedir jantares e almoços. “Eu ia para a internet aprender a fazer os pratos, depois fui fazer cursos em São Paulo, me tornei uma cheff”, revela.

“A experiência da churrascaria ajudou muito quando decidimos abrir o buffet”. Além de administrar um negócio do ramo de refeições prontas, ela sabia como servir e apresentar pratos, o funcionamento da cozinha e como preparar o ambiente. Um tempo depois, o casal fechou a churrascaria e o buffet passou a ser o principal negócio da família.

“Na pandemia, teve uma queda muito grande, os eventos foram suspensos, mas a gente conseguiu crescer, ter mais visibilidade. Investi em delivery. Criei kits de São João, de Dia dos Namorados, de aniversário e comecei a entregar. Tive mais tempo para divulgar o trabalho nas redes sociais. Atendemos quem não podia sair de casa, quem estava em isolamento social ou estava doente com Covid, conseguimos conquistar um público muito maior”, conta.

As redes sociais foram de grande ajuda. Os clientes puderam ver os produtos ofertados em postagens com vídeos e fotos feitos pela própria empresária. “Mantivemos a equipe que sempre trabalhou conosco, não demitimos ninguém, todos continuam até hoje. A gente precisava se manter e deu super certo”. Hoje, ela conta com três funcionários de carteira assinada, cinco freelancers e conta com um veículo próprio e uma perua locada para atender os clientes.

“Só atendíamos no final de semana e, agora, atendemos também durante a semana, temos evento pelo menos quatro vezes na semana, com capacidade para atender até dois eventos no mesmo dia”, revela. “Graças a Deus desde a pandemia, a gente só cresceu”.

Caminho do sucesso

image Decoração de dar água na boca. (Ígor Mota/ O Liberal)

A perseverança contou muito, mas não foi o suficiente nesse empreendimento. Thania procura investir em produtos de qualidade, ingredientes regionais, boa apresentação dos pratos, atendimento personalizado e também procura se manter atualizada com as novidades do ramo.

Em São Paulo, ela conheceu os “finger foods”, pequenas porções de pratos quentes, que ela recriou em Belém e virou moda nos eventos. “Me apaixonei quando vi os finger foods em São Paulo. Investi nisso. Fomos um dos primeiros a começar a servir em Belém, na época. Hoje são o nosso carro-chefe”.

O buffet trabalha com almoço, jantar, coffee break, brunch, churrasco, coquetel, atendendo eventos voltados para poucos ou muitos convidados. “Não tenho pacotes prontos. Tenho pratos e serviços que o cliente escolhe como ele quer, é personalizado”.

Além disso, ela se esmera na decoração dos pratos. “Primordial para mim, não libero nenhum prato sem decoração, cozinho e finalizo tudo. Sempre uso tomate cereja e ervas, como alecrim, tomilho e manjericão, que não influenciam no sabor, além de brócolis e azeitona, dependendo do prato. Não uso flores”. O toque final é o acréscimo de tags (pequenos impressos) com a logomarca das empresas ou eventos contratantes, que são colocadas em alguns itens servidos, como mini lanches.

A criatividade também surge no desenvolvimento de pratos novos, como a exótica pupunha com recheio de doce de cupuaçu e gorgonzola. A preocupação com a qualidade e o sabor são outras prioridades. Ela sempre usa ingredientes da culinária regional, como jambu, camarão, tucupi e outros, e prepara todos os detalhes dos pratos no dia em que serão servidos.

O tempo está ficando curto para Thania manter a atividades de professora em paralelo ao serviço de buffet. Atualmente, ela reduziu pela metade a jornada mensal de 200 horas trabalho no estado, enquanto o marido se mantém na atividade paralela. “Amo buffet. É a minha paixão”.

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