Mauro Cid depõe à PF sobre caso das joias sauditas
O ex-ajudante de ordem de Bolsonaro está tendo que explicar a entrada de joias não declaradas presenteadas pelo governo da Arábia Saudita ao Brasil.
Na tarde desta segunda-feira (22), o tenente-coronel Mauro Cid, ex-Ajudante de Ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) presta depoimento à Polícia Federal sobre a entrada ilegal no Brasil de joias não declaradas vindas da Arábia Saudita. As joias avaliadas em R$ 17 milhões foram um presenteadas pelo príncipe Mohammed bin Salman Al Saud e teriam que recolher impostos ao entrar no Brasil ou serem declaradas como presente ao país.
As joias estavam distribuídas em dois estojos que chegaram ao Brasil em vôo comercial. O primeiro, que estava com um dos assessores e continha um colar, um anel, um relógio e um par de brincos de diamantes avaliados em R$ 16,5 milhões, foi apreendido pela Receita Federal. E o segundo estojo, contendo uma caneta, um anel, um relógio, um par de abotoaduras e um terço islâmicos, avaliado de maneira informal em R$ 500 mil, entrou como acervo pessoal do ex-presidente.
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As joias chegaram ao Aeroporto de Guarulhos em 26 de outubro de 2021, trazidas pelo então miinistro de Minas e Energia, sem terem sido declaradas. A legislação brasileira obriga que os produtos com valor acima de US$ 1 mil sejam declarados ao dar entrada no Pais.
Mauro Cid está preso no quartel do Exército em Brasília, acusado de fraude sanitária por incluir informações falsas de vacinação contra a Covid-19 no sistema do Ministério da Saúde, que favorecem a própria família, o ex-presidente e a filha caçula dele, Laura. O depoimento foi marcado para começar às 15h30, por videoconferência. Os investigadores que atuam no caso das joias são da Polícia Federal de São Paulo.
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O ex-Ajudante de Ordens Bolsonaro já prestou depoimento sobre as joias no último dia 5 de abril. Na ocasião, ele disse à PF que o então presidente pediu a ele para “verificar” a situação das joias apreendidas na alfândega e incorporá-las ao acervo da Presidência.
A PF quer saber se Bolsonaro agiu de maneira irregular para tentar reaver o estojo retido pela Receita, no Aeroporto de Guarulhos. Cid assinou um ofício enviado à Receita Federal, em 28 de dezembro, que determinava a “incorporação de bens apreendidos”. O ofício foi apresentado por outro Ajudante de Ordens da Presidência, Jairo Moreira da Silva, para um auditor fiscal na alfândega, que não conseguiu reaver o estojo.
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