Ex-ministro Aldo Rebelo, diz que golpe é “fantasia” para legitimar polarização

Aldo comparou os ataques de 8 de Janeiro ao movimento do MLST (Movimento de Libertação dos Sem Terra), uma dissidência do MST, que em 6 de junho de 2006.

O Liberal

Aldo Rebelo foi deputado federal por 5 mandatos, presidente da Câmara dos Deputados (2005-2007), e ministro de 4 pastas diferentes nos governos petistas: Coordenação Política (2004-2005), Esporte (2011-2015), Ciência e Tecnologia (2015) e Defesa (2015-2016).

Apesar disso, atualmente, o ex-ministro contesta uma das principais narrativas do 3º governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT): a de que seu governo quase sofreu uma tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro de 2023. Para ele, trata-se de uma “fantasia” entoada pelo petista e seus seguidores para manter viva a chama da polarização política e dar tração a uma aliança entre o Executivo e o Judiciário para se contrapor ao Legislativo.

“Faz bem à polarização atribuir ao antigo governo a tentativa de dar um golpe. Criou-se uma fantasia para legitimar esse sentimento que tem norteado a política nos últimos anos. É óbvio que aquela baderna foi um ato irresponsável e precisa de punição exemplar para os envolvidos. Mas atribuir uma tentativa de golpe a aquele bando de baderneiros é uma desmoralização da instituição do golpe de Estado“, disse durante entrevista ao Poder360.

Aldo comparou os ataques de 8 de Janeiro ao movimento do MLST (Movimento de Libertação dos Sem Terra), uma dissidência do MST, que em 6 de junho de 2006 invadiu a Câmara dos Deputados, depredou parte do patrimônio e deixou 24 pessoas feridas, sendo uma em estado grave.

“Eles levaram um segurança para a UTI, derrubaram um busto do Mario Covas. Eu dei voz de prisão a todos. A polícia os recolheu e eu tratei como eles de fato eram: baderneiros. Não foi uma tentativa de golpe. E o que houve em 8 de Janeiro é o mesmo“, comparou. Na época, Aldo era o presidente da Câmara dos Deputados.

Ele diz que a ideia de que Lula e as ações do STF (Supremo Tribunal Federal) salvaram a democracia servem a um outro propósito. Ambos enfrentam dificuldades no Legislativo. Lula teve dificuldade em aprovar pautas de seu interesse em 2023 e viu um grande número de vetos serem derrubados. O Judiciário, entretanto, lida com projetos de lei que visam diminuir o seu poder.

“Atribuir ao STF a responsabilidade de protetor da democracia é dar à Corte uma função que ela não tem nem de forma institucional, nem política. Isso atende às necessidades do momento. Há uma aliança do Executivo e do Judiciário em contraponto ao Legislativo, onde o Executivo não conseguiu ter maioria. É uma compensação“, falou.

IMPEACHMENT
Aldo sempre foi de esquerda. Lutou contra a ditadura militar e foi filiado a maior parte de sua carreira política ao PC do B. Nas últimas eleições, concorreu ao Senado pelo Solidariedade.
Em 2015, foi voz ativa contra o impeachment de Dilma Rousseff (PT). Era crítico das medidas do STF que, em sua avaliação, permitiram que o processo continuasse até destituir a petista.
“Tive sempre uma posição crítica com relação à destituição da presidente Dilma, que foi um erro histórico. E contou com o protagonismo importantíssimo do STF“, afirmou.

Hoje, Aldo está longe da política. Seu último cargo foi em 2018, quando assumiu o cargo de secretário-chefe da Casa Civil do governo de Márcio França, em São Paulo. O ex-governador é hoje o ministro do Empreendedorismo de Lula. Perdeu o cargo de ministro dos Portos e Aeroportos para o Centrão.

 

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