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Literatura feminina: coletivo 'Mulherio das Letras' espalha sororidade em Belém e no Brasil

O coletivo chegou a Belém em 2022 e já vem fazendo história, já que vai sediar em 2024 o 7º Encontro Nacional do Mulherio das Letras

Bruna Lima

A literatura vem sendo mais uma ferramenta de união e sororidade entre mulheres. O coletivo Mulherio das Letras vem se espalhando pelo país e até fora dele com o intuito de fortalecer os escritos de mulheres. O coletivo chegou a Belém em 2022 e já vem fazendo história, já que vai sediar em 2024 o 7º Encontro Nacional do Mulherio das Letras.

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Conheça algumas das representantes do 'Mulherio das Letras' Belém

image Da esquerda para a direita: Rejane Aguiar, Jenifer Iara, Francy Rocha e Uendy Feitosa, integrantes do 'Mulherio das Letras', em Belém (Foto: Cristino Martins | O Liberal)

Rejane Aguiar
Membro da academia de letras de Ananindeua e uma das organizadoras do coletivo. Há 12 anos ajuda a organizar saraus e promover o trabalho do coletivo.

Jenifer Iara
Faz a produção cultural do coletivo. Ela ajuda a organizar os encontros, ajuda a circular e planejar as programações culturais.

Francy Rocha
Publicitária e escritora. No coletivo atua especificamente na área de comunicação com gerenciamento das redes sociais, produção de conteúdo e tudo que as mulheres querem publicar e socializar de seus trabalhos.

Uendy Feitosa
Escritora e tem uma coleção inclusiva para crianças. As suas produções lhe ajudam no processo de recuperação a qual vem passando. No mulherio ela contribui com os trabalhos e produções inclusivas.

Como será o encontro nacional?

O encontro vai reunir várias programações no período de 5 a 8 de setembro, além de colocar em evidência a arte literária de mulheres. Esse movimento começou a partir da falta de mulheres no comando de meios literários. "Quando participávamos dos eventos, a gente se perguntava: cadê o mulheril, pois as mesas eram comandadas por homens. A partir dessa indagação, foi criado o primeiro coletivo", explica Francy Rocha, uma das organizadoras do coletivo Mulherio das Letras Belém.

O coletivo vem com a prerrogativa de valorizar e colocar a mulher em posição de destaque sem cota. "Aqui as mulheres fazem as oficinas, lançam os livros, comandam as rodas de conversas e produções artísticas", destaca Francy.

Como surgiu o coletivo?

Após o lançamento do primeiro coletivo, na Paraíba, o coletivo foi se espalhando. Ele está em todo o nordeste e vem chegando nas demais regiões do país. Em 2022, Francy e demais amigas, que são escritoras e amantes da literatura, resolveram ousar e criar o coletivo em Belém.

Atualmente, o grupo tem mais de 20 integrantes fixas que atuam em diversas frentes. Jenifer Iara, que é autora, professora e integrante do grupo organizador do coletivo, explica que uma das funções do coletivo é de realizar uma agenda cultural agregando novas autoras que abarcam o objetivo do coletivo realizando ações.

De acordo com integrantes do coletivo, elas destacam que a produção literária de mulheres em Belém e no Pará na totalidade só cresce. "Quando a gente coloca o mulherio em evidência, quando promovemos algum tipo de encontro, percebemos nitidamente essa presença feminina. As manas vão chegando a todo momento. Somos muitas. Tem muita mulher que escreve e esse mulherio vem para fazer esse catálogo de apresentação, de criar esse leque para que todo mundo se encontre e marque seu endereço", pontua Rejane.

A partir desse encontro, uma vai ajudando a outra a fortalecer a sua arte e a sua essência. "Em muitos casos nem nos conhecemos, inicialmente, mas o mulherio está nesse processo para exercer todo esse segmento de atuação do livro e da literatura", acrescenta Rejane.

Coletivo impulsiona mulheres

O mulherio é colo, abrigo e impulsionamento das mulheres. Por meio de discussões, a gente avalia os suportes para veicular os escritos, os espaços que podem estar presentes, que as vozes femininas podem ser ouvidas e que possa escutar outras mulheres.

image Da esquerda para a direita: Uendy Feitosa, Francy Rocha, Jenifer Iara, Rejane Aguiar, integrantes do 'Mulherio das Letras', em Belém (Foto: Cristino Martins | O Liberal)

"Quando a gente faz um encontro, a gente fica sabendo das dificuldades e os motivos que não conseguem chegar em eventos culturais ou demais espaços. Portanto, as discussões vão de aspectos mais subjetivos até dos aspectos mais práticos", explica Jenifer.

Enquanto coletivo agregador, o mulherio acolhe os silêncios das mulheres, já que ele não possui uma única bandeira. "Nós estamos abertas para a livre produção das mulheres e percebemos que os assuntos são diversos. Por meio do coletivo, temos a oportunidade de conhecer o que as mulheres trazem de produção literária", destaca Francy.

As mulheres do mulherio pontuam que literatura não precisa de uma única bandeira, ela precisa ser libertária, elas falam de amor, de flor, de rua e de lua. "A gente fala de vida, de denúncias do dia a dia. As pautas são livres e diversas", reforça Regiane.

Histórico do coletivo 

Há alguns anos, durante conversas em eventos literários, becos, bares e calçadas, começou a surgir entre muitas escritoras a ideia de juntar o Mulherio das Letras para ampliar e intensificar os debates. Tudo começou com uma ideia da escritora Maria Valéria Rezende, ideia que se alastrou pelo Brasil e pelas redes sociais. Discussões e debates necessários vieram à tona, amadurecendo e aprofundando as questões das mulheres como produtoras, protagonistas, escritoras, poetas, militantes, pesquisadoras, empoderadas de suas falas e demandas.

O primeiro encontro nacional do Mulherio das Letras ocorreu em 2017, em João Pessoa, Paraíba. A ideia não foi a de fazer mais um “evento literário”, como os que se multiplicam pelo país há alguns anos. A ideia foi de montar um grande encontro.

A curadoria do encontro vem acontecendo de maneira colaborativa, com inúmeras voluntárias participando da construção dos temas de discussão, metodologia, mediação de grupos presenciais e virtuais, construção de site, comunicação e logística. 

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