Casa da Mulher em Belém garantiu mais de 20 mil atendimentos especializados em 4 anos

Inaugurado em 2022, o espaço mudou de endereço e foi ampliado em 2019 para oferecer maior assistência multidisciplinar ao público feminino

O Liberal

Com um atendimento multidisciplinar em diversas áreas médicas, a Unidade Especializada em Saúde da Mulher (URE Mulher), mais conhecida como Casa da Mulher de Belém, atende centenas de pacientes todos os meses. Atualmente com serviços como enfermagem, medicina, assistência social, psicologia, nutrição, fisioterapia e terapia ocupacional, além de ultrassonografia, mamografia e outros exames específicos dos órgãos femininos, o espaço busca garantir prevenção, saúde e bem-estar a todas que realizam acompanhamento no local.

A unidade foi inaugurada em 2022, em um espaço no bairro da Cidade Velha. Em 2019, foi realocada para a travessa João Balbi, nº 1113, esquina da Alcindo Cacela, no bairro de Nazaré. Desde então, com a ampliação do atendimento, nesses mais de quatro anos já acolheram cerca de 20 mil mulheres de Belém, região metropolitana e até mesmo outros estados. A enfermeira Sílvia Rocha, responsável pela instituição, destaca que o local possui notoriedade ao cuidar do público feminino.

“É uma unidade de referência especializada para acompanhamento das mulheres com lesões suspeitas para câncer de mama e de útero e também de gravidez de risco. As pacientes passam pelo acolhimento onde tem um profissional de nível superior, assistente social, psicólogo, ou terapeuta ocupacional. E após o procedimento, ela é direcionada para avaliação médica. Temos mais de 13 mil mulheres matriculadas na mastologia; mais de 9 mil na patologia cervical, a parte que atende colo de útero; cerca de 4 mil no pré-natal; e aproximadamente mil devido violência doméstica e sexual”, explica.

image Sílvia Rocha (Foto: Ivan Duarte / O Liberal)

Tratamento

Segundo Sílvia Rocha, a grande maioria das mulheres chegam até a instituição por meio de encaminhamento das unidades básicas. “A gente não tem um perfil de unidade básica, a mulher não vem para ficar conosco indefinidamente. Ela passar um certo período de tempo, ou para fazer um diagnóstico de câncer e ser referenciada por uma unidade terciária, ou para descartar a possibilidade do câncer, tratar aquela lesão e então voltar para sua unidade básica. E no caso das grávidas, terminou o pré-natal, elas retornam para a UBS. Assim, temos uma grande rotatividade de pacientes”, aponta a enfermeira.

No entanto, as pacientes que procuram atendimento no local também passam por triagem para um possível atendimento. Esse procedimento de procura de ajuda só pode ser feito pessoalmente.

“Quando a mulher vem por demanda espontânea, temos um protocolo de atendimento. Ela passa por avaliação para saber se ela se enquadra dentro dos critérios de risco. Se, por exemplo, ela traz uma mamografia alterada que se encaixe nas categorias de atendimento, ela vai ficar conosco. Nós não vamos fazer ela voltar na unidade só para pegar um encaminhamento, se a gente está vendo que ela tem em mãos um exame que já a caracteriza dentro do nosso perfil de atendimento”, exemplifica a responsável pela URI.

Atendimento

image Lilian Mascarenhas, Silvia Rocha e Danielle Souza (Foto: Ivan Duarte / O Liberal)

Atualmente a Casa da Mulher funciona de segunda a sexta-feira, de 7h às 19h. Dentro do prédio há cerca de sete consultórios médicos, um consultório de nutrição, um de serviço social e um de fisioterapia. Além disso, também há sala para procedimentos; duas salas de ultrassonografia e uma sala de realização de procedimentos; e as salas que são do setor administrativo, digitação de lauda e o laboratório clínico.

“A URI Saúde da Mulher, a Casa da Mulher, é referência para as pacientes de Belém. Mas isso não significa que a gente só tenha realmente pacientes residentes da capital paraense. Muitas vezes a paciente não é de Belém e procura o nosso serviço. Então atendemos, mesmo que ela não seja residente do município. Chegamos até mesmo a acolher pacientes de outros estados”, diz Sílvia Rocha.

Especialidades

Após os procedimentos de triagem, a paciente recebe o diagnóstico e é informada se continuará ou não recebendo os atendimentos médicos da Casa da Mulher. A fisioterapeuta Lilian Mascarenhas, que atua no local desde 2019, explica que os serviços da unidade buscam proporcionar conforto às pacientes, que passam muitas vezes por um momento difícil física e mentalmente.

“Procuramos verificar a saúde da mulher de uma maneira geral. O fisioterapeuta é um profissional que trabalha com a questão do movimento humano. Então, as gestantes têm muita restrição ao movimento, dores, especialmente na lombar e na região da pele. Sentem incômodo na coluna de uma maneira geral, inchaço nas pernas e nas mãos algumas vezes. Nós oferecemos recursos físicos, não farmacológicos. Isso é muito importante, especialmente no caso da gestante de alto risco que não pode sofrer intervenções que comprometam o quadro dela mais do que já está. Então são utilizadas técnicas de recurso terapêutico manual, massoterapia, calor, frio, exercícios, orientações”, detalha a profissional.

image Lilian Mascarenhas (Foto: Ivan Duarte / O Liberal)

A fisioterapeuta relata que os casos mais graves são atendidos por ela e que o suporte é completo para ajudar da melhor maneira a mulher. “É identificado se aqui na casa a gente tem condições de dar suporte para ela, em termos de exercícios e orientações, enquanto ela aguarda o fechamento do diagnóstico. Sempre dizemos para as pacientes e para os usuários ‘espero que você volte para sua unidade básica de saúde’, pois isso significa que ela está bem e o tratamento terminou. E a grande vantagem daqui é a multiprofissionalidade e interdisciplinaridade, pois na sala ao lado sempre terá um médico para nos dar o suporte necessário”, expõe Lilian Mascarenhas.

image Danielle Souza (Foto: Ivan Duarte / O Liberal)

Para a terapeuta ocupacional Danielle Souza, o suporte emocional também tem que ser incluído no atendimento dos pacientes e isso as mulheres sempre encontram na unidade. Um dos principais tratamentos realizados busca evitar o uso de medicamentos, que muitas vezes nem pode ser ingerido pelas pacientes.

“A gente trabalha muito em como a paciente está no dia a dia após essa possível existência de um câncer. Aqui na unidade, a terapeuta ocupacional vem atuando muito com a saúde mental dessas mulheres. Não é só o físico. Geralmente o nível de ansiedade e até depressão é muito grande. Por exemplo, às vezes as grávidas, não estavam esperando a gestação, não planejaram, e aí podem perder um emprego ou têm a sua ocupação modificada no dia a dia por conta da gravidez. Elas desenvolvem distúrbios. Nós tratamos isso com meditações aqui no espaço. Fazemos aromaterapia também, que hoje em dia estão encaixadas nas práticas integrativas e complementares em saúde. São as chamadas PICs, que fazem parte do SUS”, esclarece a profissional.

image (Foto: Ivan Duarte / O Liberal)

Serviços

A Casa da Mulher, ligada à Secretaria de Saúde de Belém (Sesma), funciona de segunda a sexta-feira, de 07h até às 19h.

Endereço: Rua João Balbi, nº 1113, bairro de Nazaré, Belém.

Não há telefone para contato. Mais Informações sobre o atendimento devem ser coletadas pessoalmente.

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Mulher
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!