Greve freia vendas de Dia das Mães em Belém
Paralisação dos rodoviários na capital paraenses fez movimentação cair pela metade em lojas
A greve dos rodoviários iniciada às 00h desta terça-feira (3) fez o centro comercial de Belém amanhecer vazio em plena semana do Dia das Mães. Se por um lado a segunda-feira (2) foi agitada, Eliana Silva conta que no dia seguinte a movimentação caiu em torno de 50%. Ela trabalha em uma loja de roupas no centro comercial de Belém e conta que a movimentação até que está boa, tanto entre os clientes do atacado quanto do varejo, mas torce que a greve dos rodoviários encerre logo.
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"Muita gente está interessada nas novidades. O que sai muito é conjunto, de bermuda ou então de calça. E vestido também, por causa das senhoras. Tem muita procura por blusas plus size também. Geralmente levam o par certinho", afirma. Ela nota que apesar da inflação, muitos filhos fazem um esforço a mais para garantir presentes para a data.
Rauli da Silva trabalha há 20 anos na área e está com expectativa alta, prevendo um aumento de 70% nas vendas em relação a 2021. "Ontem foi um dia bom. Mas com essa greve aí... A gente espera que daqui até domingo melhore, pois temos muita mercadoria, com preço bom, muita promoção", afirma ele, ao lembrar que a partir de R$ 30 é possível levar calçados de marcas conhecidas de presente para as mães.
Já Patrícia Ribeiro é gerente de uma loja de variedades e descreveu como um "caos" o impacto da greve para os comerciantes da capital paraense. Segundo ela, a expectativa para o primeiro Dia das Mães livre da pandemia era muito alta.
"Dia das Mães aqui é um formigueiro. Era para estar pipocando aqui. Tivemos um final de semana bom e estávamos esperando um aumento. O que procuram muito é um café da manhã diferenciado, com vasos, arranjos, louças. Temos floristas também que fazem arranjos personalizados", conta. Na loja onde atua, o tíquete médio das compras de Dia das Mães, segundo ela, está em torno de R$ 200.
Equipe desfalcada
Além do movimento, as operações da loja também foram afetadas. Ela conta que três funcionários precisaram faltar e, por isso, ela tenta organizar um esquema para buscá-los e deixá-los em casa enquanto a greve durar.
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"Tem colaborador que era para entrar 8h e conseguiu chegar só 10h. Estou fazendo uma rota de transporte por aplicativo para não prejudicar o trabalhador. E este ano é apenas uma semana de compra. Fomos surpreendidos. A gente não encontra um ônibus na rua. Temos que compreender", diz.
Para Laura Aparecida, gerente de outra loja na mesma rua, nessas horas é importante dar suporte aos funcionários e contar com o apoio do resto da equipe para "segurar as pontas". Segundo ela, duas empregadas foram liberadas do expediente.
"A gente não estava ciente então é melhor assim. Quando for amanhã, vamos poder nos organizar melhor, elas vão conseguir vir porque já sabem da greve. É difícil, ruim para todo mundo. A loja está mais vazia hoje também, então estamos conseguindo levar", conta.
"Lembrancinha"
A paralisação do transporte público não impediu Regina Varela de sair de Benevides até o centro comercial da cidade. Ela se define como "sacoleira" e há 20 anos vende roupas batendo de porta em porta no município que fica na região metropolitana de Belém.
"Esse período é bom. Espero que seja maior que o ano passado. Não dá para comparar com o Natal, né? Mas deve dar uma levantada para eu atingir a minha meta. A gente tenta levar as coisas mais baratas, para tentar vender mais barato. A gente pesquisa, pesquisa, mas está tudo caro", lamenta.
Sônia Melo conta que estava de passagem pela rua João Alfredo quando resolveu parar para olhar as promoções. "Eu tenho mãe e avó, graças a Deus. A gente acaba gastando, né? Porque imagina não dar nada, Deus o livre. O importante é o gesto, não precisa gastar muito. Aqui é o lugar. Quem se mete em shopping paga mais caro", aconselha.
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