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Em mais de um ano de 5G, acesso ainda é irregular no Pará

Belém, Ananindeua, Castanhal, Marabá, Parauapebas e Santarém são seis das 42 cidades com permissão para que a nova tecnologia seja efetiva, entretanto, entraves estruturais impedem o progresso

Camila Azevedo
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Após mais de um ano da implantação da tecnologia do 5G no Pará, a distribuição de acessos é irregular, ficando concentrada em Belém. Dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) apontam que 1,5 milhões de pessoas são abrangidas pelo recurso na capital do estado, que está entre as cidades com a nova geração de internet devidamente ativada. Segundo especialistas, essa tendência deve continuar sendo uma realidade, uma vez que os entraves geográficos, demográficos e de infraestrutura na região amazônica fazem parte do cenário.

Além de Belém, Ananindeua, Castanhal, Marabá, Parauapebas e Santarém tem a tecnologia em funcionamento, somando, juntas, 224.932 pessoas navegando no mundo digital com o 5G. Ao todo, a população abrangida dessas seis cidades é de mais de 3,07 milhões, conforme a Anatel. Com a implantação da quinta geração, as anteriores não deixaram de ser usadas. Ao contrário, registram ainda mais acessos: o 3G, por exemplo, que inaugurou a banda larga, teve 397.984 navegantes em maio deste ano (dado mais recente da agência), enquanto que o 4G ficou com 6,42 milhões no mesmo período.

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De acordo com o Gaispi, 30% dos municípios brasileiros (1.610) já efetuaram a limpeza da Faixa de 3,5 GHz e estão aptos a implementar o serviço.

O resultado é tanto pelo fato de que o 5G não está totalmente liberado para todo o Pará - atualmente, só 42 municípios do estado contam com a permissão -, quanto pelas dificuldades de implantação encontradas. Gilvan Borges, doutor e professor de telecomunicações do Instituto Federal do Pará (IFPA), explica que custo e demanda fazem parte das implicações vistas no estado para que a disponibilidade da tecnologia seja total. Para ele, as taxas de dados de Belém são superiores às das demais localidades devido ter mais consumidores pagantes.

“Ofertas de serviço dependem de dois fatores: custo e demanda. Quando falamos em custo, para a empresa de telecomunicações, é infraestutura, porque quanto mais tiver, menores são os custos. Não tem como lançar fibra óptica no meio da floresta, precisa de estradas. Às vezes, fazem na beira dos rios. A infraestrutura da região amazônica é mais precária do que em qualquer outra região. Então, a implantação de um serviço desses é custoso para a empresa e, com isso, vem com preços altos. A demanda é com relação à população. Somos a região que mais deve, principalmente no interior. Temos baixa renda per capita”, frisa.

Gilvan considera que, nesse sentido, o investimento em políticas públicas pelo estado deveria acontecer. Aliado a isso, as empresas que arremataram o 5G através do leilão também devem procurar formas de viabilizar o processo. “Ainda vamos demorar para ter uma estrutura da quinta geração. Ela precisa de uma densidade de antes para a população maior do que as tecnologias anteriores. Os municípios têm muitos entraves em relação a legislação para implantar antenas, é muita burocracia. A lei 13.116, de 2015, estabelece normas gerais para isso. As cidades deveriam fazer para adequar gradativamente o 5G”.

Mão de obra qualificada também é entrave para popularização do 5G

O especialista afirma, ainda, que a qualificação de mão de obra pode vir a acelerar a implantação do 5G no estado - prevista para 10 anos. “Algumas empresas de tecnologia que estão implantando o 5G entram em contato com as instituições de ensino pedindo para que a gente forme profissionais qualificados, porque falta gente no mercado. Tem operadoras dispensando serviços por falta desse tipo de recurso humano. Se investir nisso, diminui também os custos da empresa, junto com mudança de demanda e custo, mais fibras, infovias e uma legislação que facilite”, acrescenta.

Diferença entre as gerações

Cada geração teve um “boom” de evolução. A principal característica do 2G, listada pelo professor, foi ser transformada em digital. Antes, o sistema era analógico. Já no 3G, a novidade foi a inauguração da banda larga na telefonia móvel. “O 4G consolidou a internet banda larga, aumentou a qualidade de pessoas que podem acessar ao mesmo tempo. Com o 5G, vemos a chamada ‘internet das coisas’, isto é, um aparelho pode acessar a internet sem pedir permissão ao usuário, aumento de taxa de dados e alta confiabilidade. O 5G pode trazer o monitoramento ambiental no interior do estado, empresas vendem isso para fazendeiros”, finaliza.

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