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Caso Marielle Franco: relembre os principais pontos do e veja o que já se sabe até agora

Vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes foram assassinados no centro do Rio de Janeiro em março de 2018; delação faz investigações avançarem

Luciana Carvalho
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Em março de 2018, a vereadora Marielle Franco, do Psol, e o motorista Anderson Gomes foram assassinados no centro do Rio de Janeiro. O carro em que estavam foi alvejado por tiros disparados de outro veículo. Fernanda Chaves, assessora  que acompanhava a vereadora, sobreviveu ao ataque. O crime causou uma enorme comoção e, desde então, a investigação está sendo conduzida pela Polícia Civil com o objetivo de esclarecer os fatos. Vamos relembre os principais pontos do caso e o que já se sabe até agora, já que foi divulgado pelo minsitro da Justiça, Flávio Dino, que, em delação premiada, envolvido no caso assumiu participação nos homicídios:

O assassinato

A vereadora Marielle Franco (Psol) e o motorista Anderson Gomes foram mortos no dia 14 de março de 2018. O assassinato ocorreu após a participação de Marielle em um debate promovido pelo Psol com jovens negras na Casa das Pretas, na Lapa, Rio de Janeiro. Por volta das 21h, enquanto Marielle, o motorista e uma assessora deixavam o local, perceberam que outro veículo começou a segui-los. Perto das 21h30, esse veículo, identificado como um Cobalt, se aproximou do carro da vereadora e realizou pelo menos 13 disparos. Marielle foi atingida por quatro tiros na cabeça, enquanto Anderson recebeu três tiros nas costas. O crime ocorreu menos de um mês após a decretação da intervenção federal no Rio de Janeiro.

A investigação

Desde o início, a investigação do caso ficou sob responsabilidade da Polícia Civil do Rio de Janeiro, apesar da intervenção federal. A linha de investigação mais plausível sugeriu que o crime teve motivações políticas, relacionadas à atuação de Marielle no cenário político. Ela era moradora da favela da Maré e havia desempenhado um papel importante ao lado do deputado Marcelo Freixo, também do Psol, na CPI que investigou as milícias no estado. Em dezembro de 2018, o secretário de Segurança do Rio, general Richard Nunes, afirmou que a morte de Marielle estaria ligada à sua suposta ameaça de combater a grilagem de terras por milícias.

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A arma utilizada no assassinato de Marielle e Anderson era uma submetralhadora de uso restrito no Brasil, e cinco unidades desse mesmo modelo haviam desaparecido do arsenal da Polícia Civil. Essa falta de armamentos foi identificada durante um recadastramento em 2011. Além disso, as balas utilizadas no crime faziam parte de um lote que havia sido vendido à Polícia Federal em 2006 e estavam vinculadas a outros crimes.

Os acusados

Em 12 de março de 2019, dois dias antes de o crime completar um ano, a operação Lume, ação conjunta entre a Polícia Civil e o Ministério Público do Rio de Janeiro, prendeu dois acusados de participação na morte de Marielle e Anderson. Os dois são ex-policiais militares: Ronnie Lessa foi apontado como o autor dos disparos e Élcio Vieira de Queiroz seria o motorista do carro usado no crime. Queiroz foi expulso da corporação.

Os dois foram denunciados por homicídio qualificado de Anderson e Marielle, e pela tentativa de homicídio de Fernanda Chaves, assessora da vereadora que também estava no carro e sobreviveu aos disparos. O Ministério Público e a Polícia civil nunca mencionaram quem seriam os mandantes do crime.

O autor e a obstrução

Raquel Dodge, então procuradora-geral da República, denunciou cinco pessoas, em setembro de 2018, acusadas de tentarem interferir no processo de investigação. Posteriormente, a PGR determinou que a Polícia Federal fizesse uma “investigação da investigação” por causa disso. Entre os denunciados, estava o conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, Domingos Brazão, que foi apontado como o autor intelectual do crime.

Na época, não estava clara qual a relação do conselheiro com os acusados de executar o crime, nem qual a motivação dele para arquitetar o crime. No entanto, ele teria agido para desviar o foco das investigações de si e direcioná-los para o miliciano Orlando Oliveira Araújo (Orlando de Curicica) e o vereador Marcelo Moraes Siciliano. Em outubro de 2019, a PGR enviou uma denúncia ao Superior Tribunal de Justiça acusando Brazão de ser o mandante do crime.

O que se sabe até agora

A investigação chegou a identificar os executores do crime e sabe como foi a dinâmica do assassinato, mas até hoje não sabe quem foi mandante. Ainda não se sabe também qual foi a motivação para o assassinato. De acordo com o Ministério Público, a principal hipótese é de motivação política. Já a Polícia civil afirma que o caso é tratado como duplo homicídio.

Desde 2019, o sargento reformado da polícia Ronnie Lessa e o ex-policial militar Élcio de Queiroz estão presos acusados de serem os executores do crime. Os dois respondem por duplo homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, emboscada e sem dar chance de defesa às vítimas e vão a júri a popular. Mas ainda não tem data para o julgamento. De acordo com as investigações, Ronnie Lessa foi o autor dos disparos e Élcio de Queiroz conduzia o veículo da emboscada. 

Em delação premiada à Polícia Federal, Élcio Queiroz admitiu sua participação, a do ex-policial reformado Ronnie Lessa e do ex-bombeiro Maxwell Simões na morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (27) pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino. Segundo ele, no depoimento já homologado pela Justiça, Élcio confessou a participação no assassinato e detalhou a ação criminosa.

O ex-bombeiro, conhecido como Suel, acabou preso na manhã desta segunda-feira, 27, durante a Operação Élpis, a primeira deflagrada pela PF sobre os assassinatos ocorridos em 2018. Além da prisão preventiva de Maxwell, outros sete mandados de busca e apreensão foram cumpridos na cidade do Rio de Janeiro (RJ) e na região metropolitana.

(Luciana Carvalho, estagiária da Redação sob supervisão de Keila Ferreira, Coordenadora do Núcleo de Política).

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