Com aulas esportivas gratuitas, instituto promove desenvolvimento em comunidade do Jurunas

Na entidade, população de Belém pode ter acesso a aulas de diversas modalidades de esporte, assim como a cursos profissionalizantes

Elisa Vaz
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O desenvolvimento de habilidades como liderança, disciplina e trabalho em equipe é uma das vantagens de praticar esportes, e ter um espaço estruturado para as atividades pode resultar em melhorias que vão além do condicionamento físico, mas reverberam em outros âmbitos da vida, como acadêmico e profissional.

Com atuação em Belém há três anos, o Instituto Francisco de Assis (Infrans) oferece aulas gratuitas para a comunidade do jurunas, envolvendo esportes como boxe, muay thai, balé, futebol, jiu-jitsu, funcional, ritmos e pilates. No espaço, a entidade filantrópica disponibiliza várias salas e atende mais de mil alunos por semana, em horários diversos de aulas. O público-alvo são crianças a partir de seis anos até idosos. Estão abertas, inclusive, as matrículas para a escolinha de futebol, para crianças de nove a 13 anos.

O presidente do instituto, Anderson Palheta, conta que a iniciativa nasceu de um desejo familiar: ele e a esposa decidiram criar o projeto há três anos. Primeiro, começaram realizando algumas ações pontuais em datas comemorativas, mas depois incluíram as atividades físicas, que viraram o “carro-forte” do Infrans. Também são oferecidos cursos profissionalizantes gratuitos a quem desejar.

Todas as aulas são gratuitas, segundo ele, mas a instituição cobra a frequência dos alunos. Se uma pessoa faltar mais de três vezes em um mês sem justificativa, sua vaga é destinada a outra pessoa. Da mesma forma, a criança e o adolescente que fazem parte precisam estar na escola e não podem faltar aula para participar do projeto. “Em todas as nossas modalidades tem uma fila de espera. Se a pessoa não tiver como justificar, a gente chama outro aluno para ocupar aquela vaga”, explica.

Importância social

Para Anderson, o maior objetivo do projeto é melhorar a qualidade de vida e elevar a saúde da comunidade. “A gente já teve vários depoimentos, até postamos nas nossas redes sociais, de alunos até com depressão, que já tinham tentado suicídio e, depois que começaram a frequentar as aulas, mudaram de vida. São depoimentos de emocionar mesmo. Com isso, a gente vê essa questão da saúde”.

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Professor de boxe e muay thai do instituto, Thiago Silva afirma que a entidade chegou no Jurunas “para somar” na parte esportiva e também social. “As pessoas que moram aqui veem no esporte uma forma de mudar de vida. Eu moro aqui no bairro do Jurunas e a gente nunca teve um apoio como esse. É muito importante porque os jovens, hoje em dia, se perdem ainda cedo e, a partir desse convívio com o esporte, mudam sua concepção de vida”, avalia.

Treinamento profissional

Outro braço do Infrans dentro do esporte é capacitar profissionais dentro de várias modalidades. O presidente conta que alguns alunos buscam seguir uma carreira na área e, por meio do instituto, são matriculados para participar de torneios. Segundo ele, algumas pessoas já até viajaram a outras cidades para disputar.

Thiago, professor da entidade, detalha como funcionam as aulas, que, no caso do boxe, ocorrem duas vezes por semana: existe o ensinamento voltado para quem quer ter mais condicionamento físico e qualidade de vida e outro apenas para quem quer competir. “O objetivo do instituto é a saúde, primeiramente, melhorar a musculatura do aluno. Mas a gente trabalha também na parte competitiva. O aluno que está interessado em competições tem um treino focado para isso. A gente não mistura, a gente divide. O treino dos alunos que querem melhorar é um, o aluno que quer competir fica em outro”.

Um dos alunos que se destacaram na turma de Thiago foi Endrio Santos, estudante de 15 anos que busca crescer profissionalmente. O professor afirma que ele já competiu uma vez, após treinar durante dois meses, e se prepara para o próximo evento. “Ele se saiu muito bem, apesar de ter perdido, pude ver vários movimentos que estudamos aqui sendo aplicados na luta. Eu não cobro vitória, já falei para eles, cobro disciplina e a execução das técnicas”, diz.

image O estudante de 15 anos Endrio Santos, à esquerda, já participa das aulas há mais de um ano e quer ser lutador profissional (Carmem Helena / O Liberal)

O adolescente lembra que sempre gostou de boxe, mas nunca conseguiu praticar e aprender melhor por causa do custo das aulas. Há mais de um ano, ele conheceu as atividades do Infrans e decidiu ingressar nessa turma, onde está até hoje. “É muito bom para as crianças treinarem, para sair mais das ruas”, opina. Após mais de um ano de treinos, Endrio diz que conseguiu sentir muitas melhorias, principalmente no condicionamento físico e nas técnicas de luta.

Para o futuro, o sonho do estudante é transformar o boxe em uma carreira, e as competições serão parte de sua rotina. “Já sinto muita melhora, consegui aprender muita coisa aqui. Vou continuar aqui no projeto e quero lutar”, adianta o jovem.

Apoio

O instituto depende da parceria de pessoas e entidades para manter o funcionamento. A ideia é que, no futuro, a atuação seja expandida para outros bairros, mas o presidente, Anderson Palheta, diz que a área financeira é um empecilho no momento. Caso a população queira doar materiais para as aulas, basta entrar em contato pelo Instagram @infransbelem ou comparecer à rua Honório José dos Santos, nº 780, entre Timbiras e Fernando Guilhon.

Ao oferecer aulas gratuitas de modalidades esportivas para a comunidade do Jurunas, o Infrans forja valores fundamentais na população. Além de servir como um refúgio positivo para jovens e adultos, o projeto abre portas para o desenvolvimento esportivo e também para um futuro promissor.

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