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Ações solidárias arrecadam materiais escolares para crianças carentes

Doações incentivam a educação e evitam evasão escolar

Fabrício Queiroz

O começo de um novo ano marca também os preparativos para o início do período letivo. Nessa época, as lojas de materiais escolares costumam atrair um grande público de pais e alunos atraídas novidades do segmento, especialmente aqueles artigos com personagens e artistas em maior evidência na mídia. Em paralelo a isso, muitas crianças e adolescentes enfrentam dificuldades para frequentar a escola justamente pela falta dos materiais mais básicos. Diante dessa realidade, instituições de caridade, projetos sociais e outras iniciativas tem se mobilizado para proporcionar os recursos mínimos e incentivar a educação.

No município de Ananindeua, na região metropolitana de Belém, a Associação Civil Pará Solidário promove há mais de quatro anos ações para atender as principais necessidades que afetam as comunidades dos bairros do Aurá e Águas Lindas, além do Jurunas, na capital. Tudo começou com a oferta de um sopão para cerca de 300 famílias, depois, com a pandemia, a ação se converteu na distribuição de kits com cestas básicas. Foi ainda nesse contexto de crise sanitária que o grupo percebeu a existência de um problema: o déficit de aprendizagem dos estudantes devido às restrições do ensino remoto.

Quando as atividades presenciais foram flexibilizadas em 2021, o Pará Solidário iniciou um projeto de alfabetização de 25 crianças. Ao longo de 2022, a iniciativa cresceu e já atendeu 40 pessoas distribuídas em turmas de educação infantil e ensino fundamental, que oferecem aulas de reforço escolar no contra turno, além de uma turma de educação de jovens e adultos à noite.

“Eu fui convidada pelo projeto para trabalhar inicialmente no projeto de alfabetização de crianças da nossa comunidade, que na verdade precisavam ser realfabetizadas porque são crianças que estudam normalmente nas escolas, mas não desenvolveram nem a leitura nem a escrita. Eram crianças que não sabiam os sinais de pontuação, as palavras complexas, não desenvolviam nem a escrita”, comenta a professora Jucilene Alves, que leciona no projeto educativo desde o início.

Com o trabalho, Jucilene testemunha os avanços conquistados. “Diariamente a gente percebe isso com as crianças. Os pais também notam essa evolução e falam das notas melhores em disciplinas como português e matemática; e já recebemos elogios até das próprias escolas pelo nosso trabalho. É isso que nos deixa feliz e nos fortalece”, afirma a professora.

A voluntária Larissa Gomes, 21, que atua na associação há cerca de três anos, também observa as mudanças que beneficiaram a avó dela e a comunidade. “Eu percebo essa evolução porque a minha avó inclusive já participou aqui na escola. Ela não sabia ler, não sabia escrever, nem assinar o nome dela. E hoje ela fala que consegue fazer isso muito bem. Eu fico muito feliz porque eu fui na formatura da minha avó esse ano e isso pra mim foi muito gratificante”, diz.

No entanto, para manter a escolinha de reforço escolar e alfabetização em funcionamento o Pará Solidário está mobilizando uma campanha de arrecadação de materiais escolares. A demanda para esse ano é maior ainda porque a equipe do projeto pretende abrir mais duas turmas. Materiais como cadernos, cola, lápis de cor, apontador, cartolina, mochilas, tinta guache, massa de modelar, papel A4, lápis, borracha, tesoura e copos podem ser doados para a associação que fará a distribuição entre o público atendido. Os interessados podem entregar os materiais diretamente na sede da organização ou enviar valores em dinheiro por PIX para custear a compra.

image Pará Solidário atende 40 pessoas em projeto educacional. A meta de 2023 é criar duas novas turmas (Thiago Gomes / O Liberal)

“A gente sabe que a educação é a base de toda sociedade para o desenvolvimento futuro. Diante disso que surgiu a necessidade de alfabetizar e avançar nesse estudo com essa comunidade. As famílias que são atendidas foram visitadas, foi feito um levantamento em relação a essa educação e houve essa percepção de que até mesmo crianças matriculadas no sexto ano não conseguiam desenvolver uma leitura, algumas não conheciam o alfabeto nem os números. Isso é muito grave e por isso estamos focando na educação”, ressalta Jucilene Alves.

Além disso, a Associação Pará Solidário mantém a doação de cestas básicas. Para ajudar, é possível entregar os mantimentos na entidade ou em empresas parceiras ou, ainda, se tornar um padrinho solidário e pagar valores mensais, que cobrem a compra de alimentos não-perecíveis e proteínas.

Projeto atende pessoas em situação de vulnerabilidade em Santa Izabel

A corrente de solidariedade e a preocupação com a condição de vida de pessoas carentes também mobiliza pessoas no município de Santa Izabel, onde há sete anos é realizado o projeto Incluir, cujo foco é a inclusão social por meio do esporte. Em paralelo, outras ações são desenvolvidas tendo como objetivo combater a fome e a pobreza menstrual, bem como incentivar a escolarização de crianças e adolescentes.

“O projeto surgiu através das minhas doações de cestas básicas nas comunidades aqui de Santa Izabel e daí eu ia vendo as mazelas. Dentre elas eu percebi que haviam crianças não iam a escola por não ter o material escolar. Foi então que Deus botou no meu coração esse desejo de ajudar, que faço até hoje”, conta Márcio Canela, coordenador do projeto Incluir, que nomeou a iniciativa de doação de materiais escolares como projeto Apanhador de Sonhos.

De acordo com ele, há uma grande integração entre todas as atividades, que visam enfrentar as principais vulnerabilidades a que as comunidades do município estão expostas. “Também faço a arrecadação de absorventes para as adolescentes e jovens das escolas públicas porque no período menstrual elas se evadem das escolas por não ter o seu material de higiene. Com isso, já atendemos em média de 300 a 400 entre crianças e adolescentes”, destaca Canela, que tem como meta alcançar até 500 pessoas neste ano, incluindo populações ribeirinhas.

image Márcio Canela, coordenador do projeto Apanhador de Sonhos, diz que iniciativa deve beneficiar até 500 crianças e adolescentes (Arquivo pessoal)

“A educação é a base de tudo e é isso que acreditamos. Então, toda vez que fazemos essa ação sabemos que muitas crianças estarão na escola e também terão, pelo menos uma alimentação no dia. Eu resumo essa ação como fundamental para termos mais alunos em sala de aula, haja vista, que muitos não têm o que comer, imagina comprar material escolar”, pontua o coordenador.

Para fazer doações para a Associação Civil Pará Solidário:

Site: oparasolidario.org

Endereço: Av. União, nº 106. Bairro: Águas Lindas

Telefones: (91) 99170-2926 / 98384-1929

PIX: 42.188.138/0001-06

Para fazer doações para o projeto Apanhador de Sonhos:

Telefones: (91) 98759-9587 / 98708-6493

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