Vereadores de Ananindeua analisam projeto que visa proibir uso de linguagem neutra no município

Apresentado hoje (31) na Câmara, a matéria de autoria do vereador Zezinho Lima (PL) quer vetar o uso de “todes” e suas variedades

Daleth Oliveira
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Um projeto polêmico tramita na Câmara de Ananindeua. Em sessão nesta terça-feira (31), os vereadores encaminharam para análise das comissões da Casa a matéria de autoria de Zezinho Lima (PL) que visa proibir o uso da linguagem neutra, como o “todes” e suas derivações no município da Região Metropolitana de Belém.

Se aprovado, será vedado em Instituições de Ensino Municipal e bancas examinadoras de seleções e concursos públicos, a utilização em currículos escolares e editais públicos, as novas formas de flexão de gênero e de número das palavras da Língua Portuguesa, em contrariedade às regras gramaticais consolidadas, obrigando o emprego das normas gramaticais e ortográficas padrão.

“Este projeto de lei é apresentado em resposta a tentativas isoladas de impor ao conjunto do todo nacional uma visão linguística que reconheceria no português um terceiro gênero, o neutro, ao lado dos gêneros masculino e feminino especificamente a palavra “todes”. Tendo como justificativa a inclusão de pessoas que não se identificam com nenhum dos dois gêneros ou, no caso do plural, para se referir a ambos de modo neutro”, explica Zezinho no texto enviado à Plenária.

O parlamentar justifica que a linguagem neutra torna a língua impraticável fora do papel, citando que as derivações como os “x” e “@” são impronunciáveis. “Não é apenas uma confusão inofensiva. O uso da linguagem neutra prejudica inúmeras pessoas com problemas de dislexia ou problemas visuais, a grafia de termos recorrentes nessa linguagem impossibilita sua leitura por softwares que fazem leituras de textos para cegos. Da mesma forma, traz graves dificuldades ao processo de alfabetização, já que a noção de concordância, essencial ao nosso idioma, fica prejudicada”, defende.

“Portanto, estamos diante de regras gramaticais básicas a ser uniformemente ensinadas no território nacional. Escolas que pretendam percorrer caminhos diversos estarão inequivocamente incorrendo em inconstitucionalidade flagrante. Na língua de uma nação nada se acrescenta pelo uso da força ou do enviesamento político-ideológico”, continua Zezinho.

Por último, o parlamentar de extrema direita afirma que concorda com o uso livremente, desde que não seja em órgãos públicos.

“Se grupos e seus proponentes acreditam que a linguagem neutra é meritória, eles têm a total liberdade de usá-la como bem entendê-la. No entanto, o Poder Público não tem a mesma prerrogativa; os órgãos governamentais não podem abrir mão do uso correto da língua portuguesa, ignorando o que informa a ciência e a história do nosso idioma para aderir a um delírio ideológico”, finaliza.

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