Aldo Rebelo acusa EUA e Europa de usar ONGs para evitar que Brasil se torne potência mundial

Ex-ministro alertou para uma "sabotagem" que o Brasil estaria sofrendo por parte de potências ocidentais

Igor Wilson
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“Vivemos tempos de sabotagem de nosso futuro”. Foi assim que o político Aldo Rebelo abriu sua fala na reunião de trabalho ‘Os entraves da Amazônia’, realizada na manhã desta terça-feira (08), na sede da Fiepa, em Belém. Enquanto a capital paraense voltava seus olhos para o Hangar Centro de Convenções, onde líderes dos países amazônicos se reuniam na ‘Cúpula da Amazônia’ para discutir temas sobre o desenvolvimento da região, o ex-ministro de Lula, que hoje roda a Amazônia para denunciar irregularidades, falou para um público repleto de produtores e empresários paraenses de diversos setores, mas principalmente do agronegócio.

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Aldo afirmou que o Brasil está sofrendo uma “sabotagem” colocada em curso por potências ocidentais como EUA, Noruega e Suécia. De acordo com Rebelo, estes países usam Ongs para impedir o desenvolvimento brasileiro. Atualmente, existem mais de 98 mil Ongs que atuam diretamente na região da Amazônia Legal, segundo dados da plataforma ‘Pacto Pela Democracia’ divulgados no mês passado. 

“Basta analisar a origem dessas Ongs, de onde recebem financiamento. São basicamente dessas nações: dos Estados Unidos, financiamento público e privado, de fundações como a Ford, por exemplo. Outros são países da Europa Ocidental, como Alemanha, Holanda, Noruega, Suécia e Dinamarca. Esses são os financiadcores. Quando a economia brasileira é desorganizada, a economia deles é beneficiada. Por exemplo, se você desorganiza a indústria de madeira na Amazônia, beneficia a indústria de países que não tem floresta, mas tem poderosas indústrias de madeira”, explicou. 

Para Aldo Rebelo, as Ongs exercem uma espécie de pressão sobre as atividades produtivas da Amazônia a mando de nações que pretendem desorganizar a economia brasileira para benefício próprio. Durante seu discurso, o político, que se candidatou a senador pelo estado de São Paulo nas últimas eleições (não sendo eleito), nações como os Estados Unidos não querem um rival com potencial na América. 

“Nosso vizinho [EUA] já está muito preocupado com a China do outro lado do mundo. Eles e outras nações como Suécia, Noruega, que nem tem floresta mais, financiam as Ongs de acordo com seus interesses e nós aceitamos. Qual país do mundo aceitaria inutilizar 93% de seu território por pressão de Ong!? Só temos alternativas se enfrentarmos esse bloqueio com um Estado forte, que não aceite Ong mandando em Ministério Público, em órgãos ambientais”, disse. 

Sobre as estratégias utilizadas pelas Ongs, Aldo Rebelo citou a utilização de demarcações irregulares para impedir a exploração da riqueza nacional, falando sobre o recente embargo de uma mina no Amazonas. “Quando uma mina valiosa é descoberta, essas Ongs atuam junto aos órgãos do governo, onde possuem membros, colocando uma área indígena demarcada em cima da mina. Vimos isso no Amazonas. Essa atitude é apátrida, inimiga do desenvolvimento do Brasil, pois a mina operando já tinha investimento, porto licenciado pelo órgão ambiental do Amazonas, que depois foi cassado pelo Ibama e Ministério Público. O Ministério Público na Amazônia é o braço jurídico das Ongs”, disse.

image Público formado principalmente por produtores e empresários de diversos setores da economia paraense (Ivan Duarte/O Liberal)

Pará é 'mal exemplo' 

Na opinião de Aldo Rebelo, o Pará representa um mal exemplo para as Ongs que atuam na Amazônia, pois é um estado que consegue desenvolver os setores mais sensíveis da região, como a pecuária e a mineração. “Aqui no Pará, que vai sediar a COP 30, é um mal exemplo para essas Ongs, pois o estado está conseguindo desenvolver a economia e ganhar alguima autonomia, já tem pecuária, mineração, vaca”, disse.  

Sobre o Fundo Amazônia, criado pelo Governo Federal, administrado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e que tem por finalidade captar e aplicar recursos não reembolsáveis em ações de prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento e de promoção da conservação e do uso sustentável da Amazônia Legal, o ex-ministro acusou as Ongs de mandarem na destinação dos recursos. 

“Foi criado pelo governo brasileiro, mas é mandado pelas Ongs. Ong não deveria receber dinheiro do fundo, o Estado consegue resolver suas questões, elaborar seus projetos, desenvolver. Quando eles não podem impedir projetos, reduzem sua eficiência. A Amazônia é alvo de disputa antes de se chamar assim, e agora não é diferente. Países que nem tem floresta, mandando em nossos recursos, desestabilizando nosso mercado, impedindo o desenvolvimento por medo de nosso desenvolvimento”, disse, criticando o Ministério do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Ibama, Ministério dos Povos Indígenas, Funai.  

“São agentes da imobilização da Amazônia. Como alguém pode dizer que defende o desenvolvimento da Amazônia e permite esse bloqueio? Não considero alguns integrantes desse atual governo como agentes do governo brasileiro, considero como administradores coloniais a serviço de interesses internacionais. Julgo pela prática, por aquilo que a pessoa faz, e não do que ela diz”, disse. 

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