Bolsonaro processa hacker 'Vermelho' por calúnia sobre supostos grampos no STF

Delgatti também alega que o então presidente lhe ofereceu a assinatura de um indulto

O Liberal
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O ex-chefe de Estado Jair Bolsonaro (PL) apresentou uma queixa-crime contra o hacker Walter Delgatti, conhecido como "Vermelho", alegando difamação. O processo está em andamento no 3º Juizado Especial Criminal de Brasília.

A defesa de Bolsonaro alega que o hacker proferiu informações falsas ao acusá-lo de envolvimento na interceptação das comunicações do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), durante seu testemunho na CPI do 8 de Janeiro.

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Delgatti: Bolsonaro "mencionou a existência de uma gravação envolvendo o ministro Moraes"

De acordo com as palavras de Delgatti perante a comissão parlamentar, o presidente fez contato e, no decorrer dessa comunicação, mencionou a existência de uma gravação envolvendo o ministro Moraes. Segundo o próprio Bolsonaro, disse o hacker, "as conversas do ministro continham conteúdo comprometedor, e eles queriam que eu assumisse a responsabilidade pela autoria desse grampo".

O advogado Paulo Amador da Cunha Bueno, representante do ex-presidente, sustenta que a acusação é infundada e infligiu danos à reputação de Bolsonaro. O jurista enfatiza que a gravidade da conduta é acentuada devido à sua ampla disseminação na internet e na mídia.

"O grupo legal que representa o presidente Bolsonaro está profundamente incomodado com as declarações falsas, irresponsáveis e evidentemente direcionadas do senhor Delgatti. Assim sendo, decidiram de forma justificável entrar com uma denúncia por calúnia", declara o advogado.

Delgatti também alega que Bolsonaro lhe ofereceu a assinatura de um indulto caso ele conseguisse penetrar nos sistemas das urnas eletrônicas. O hacker alega ter tido um encontro com o então presidente no Palácio do Planalto para discutir a invasão. Além disso, ele manifestou disposição para um confronto de versões com Bolsonaro na CPI. Em uma entrevista ao Estadão, o ex-presidente afirmou que "se fosse necessário, seria feito", mas questionou a credibilidade de uma acareação baseada apenas nas palavras do hacker. Bolsonaro acrescentou: "Ele é um estelionatário habitual."

Walter Delgatti ficou notório por hackear os dispositivos da equipe da operação Lava Jato e do então juiz Sergio Moro, ação que ficou conhecida como Vaza Jato. Ele foi condenado a uma pena de 20 anos de prisão por essa infração.

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