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Maus-tratos a animais: Pará registra 453 boletins de ocorrência em 2023

Este ano, 54 casos já foram denunciados, diz Divisão Especializada de Meio Ambiente e Proteção Animal (Demapa)

Eduardo Rocha
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O Pará registrou 453 boletins de ocorrência de maus-tratos contra animais domésticos e silvestres em 2023. Este ano, os casos já denunciados até quinta-feira, 22, correspondem a 11,9% deste total (54 em números exatos). Os dados são da Divisão Especializada de Meio ambiente e Proteção Animal (Demapa). Ter um animal sob a responsabilidade de uma pessoa deveria ser sinônimo de afeto e cuidados, porém, na prática, os dados revelam que, muitas vezes, não é isso que acontece. 

Para prevenir e combater casos de maus-tratos a animais, a Demapa realiza fiscalização em locais variados, orientando os tutores para que possam se adaptar aos cuidados necessàrios a cada animal. A Divisão também desenvolve um trabalho educativo, com palestras de conscientização e importância do cuidado e bem-estar dos animais. 

Existem várias formas de maus-tratos aos animais, como pontua a Demapa. Nesse caso, trata-se de negligência dolosa, abuso físico, falta de cuidados médicos, abandono, exploração em trabalhos forçados e outros. Esses tipos de comportamento são prejudiciais e contra a ética de tratamento justo aos animais. A penalidade aplicada nessas situações abrange a reclusão de 2 a 5 anos, multa e proibição de guarda, segundo a lei nº 14.064. de 29 de setembro de 2020. Casos de maus tratos a animais podem ser denunciados na sede da Demapa e pelo Disque-Denúncia nº 181. 

Em Belém, já está funcionando a Secretaria Municipal de Proteção e Defesa Animal (Sepda). O  objetivo da gestão municipal é centralizar em um único espaço institucional todas as políticas municipais direcionadas à proteção e defesa dos animais, como as de mobilidade, de proteção (interagindo com a Secretaria de Segurança Pública e a Guarda Municipal) em ações conjuntas de combate aos maus tratos e outros delitos, além de saúde, de educação e outros serviços.

Afetividade

Em contraponto aos maus-tratos impetrados contra animais, Belém também registra histórias de enfrentamento a esse problema, como a da biomédica e lojista Jéssica Barata, moradora do bairro de Canudos, que nos dois últimos anos resgatou dez cachorros vítimas desse tipo de situação. "Em geral, esses animais foram encontrados em estado cadavérico, desidratados, com fome e chorando", conta Jéssica. 

Após receber a denúncia de maus-tratos, quase sempre por meio das redes sociais, Jéssica providencia o resgate do animal, leva-o para uma clínica, onde são feitos exames e curativos, e, em seguida, ele fica em uma espaço específico perto casa dela. Jéssica Barata cria seis cachorros, todos resgatados em via pública.

"A pessoa que age dessa forma, maltratando os animais, tem uma atitude desumana com eles, não entende os animais, não têm amor ao animal", enfatiza Jéssica. Ela informa que recebe várias denúncias nesse sentido, com fotos e vídeos, nas redes sociais. "Falta uma lei mais severa para impedir que muitas pessoas façam isso com os animais", acrescenta. 

Vida nova

Em novembro de 2023, Jéssica e grupo de apoio, além de policiais, resgataram, no município de Ananindeua, na Grande Belém, uma cadela que estava abandonada em uma casa. A cachorrinha encontrava-se bem debilitada. No entanto, naquele mesmo mês, a partir da divulgação do caso por Jéssica, uma família acabou adotando o animal. 

"Nós queríamos um outro cachorro para fazer companhia ao nosso, o Bartô (Bartolomeu, resgatado de situação de maus tratos) e, então, soubemos do caso da cadela, e adotamos a nossa Kurama Maria", revela a publicitária e professora universitária Mariana Menezes. Ela e o marido, o educador físico João Bosco Moutinho, se condoeram da situação da cachorra que ao ser encontrada em abandono pesava 3,5 quilos e hoje tem 11,9 quilos, além do afeto dos donos, no bairro do Jurunas. Kurama Maria (referência à personagem raposa de nove caudas de Naruto) tem agora nove meses de idade e uma vida nova pela frente.

 

 

 

 

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