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Embarcação onde corpos foram encontrados no Pará chega a Belém

O barco já chegou na capital paraense e se encontra na Base Naval de Val de Cães

Saul Anjos

A embarcação encontrada à deriva em Bragança, litoral paraense, onde oito corpos estavam e um outro próximo a ela, no último final de semana, foi trazida a Belém, nesta quarta-feira (17), em uma carreta. Na última segunda-feira (15), o barco tinha sido encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Bragança, onde já foi periciado, junto com os objetos localizados nele. Agora, o barco se encontra na Base Naval de Val de Cães, na capital paraense, para ser periciada por técnicos da Capitania dos Portos da Amazônia Oriental (CPAOR), para o Inquérito sobre Acidentes e Fatos da Navegação (IAFN), já instaurado pela CPAOR.

Em nota, a Capitania dos Portos explicou que o objetivo da perícia é "buscar indícios que esclareçam as causas do acidente". Serão analisados, ainda, elementos que indiquem a origem da embarcação.

A Marinha do Brasil coloca à disposição do cidadão os telefones do Disque Emergências Marítimas e Fluviais (185) e da CPAOR, (91) 3218-3950 ou (91) 98134-3000, para receber informações a respeito de qualquer situação que possa afetar a salvaguarda da vida humana no mar e vias navegáveis, a segurança da navegação, ou que represente risco de poluição ao meio hídrico.

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A perícia feita na embarcação aponta que algumas das vítimas estavam acompanhadas de documentos da Mauritânia e do Mali, países africanos

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Em entrevista, o superintendente da Polícia Federal no Pará, José Roberto Peres, declarou que foram coletadas várias informações sobre casos semelhantes para que fosse montada uma linha de investigação

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Uma das etapas é realizar um levantamento de todos os corpos e elaborar um checklist com as informações fornecidas por outros países sobre os desaparecidos

Identificação dos corpos é feita em Belém

Na tarde de terça (16), os nove corpos das vítimas localizadas na Baía do Maraú chegaram ao IML de Belém, transportados em um caminhão frigorífico, para serem periciados e identificados pelas autoridades. A expectativa das autoridades é de que esse trabalho, realizado pela Polícia Federal, em conjunto com a Polícia Científica do Pará (PCEPA), dure até o fim desta semana. 

De acordo com a PF, documentos e objetos encontrados junto aos corpos apontam que as vítimas eram migrantes do continente africano, da região da Mauritânia e Mali, "não sendo possível descartar a existência de pessoas de outras nacionalidades".

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Essa é uma das principais linhas de investigação das autoridades policiais, como informou o superintendente da Polícia Federal no Pará, José Roberto Peres

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A análise preliminar de documentos encontrados também indica que a embarcação partiu após o dia 17 de janeiro

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A informação foi detalhada pelo superintendente da Polícia Federal no Pará, José Roberto Peres, nesta terça-feira (16).

O barco, fabricado com fibra de vidro e com cerca de 13 metros de comprimento, foi encontrado sem motores ou quaisquer sistemas de propulsão e direção, ainda segundo a Marinha do Brasil. Além disso, não apresenta sinais de danos estruturais, indicando não ter passado por naufrágio.  

Ao menos 25 pessoas estavam na embarcação. Esse é o número de capas de chuva (23 verdes idênticas e duas amarelas) que estavam no barco, de acordo com a perícia da Polícia Federal.

A análise preliminar de documentos encontrados também indica que a embarcação partiu após o dia 17 de janeiro deste ano.

Investigações do MPF

Ainda no sábado (13), data da localização da embarcação, o Ministério Público Federal (MPF) informou que abrirá duas investigações para apurar o caso.

O procurador-chefe do MPF no Pará, Felipe de Moura Palha, determinou a abertura de investigação na área criminal e de investigação na área cível, que será realizada pela Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão, órgão do MPF para a defesa de direitos humanos.

Uma investigação criminal foca em eventuais crimes cometidos e na responsabilização penal de autores. A investigação cível concentra-se em questões de interesse público e na proteção de direitos que não necessariamente envolvem crimes.

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