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​Corpo de torcedor do Remo morto após Re-Pa será enterrado nesta terça (9), em Belém

O velório está sendo realizado na Capela Mortuária dos Capuchinhos, no Guamá

O Liberal
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O corpo do torcedor remista Paulo Alexandre Silva, de 30 anos, será enterrado nesta terça-feira (9), às 10h, no Cemitério São Jorge, do bairro da Marambaia, em Belém. O velório está sendo realizado na Capela Mortuária dos Capuchinhos, no Guamá. Paulo foi atingido por um tiro no pescoço na noite do último domingo (7), na área do estacionamento do Estádio Mangueirão, após uma briga entre torcedores do Remo. Ele morreu na hora. O suspeito de ser o autor do disparo que atingiu o torcedor é um policial militar da reserva que, segundo a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Pará (Segup), ainda não foi localizado.

“A Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Pará (Segup) informa que o autor dos disparos ocorridos durante a briga de torcedores após a partida entre Remo e Paysandu, foi identificado como um Policial Militar da reserva que não atua mais nas ações e estava presente no estádio. Todas as medidas cabíveis estão sendo adotadas para a captura e responsabilização do investigado”, comunicou a Segup.

Ainda segundo o órgão, “as investigações e buscas continuam sendo realizadas por equipes da Delegacia do Torcedor para esclarecer as circunstâncias da ocorrência, efetuar a prisão e apreensão da arma utilizada pa​ra perícia”.

‘Quero justiça’, diz a mãe de Paulo Alexandre

Na noite desta segunda, a reportagem de O Liberal esteve na Capela dos Capuchinhos, mas não conseguiu falar com nenhum familiar de Paulo Alexandre. Eles estavam bastante abalados e preferiram não se manifestar sobre o caso. Pela manhã, em entrevista à TV Liberal, a mãe do jovem pediu justiça para o caso.

“Sempre foi em todos os jogos. Ele amava o Clube do Remo, como eu também. A gente gostava muito. Estou inconformada com o que aconteceu com meu filho. E, até agora, não estou vendo nada acontecendo. Não vejo prender esse cara. Eu quero que encontre, porque eu quero justiça”, Tereza Cardoso, mãe de Paulo Alexandre.

Advogado debocha da morte de torcedor

Logo após a morte de Paulo Alexandre, o advogado Marcos José da Silva Negrão usou as redes sociais para debochar do caso. Em uma publicação, Marcos riu da situação e foi criticado por outros internautas. “Procura uma igreja, mano. Isso é demoníaco, cara. Deus tenha misericórdia de ti”, escreveu uma pessoa no X, antigo Twitter. Marcos respondeu: “Tu vai ser o próximo. Vamos te achar”, ameaçou.

OAB-PA repudia atitude de advogado

Por meio da nota, a Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Pará informou na noite desta segunda-feira (8) que “repudia totalmente as manifestações do advogado Marcos José da Silva Negrão, que proferiu mensagens ofensivas, preconceituosas e ameaças contra torcedores por meio de seu perfil em uma rede social, além de utilizar tom de deboche ao se referir à morte de Paulo Alexandre Dias (30 anos), torcedor do Clube do Remo, ocorrida no estacionamento do Estádio Mangueirão, em Belém, na noite do último domingo, 07 de abril”.

“A OAB-PA não coaduna com a postura deplorável do advogado inscrito nos quadros da instituição. De ofício, o presidente da seccional paraense, Eduardo Imbiriba, irá encaminhar uma representação contra o referido profissional junto ao Tribunal de Ética e Disciplina da OAB-PA (TED), de maneira que seja instaurado um processo ético-disciplinar”, assegurou a OAB-PA.

“Neste ensejo, a OAB-PA lamenta profundamente a morte do torcedor do Clube do Remo - que ocorreu logo após o clássico Re-Pa, e presta solidariedade aos familiares da vítima. Paralelamente, nossa instituição manifesta irrestrito repúdio a qualquer violência praticada nas dependências e imediações de praças esportivas paraenses e brasileiras. Crimes dessa natureza precisam ser apurados com o rigor necessário e exemplarmente punidos pelas autoridades competentes”.

Ainda segundo a Ordem, “a rivalidade entre Clube do Remo e Paysandu é uma das maiores da história do nosso futebol. Contudo, tal grandeza e proporção deve permanecer apenas nas quatro linhas. Não podemos mais tolerar cenas de barbárie entre torcedores. Competições esportivas representam espaços de lazer e entretenimento, não de horror”.

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