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Cidade mais violenta da Amazônia fica no Pará, aponta Fórum Brasileiro de Segurança Pública

Trata-se de Floresta do Araguaia, município com 17,8 mil moradores e taxa de 128,6 homicídios a cada cem mil habitantes

O Liberal Digital

A cidade mais violenta da Amazônia Legal fica no sul do Pará - Floresta do Araguaia, município com 17,8 mil moradores, com taxa de 128,6 homicídios a cada cem mil habitantes. O dado é referente ao período de 2020 a 2022, parte do levantamento “Cartografias da Violência na Amazônia”, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Além disso, das 10 cidades mais violentas da Amazônia Legal, outras cinco estão no Pará: Cumaru do Norte (2° lugar), Mocajuba (5º), Аnapú (6°), Novo Progresso (7º) e Abel Figueiredo (9º). As informações são do G1. 

Amazônia Legal é uma área delimitada em 1953 por lei federal com o objetivo de criar políticas para o desenvolvimento socioeconômico da região. É formada por nove estados: Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e por parte do Maranhão, num total de 772 municípios. Floresta do Araguaia fica às margens do rio Araguaia, fazendo fronteira com o estado do Tocantins. A economia do município é bastante relacionada a pecuária, agricultura e mineração. Na região há uma terra indígena e assentamentos rurais, que contabilizam ao menos 13 conflitos fundiários e agrários, com procedimentos extrajudiciais em tramitação em 2020, segundo o FBSP. O estudo aponta ainda que a região de Redenção, onde o município de Floresta do Araguaia se localiza, é objeto de disputas de fazendeiros que atuam com criação de gado e madeireiros.

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Estatísticas

Os dados levam em consideração os registros de quatro crimes: homicídio doloso, latrocínio, lesão corporal seguida de morte e mortes em decorrência de intervenção policial. No caso da cidade Cumaru do Norte, que fica ao longo da rodovia PA-287, é um município que abriga áreas protegidas como a Terra Indígena Kayapó e “possui uma lógica de ocupação territorial que impôs degradação da natureza, sobretudo pelo desmatamento”, aponta o estudo. A taxa na cidade é de 128,5 mortes a cada cem mil habitantes.

Dentro da área indígena há o garimpo Maria Bonita, onde muitos assassinatos foram registrados nos últimos anos. Documentos da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) apontam que o garimpo ilegal está na ativa desde os anos 1980. Em junho de 2023, uma operação da Polícia Federal fechou seis garimpos ilegais na cidade. À época, foram resgatados 24 trabalhadores em situação semelhante à escravidão. Outro ponto levantado pelo estudo do FBSP é que em Cumaru do Norte há disputa de facções criminosas, o “que tem ampliado os registros de homicídios, tanto por confronto quanto por punição de integrantes dos ‘'tribunais do crime’”.

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Já em Mocajuba, com taxa de 108,0 mortes a cada cem mil moradores, o FBSP aponta aumento significativo de homicídios, inclusive com casos de execução e confrontos com policiais, marcado pela chegada também de facção criminosa ligada ao tráfico de drogas. Outra cidade que aparece no ranking é Anapu (com taxa de 100,0) nas margens da rodovia BR-230, a Transamazônica, marcada por conflitos fundiários e assassinatos de lideranças ligadas à questão fundiária, grilagem de terras e extração ilegal da madeira. além da “pistolagem”.

O estudo também cita Novo Progresso (99,9), que figura entre entre os municípios mais desmatadores da Amazônia; e Abel Figueiredo (99,5), com muitos homicídios ligados à questão fundiária e exploração ilegal da madeira.

Ranking

As 10 cidades mais violentas da Amazônia Legal, seis estão no Pará:

1 Floresta do Araguaia (PA)

2 Cumarudo Norte (PA)

3 Aripuanā (MT)

4 Alto Paraguai(MT)

5 Mocajuba(PA)

6. Anapu(PA)

7. Novo Progresso(PA)

8. São José do Rio Claro (MT)

9. Abel Figueiredo(PA)

10. Nova Maringá (MT)

Esclarecimento

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Pará (Segup) informou que em 2023, de janeiro a novembro, houve redução de 14,30% nos Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI) - homicídio, latrocínio e lesão corporal seguida de morte - em todo o Pará, se comparado ao mesmo período de 2022, que registrou respectivamente, 1.894 e 2.210. Os resultados apontam o compromisso do estado com ações efetivas, que destaca o Pará, ficando acima da meta anual de redução de Crimes CVLI proposta pelo Ministério da Segurança Pública para os Estados brasileiros, que é de menos 3,5%. A capital, em 2022, de janeiro a dezembro, obteve redução de 68,39% em comparação com 2018, que teve 911 registros, sendo menos 646 em números absolutos. Houve ainda redução de 20% no número de roubos no período de janeiro a novembro de 2023, comparado ao mesmo período em 2022. O número de ocorrências diminuiu 10.118 em números absolutos entre 2023 e 2022.

A Segup pontua ainda que nos bairros de Belém contemplados pelo programa Territórios pela Paz (TerPaz) houve redução de 79,4% em CVLI ao comparar os anos de 2018 e 2022. Para garantir maior sensação de segurança à população o Governo do Estado investiu no incremento de mais de 3 mil viaturas no Estado do Pará, mais de 8.500 agentes de segurança pública ingressos na forças de segurança e com concursos em andamento, além da ampliação de tecnologias como o videomonitoramento e ampliação dos canais de denúncia 181 e 190.

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