Região Norte registrou o maior números de novos casos de câncer de colo de útero em 2022

Sespa informa que a incidência de casos de câncer de colo de útero no Estado se deve ainda à baixa oferta do exame preventivo e da baixa cobertura vacinal para HPV 

Bruna Lima
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O câncer do colo do útero é o terceiro mais frequente entre a população feminina do país. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o maior número de casos novos, em 2022, ocorreu na região Norte, onde a taxa de incidência, ajustada pela população mundial, foi de 16,7 casos novos a cada 100 mil mulheres. A Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa) confirma que, no Estado, apenas em 2022 foram registrados 919 casos de câncer de cólo do útero sendo que de janeiro a setembro foram 720 registros. Já em 2023, até o momento, foram 480 os casos da doença. Segundo avalia a Sespa, a incidência de casos de câncer de cólo de útero no Estado se deve à baixa oferta do Exame Preventivo (PPCCU) e da baixa cobertura vacinal para HPV realizadas na Rede de Atenção Básica dos municípios.

Para reverter esse quadro, o governo do Estado diz que a Sespa vem trabalhando para capacitar profissionais, assim como estimular a vacinação e, ainda, na realização de campanhas, como o Outubro Rosa e o Março Lilás, para prevenção e diagnósticos precoces.

“Para o tratamento, a Sespa esclarece que o atendimento dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) inicia nas unidades da Atenção Primária de Saúde e, conforme necessidade, com encaminhamento para o diagnóstico com biópsias, que pode ser realizado nas policlínicas. Para tratamento com cirurgia, radioterapia ou quimioterapia, estão disponíveis pela rede pública estadual o Hospital Ophir Loyola (HOL), Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo, Hospital Regional Castanhal (HRPC), Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA) e Hospital Regional de Tucuruí (HRT)”, detalha a Sespa. Segundo aponta o governo dio Pará, atualmente, o Estado possui 50 mamógrafos e 23 serviços de diagnóstico mamário, distribuídos nas 12 regiões de saúde, onde as usuárias podem realizar consultas com mastologistas, ultrassom e mamografia e biópsias de mama.

Depois da região norte, a segunda maior taxa foi a do Nordeste, de 13,85/100 mil. Ainda de acordo com o instituto, a estimativa é de 17 mil novas ocorrências em 2023, atrás apenas do câncer de mama e do câncer de cólon e reto, com mais de 73 mil e 23 mil novos casos estimados. No entanto, os novos casos e as mortes por câncer do colo do útero ocorrem de maneira desigual entre as diferentes regiões do Brasil. 

Os dados de mortalidade geral por câncer de 2020, disponibilizados pelo instituto, mostram o do colo do útero como a primeira causa de óbito oncológico entre mulheres no Norte (15,7%), a terceira no Nordeste (8,2%) e no Centro-Oeste (7,6%), a quinta no Sul (4,8%) e a sexta no Sudeste (4,3%).

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A menor incidência registrada no país foi a da região Sudeste, com taxa de 8,57/100 mil, pouco mais da metade do que foi observado na região Norte. No Centro-Oeste, a incidência de novos casos foi de 11,09/100 mil e no Sul de 9,77/100 mil.

A maioria dos casos são atribuídos à infecção prévia pelo papilomavírus humano (HPV), segundo a OPAS/OMS (Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde). O contato com o vírus também pode levar ao desenvolvimento de outros tipos de câncer, como de vagina, vulva, pênis, ânus e orofaringe (garganta), além de verrugas genitais.

No Brasil, o exame preventivo citopatológico (papanicolau), disponível no SUS, é usado para descobrir, ainda em estágios iniciais, mudanças nas células cervicais que podem evoluir para um câncer.

O preventivo é oferecido pelo sistema público de saúde e indicado para mulheres entre 25 e 64 anos, que já tenham tido relação sexual. Após dois exames anuais negativos, a recomendação é que o intervalo entre os exames seja de três anos.

De acordo com dados da Pesquisa Nacional de Saúde, de 2019, as maiores porcentagens de mulheres que nunca realizaram o exame estão no Nordeste (8,6%), no Norte (8,5%) e no Centro-Oeste (7%). Já o Sudeste e o Sul tiveram as menores taxas, ambos com 4,5%.

A atual rede estadual de hospitais para o tratamento da doença é formada por:

- Hospital Regional Público do Marajó;

- Hospital Regional Público Dr Abelardo Santos;

- Policlínica Especializada do Pará Unidade Marco;

- Hospital Ophir Loyola;

- Santa Casa de Misericórdia do Pará;

- Unidade de Referência Materno Infantil e Adolescente (Uremia);

- Hospital Divina Providência;

- Hospital Regional do Baixo Tocantins;

- Hospital Santa Rosa;

- Hospital Regional Público Materno Infantil de Barcarena;

- Hospital e Maternidade Santo Antônio;

- Hospital Regional Público de Castanhal;

- Hospital Regional Público dos Caetés;

- Hospital Regional do Baixo Amazonas Waldemar Penna;

- Hospital Nove de Abril na Providência de Deus;

- Hospital Regional Público do Tapajós;

- Hospital Regional Público da Transamazônica;

- Hospital Regional Público do Araguaia;

- Hospital Geral de Tailândia;

- Hospital Regional de Tucuruí;

- Policlínica de Tucuruí NATEA.

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