Paxlovid: remédio usado para combater covid-19 já está disponível no Pará

Por enquanto, a indicação é restrita a um público específico, atendendo a critérios definidos; o motivo é o estoque ainda limitado do fármaco

Camila Azevedo
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O medicamento Nirmatrelvir + Ritonavir, popularmente conhecido como Paxlovid e destinado ao tratamento de covid-19, já está disponível na rede pública de saúde do Pará. Os 55.200 comprimidos chegaram recentemente, repassados pelo Ministério da Saúde. As doses, que possuem critérios específicos de aplicação, foram distribuídas aos 13 Centros Regionais de Saúde e seguiram para divisão municipal. O remédio é visto por especialistas como uma esperança, além de ser considerado uma excelente oportunidade de contenção de casos e proteção da população.

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O Paxlovid tem eficácia científica comprovada em casos leves e moderados da covid-19. Ele atua na fase inicial da doença, chamada de viremia, para evitar que o vírus seja multiplicado na corrente sanguínea do hospedeiro. O objetivo do remédio, então, é reduzir a presença de microrganismos no sistema imunológico (carga viral), evitando maior evento inflamatório em consequência. Dessa forma, a aplicação do remédio é indicada para ser feita logo nos primeiros cinco dias de sintomas, sendo necessário o diagnóstico comprovado.

Qual o público-alvo do Paxlovid no Pará? 

No primeiro momento, enquanto o estoque de medicamento ainda é limitado, o Paxlovid terá um público específico: pessoas com algum grau de imunodeficiência, com comorbidades e enfermos de idade igual ou superior a 65 anos. O infectologista Alessandre Beltrão explica que a medida elenca os grupos mais condicionados a ter a forma grave da doença. “[Eles] ainda hoje encabeçam a lista de pessoas que precisam de internação e correm risco de morte. As outras, por enquanto, ainda não são privilegiadas para usar de forma gratuita disponível no SUS”, diz.

Junto a isso, é necessário que o paciente não esteja precisando de suporte de oxigênio. Dentro do cenário paraense, que tem 860.218 casos confirmados de coronavírus e 18.945 óbitos, o medicamento é visto como uma grande oportunidade. “E é uma esperança que se dá às pessoas mais vulneráveis, que têm mais idade, fazem tratamento de quimio ou radioterapia, que, por essa razão, são alvos mais fáceis, com mais possibilidade de ter a doença de forma grave. A gente consegue reduzir o número de mortes pela covid-19. Vai nos trazer um benefício muito grande”, ressalta o médico. 

Casos de covid-19 estão em estabilidade no Pará, aponta infectologista

Alessandre destaca, ainda, que o estado está apresentando tendência de estabilidade, embora o país, nas últimas quatro semanas, tenha sentido um aumento no número de casos. “Mas, o Pará está estável. Inclusive agora, no momento, realmente a gente percebe que de cada 10 pacientes que eu peço teste, quase 10 estão negativos. Existem outros vírus que estão acontecendo, outros vírus respiratórios, que estão provocando síndromes, mas a covid-19 está com tendência de queda”, pondera.

Festas de final de ano podem causar repique de casos

Apesar da estabilidade nos diagnósticos positivos de coronavírus, a previsão do infectologista é que a primeira e a segunda semana de janeiro tenham números em crescimento. Porém, sem o risco de uma nova onda. “O que temos que levar em consideração é que a maioria das pessoas estão com o esquema vacinal completo. No Brasil, mais de 89% já tomaram a primeira dose, mas a dose de reforço precisam tomar, fora que muitas pessoas já tiveram a doença e isso faz com que o sistema imunológico esteja mais atuante. Então, o vírus não vai encontrar espaço para se multiplicar”, finaliza.

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