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Pará não corre risco de abalo sísmico, afirma geólogo

Após o Acre registrar o maior tremor de terra da história do Brasil, no último sábado (20), a reportagem repercutiu o caso com o geólogo Amilcar Carvalho Mendes, do Museu Paraense Emílio Goeldi

Bruna Lima
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A Região Norte, registrou, neste sábado (20), o maior tremor de terra da história do Brasil, de acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos. Com 6,6 graus na Escala Richter, o abalo sísmico ocorreu às 18h31 no horário de Brasília, 16h31 no horário local.

A reportagem repercutiu o fenômeno com o geólogo Amilcar Carvalho Mendes, do Museu Paraense Emílio Goeldi, que explicou que a localização do tremor no Acre, no último sábado, fica próximo ao Peru, uma zona ativa do ponto de vista sísmico, onde ocorre encontro de placas e registra tremores com alguma frequência, sendo algumas poucos perceptíveis pela sensibilidade humana. Tudo depende da profundidade que atinge.

O geólogo explica que os estados brasileiros que estão situados a oeste, sobretudo o Acre e Roraima, são os mais propensos a passar por essas ocorrências de abalos sísmicos, pois estão na fronteira com a Cordilheira dos Andes, uma zona sísmica ativa. “Se for buscar na rede sismográfica, a gente vai encontrar vários tremores nessa região. Essa liberação de energia geodinâmica, um fenômeno geológico de choque de placas que reativam falhas geológicas e provocam esses termores”, explica o geólogo paraense.

O Pará não está situado em uma zona sísmica ativa. Está situado em uma zona de divergências de placas, onde elas se afastam. “Elas se deslocam em sentido oposto, ao contrário da região onde está localizado o Acre, que se choca com a face dos Andes. No caso do Pará, não temos que nos preocupar com essa ocorrência de terremoto”, explica Amilcar

Terremotos com profundidades baixas causam estragos e são perceptíveis à sensibilidade humana. Nesse caso do Acre, que apesar de ser um tremor com escala considerável, ele não foi perceptível pela sua profundidade. “E isso é causado por falhas geológicas desse toque de placas”, completa o geólogo.

Existe uma rede de sismógrafos mundial, a qual o Brasil é signatário, que faz o monitoramento dos tremores. “De fato um tremor com essa magnitude, com acima de 6 quilômetros de profundidade pode ser considerado o maior do país, pois realmente eu não recordo de outro que tenha tido uma profundidade maior”, destaca.

A diferença entre os terremotos está na profundidade, pois quanto mais profundo menos perceptível é. E quanto mais próximo da superfície, maior é o estrago, pois geralmente ocorre abalo de estruturas de prédios.

“Em termos mais didáticos é preciso reforçar que os estados brasileiros da região amazônica não tem essa potencialidade, apenas os estados mais a oeste, por estarem em fronteira na Cordilheira dos Andes”, reforça Amilcar.

A ocorrência

O Serviço Geológico dos Estados Unidos informou que o terremoto ocorreu próximo a Tarauacá, no Acre, as coordenadas exatas do tremor apontam para uma área isolada em Ipixuna, no Amazonas.

A intensidade também foi medida em 6,6 graus na Escala Richter, mas o órgão apontou profundidade maior, de 630 quilômetros. Ainda não foi informado sobre registro de danos. Isso porque o abalo ocorreu a 614,5 quilômetros de profundidade, o que permite a dissipação da energia. Um tremor nessa profundidade dificilmente é sentido pela população.

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Pará
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