Pará lidera ranking nacional de insegurança alimentar; Norte e Nordeste são as regiões mais críticas

Em todo o Brasil, um em cada quatro domicílios brasileiros apresentou algum grau de insegurança alimentar em 2023, aponta a PNAD Contínua

Eduardo Rocha
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Um em cada quatro domicílios brasileiros apresentou algum grau de insegurança alimentar em 2023, ou seja, um quarto dos cidadãos não sabiam se teriam comida suficiente ou adequada na mesa. No mesmo ano, o Pará liderou o ranking dos estados com restrição no acesso à alimentação adequada, e as regiões Norte e Nordeste tiveram proporções de domicílios com insegurança alimentar moderada ou grave bem superiores às outras regiões. Os dados são da pesquisa PNAD Contínua Segurança Alimentar, divulgados nesta quinta-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).

"Em 2023, o Pará foi o estado que apresentou a maior proporção de domicílios com insegurança alimentar moderada ou grave (20,3%), um em cada cinco domicílios, com Sergipe (18,7%) e Amapá (18,6%) em seguida. No sentido oposto, Santa Catarina (3,1%), Paraná (4,8%), Espírito Santo (5,1%) e Rondônia (5,1%) tiveram os menores percentuais. No âmbito nacional, 9,4% dos domicílios estavam em insegurança alimentar moderada ou grave", repassa o IBGE. 

Na análise sobre as regiões do país, o IBGE identificou que Norte e Nordeste tiveram proporções de domicílios com insegurança alimentar moderada ou grave bem superiores às outras regiões em 2023: 16% no Norte; 14,8% no Nordeste; 7,9% no Centro-Oeste; 6,7% no Sudeste; 4,7% no Sul. Outro dado importante: as duas regiões registraram as menores proporções quanto à segurança alimentar: 83,4% no Sul; 77% no Sudeste; 75,7% no Centro-Oeste; 61,2% no Nordeste; 60,3% no Norte.

Alimentação

Pelo que informa o Instituto, no total, cerca 64,1 milhões de pessoas no país viviam nesses domicílios, sendo que 11,9 milhões deles enfrentavam uma situação ainda mais dramática e outros 8,6 milhões beiravam a fome.
Embora os números sejam alarmantes, a quantidade de lares com segurança alimentar aumentou nos últimos anos. De acordo com o estudo, em 2023, 72,4% dos domicílios no Brasil estavam em segurança alimentar, correspondendo a 151,9 milhões de brasileiros. Na pesquisa anterior, realizada no biênio 2017-2018, eram 63,3% dos lares. 

Esse índice de 2023, na quinta série de resultados produzida pelo IBGE, é o segundo melhor para a segurança alimentar, atrás apenas de 2013, quando 77,4% dos domicílios tinham acesso a uma alimentação de qualidade. Os motivos para essa melhora, segundo avaliação do Instituto, estão relacionados a fatores como investimento em programas sociais, recuperação econômica e preço dos alimentos.

A insegurança alimentar pode ser classificada em três niveis, segundo o IBGE. Insegurança alimentar leve: falta de qualidade nos alimentos e uma certa preocupação ou incerteza quanto o acesso aos alimentos no futuro; Insegurança alimentar moderada: falta de qualidade e uma redução na quantidade de alimentos entre os adultos; Insegurança alimentar grave: falta de qualidade e redução na quantidade de alimentos também entre as crianças. Os técnicos do Instituto observam que, nessa situação, pessoas em um mesmo lar enfrentam a fome. Em outro extremo, a segurança alimentar é classificada como o acesso pleno e regular aos alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais.

Desafio nos lares

No recorte do IBGE sobre os 27,6% dos domicílios com algum grau de insegurança alimentar, constata-se a predominância do tipo leve. Assim, 18,2% dos domicílios apresentam insegurança alimentar leve; 5,3% apresentam a do tipo moderada e 4,1% a do tipo grave.

Na análise por faixa etária, os técnicos do IBGE verificaram que 37,4% das crianças com até 4 anos viviam em domicílios com algum tipo de insegurança alimentar: 26,6% delas em lares com insegurança alimentar leve, 6,3% com insegurança alimentar moderada, e outros 4,5% com insegurança grave. Na faixa etária entre 5 e 17 anos, esse número é um pouco menor: 36,6%. Entre 18 e 49 anos, o percentual foi de 29%, enquanto o grupo de 50 a 64 anos registrou 26,8%.

A menor proporção de pessoas vivendo sob algum tipo de insegurança alimentar estava na faixa etária acima de 65 anos – 20,9%. Ao todo, cerca de 2,8% dos idosos com mais de 65 anos tiveram insegurança alimentar grave no período da pesquisa.

 

 

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