Maré alta provoca erosão em vila de Maracanã no Pará

Segundo os moradores da região, o deslizamento já é um problema antigo e, em época de chuvas fortes, o problema se torna ainda mais crítico

Gabriel Pires
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A alta das marés na vila do 40 do Mocooca, em Maracanã, região do nordeste paraense, provocou o desbarrancamento de uma área de orla na rua Geraldo Manso Palmeira na última segunda-feira (11). Segundo os moradores da região, o deslizamento já é um problema antigo e, em época de chuvas fortes — como é observado nos últimos dias em todo o Pará —, se torna ainda mais crítico.  Em vídeo enviado à Redação Integrada de O Liberal, as imagens mostram o rastro de destruição causado pela erosão. No registro, é possível observar que parte do asfalto foi destruído e que a beirada da calçada às margens da orla ficou parcialmente atingida.

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A situação é ainda mais preocupante porque o desabamento ocorre perto de diversas casas, colocando em risco a vida dos moradores, conforme relatos da comunidade local. Ainda segundo os moradores, diversos estabelecimentos e, até mesmo, unidades de saúde ficam localizadas nas áreas que são atingidas pelo deslizamento. Muitas pessoas, que já sofreram com o sinistro, temem, mais uma vez, em perder as casas onde moram.

Há cerca de 5 anos, também conforme os relatos dos moradores, a erosão estava a cerca de 20 metros de diversas casas no perímetro. Atualmente, algumas casas estão aproximadamente a menos de 10 metros longe da área de desbarrancamento. Para quem mora no local, o perigo iminente de um novo desbarrancamento preocupa a todos.  O avanço do problema já é crônico na região. 

Morador da região, o servidor público Júlio Modesto pontua que a erosão é constante na região e que já causou inúmeros prejuízos à população. Algumas pessoas já precisaram abandonar a própria casa devido à destruição. "O desabamento acontece já há vários anos, porém desde 2019 isso é do conhecimento do MPF [Ministério Público Federal] e das autoridades estaduais. E é causado sempre pelas marés altas. Mais de 30 moradores já tiveram suas casas levados pela erosão", relata. 

Mosqueiro

Na última segunda-feira (11), moradores da ilha de Mosqueiro, distrito de Belém, também sofreram com a alta das marés. Na praia do Murubira, o volume da água avançou e tomou boa parte da rua nas proximidades da praia. E ainda, as consequências causadas pela erosão também tem sido uma realidade na ilha. Uma das áreas mais afetadas é a praia do Paraíso, como constatado pela reportagem em janeiro deste ano. A situação também é preocupante na praia do Marahú. Ambas as praias são bastante procuradas pelos banhistas.

Por conta disso, a Prefeitura de Belém está elaborando um relatório detalhado e atualizado para sinalizar os pontos de riscos de erosão e deslizamentos de encostas nas ilhas de Outeiro, Cotijuba e Mosqueiro. O intuito desse estudo é decretar situação de emergência nos pontos identificados no documento, para viabilizar a adoção de medidas preventivas contra possíveis desabamentos e acidentes ocasionados pelo deslizamento de encostas. A reportagem soliciou um posicionamento à prefeitura de Belém sobre o caso.

Em nota enviada nesta terça, a Comissão Municipal de Defesa Civil (Comdec) informou que "até o momento [terça-feira], não foi acionada por nenhum órgão de segurança pública, nem pela população, sobre ocorrências geradas pela maré alta, nesta segunda-feira, 11, nas praias do Marahu, Murubira e Paraíso localizadas na ilha de Mosqueiro, região distrital de Belém"

"A Defesa Civil de Belém fará uma vistoria nas praias citadas na tarde desta terça-feira, 12, para apurar a situação nas localidades após o fenômeno natural e verificar se os moradores e comerciantes das áreas necessitam de assistência do órgão municipal", finaliza a nota.

Posicionamento

Em nota, o Ministério Público Federal (MPF) esclareceu que, ainda em 2019, publicou recomendação sobre a questão do deslizamento em Maracanã. "A partir das informações levantadas pelo MPF nessa investigação, o órgão tem promovido uma série de cobranças a órgãos públicos para a tomada de medidas necessárias", detalha a nota.

"Atualmente a instituição está analisando informações requisitadas à prefeitura no final do ano passado para avaliar se há ou não a necessidade de expedição de nova recomendação sobre o tema ou propositura de ação judicial contra a União, o Estado e o Município", completa a nota do MPF.

A Redação Integrada de O Liberal também solicitou um posicionamento ao Governo do Estado, à Defesa Civil Estadual e à Prefeitura de Maracanã para detalharem quais ações ou soluções são planejadas para conter o avanço do problema no município. A reportagem aguarda retorno.  

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