Manto, terço e corda usados no Círio de Santarém são apresentados em celebração eucarística

O manto, o terço e a corda que farão parte do Círio 2022 de Santarém foram apresentados na noite desta terça-feira (1ª), durante celebração na Igreja Metropolitana da cidade, presidida por Dom Irineu Roman. Os símbolos de fé estarão presentes juntos da imagem de Nossa Senhora da Conceição ao longo de toda a tradicional procissão.

O manto foi idealizado a partir do tema “Maria Imaculada, ensina-nos a caminhar em comunhão com a Igreja”. A produção artística é de Felipe Branco e a confecção ficou por conta da estilista Terezinha Xabregas. Os detalhes predominantes na cor marfim são referentes a aparições da Mãe de Deus em Lourdes.

Paula Piazza, advogada, é a doadora do manto. Ela apresentou um testemunho por meio do edital lançado no início de 2022 para a escolha dos benfeitores. Durante o momento, foi compartilhada a história de graças alcançadas pela intercessão de Nossa Senhora: a primeira, o nascimento da sua tão querida e amada filha; a segunda, a cura de um câncer. 

Detalhes

Ao centro do Manto, em dourado e cravejado ricamente com pedras, pérolas e cristais azuis, está a cruz paroquial no frontão da Catedral de Santarém, presente também no brasão da Paróquia. 

O manto tem detalhes que fazem referência a aparições de Nossa Senhora (Divulgação / Liege Costa)

Do lado direito da cruz brota o rio que banha a circunscrição eclesiástica da Arquidiocese e logo se espalha pela parte inferior, inundando completamente a orla do manto na cor azul hortênsia. As flores em tons de rosa e lilás confeccionadas em bordado de vidrilhos e miçangas espalhadas pelo rio lembram a aparição em Lourdes, bem como as graças derramadas que motivaram a doação desta bela peça. 

No barrado do manto, uma renda branca rica em pérolas e vidrilhos que pontualmente resgatam os tons de lilás, conferem realeza e elegância à veste da Rainha do Tapajós.
O véu em tule com acabamento em renda e cristais totalmente brancos expressa a pureza da Virgem Maria. As mangas ornadas também em renda símile do manto destacam o punho azul hortênsia que harmonizam com a também azul pintura da veste interna da imagem de Nossa Senhora da Conceição.

O terço

Doado por Graça Malheiros, que também apresentou seu testemunho no edital lançado no início de 2022, o terço foi também foi apresentado na celebração. Ele irá ornar a imagem de Maria, sendo idealizado para complementar o manto. 

As contas, na cor champanhe, foram confeccionadas em cristal com proteção de brilho permanente. Os contra pinos fabricados em latão são banhados em ouro e crucifixo, bem como o arremate “Salve Rainha” feito em argamatos banhados também em ouro. 

O crucifixo carrega incrustadas pedras de strass na cor champanhe e a “Salve Rainha” exibe o Sagrado Coração de Jesus emoldurado por um esplendor de vinte raios, “símbolo gritante do amor de Deus por nós”.

Corda do Círio

Nesta edição do Círio, a imagem da padroeira será conduzida de forma tradicional pelas ruas da cidade. A Diretoria da Festa, entretanto, adquiriu uma nova corda que marcará, simbolicamente, a união e a devoção dos fiéis que, caminhando com Maria, mantenham seus corações voltados para a comunhão, participação e missão, que serão vivenciadas em nosso Sínodo Arquidiocesano.

Desde o ano de 1919 já existia a corda no Círio, cuja função prática era puxar a Berlinda pelas ruas de Santarém que, naquele tempo, não possuíam nenhum tipo de calçamento. Contudo, no ano de 1926, foi suprimido o uso da “corda” e da “berlinda”, devendo o povo conduzir a imagem de Nossa Senhora da Conceição em um andor, carregado sobre os ombros.

O uso da corda retornou no ano de 1971, quando o Sr. Edenmar da Costa Machado recuperou este símbolo no Círio de Santarém. A corda é, também, um instrumento de devoção dos fiéis que conduzem a corda, que, por meio deste sacrifício, se sentem unidos não somente entre si, como irmãos na fé, mas também unidos à pessoa de Maria, Mãe de Jesus, Esposa de José.