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Infectologista explica principais diferenças entre a novo coronavírus, o Sars-Cov-2, e a covid-19

Estar com o novo vírus não significa que a pessoa tem a doença

Cleide Magalhães

Para algumas pessoas, o novo coronavírus e a covid-19 são as mesmas coisas. Isso pode ser natural, já que o vírus é novo e nem a própria ciência ainda o desvendou o bastante. Mas, na verdade, já é possível saber que existem diferenças. Uma das principais delas é que estar com o novo coronavírus não significa que a pessoa tem a covid-19. A infectologista Helena Brígido, vice-presidente da Sociedade Paraense de Infectologia (SPI), explica que o vírus é o novo coronavírus (Síndrome Respiratória Aguda Grave - Sars-Cov-2) e que covid-19 é a doença. 

"Desde o início de fevereiro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) passou a chamar oficialmente a doença causada pelo novo coronavírus de covid-19. Covid significa Corona Virus Disease (Doença do Coronavírus), enquanto '19' se refere a 2019, quando os primeiros casos em Wuhan, na China, na Ásia, foram divulgados publicamente pelo governo chinês, no final de dezembro se 2019. A denominação é importante para evitar casos de xenofobia e preconceito, além de confusões com outras doenças", esclarece.

Outro ponto importante de diferença que há entre ambos é que estar com o novo coronavírus, o Sars-Cov2, não significa que a pessoa tem a covid-19. "Quem está assintomático tem apenas o vírus sem ter a doença. Mas quem tem a doença tem o vírus. Fazendo paralelo com o HIV (vírus que ocasiona a Aids), uma pessoa pode ser assintomática para o vírus ou já ter desenvolvido a Aids, que é a doença causada pelo vírus. Portanto, testar e ter o exame positivo para o novo coronavírus não significa que a pessoa desenvolveu a doença covid-19", reitera a infectologista e docente da Universidade Federal do Pará (UFPA). 

Porém, ela pondera que em ambas as situações - de estar com o novo coronavírus e ter a doença covid-19, há transmissibilidade do agente etiológico. "E o o risco dessa transmissão do agente etiológico é que a infecção pelo novo coronavírus tem um risco de transmissão para duas a cinco pessoas", alerta a médica. 

O agente etiológico é capaz de desencadear os sinais e os sintomas de uma patologia. Isso quer dizer que ele é o organismo causador da doença. Na covid-19, o agente etiológico é o novo coronavírus, o Sars-Cov-2. Normalmente, o causador precisa de um vetor para proliferar a doença. O vetor pode ser animado ou inanimado. 

Estudos científicos já apontam que os jovens e as crianças ainda são menos afetadas pelo novo coronavírus por razões ainda desconhecidas pelos cientistas, mas são igualmente infectadas e transmissores da doença. Isso ajuda explicar inclusive o fechamento de escolas em vários países, como no Brasil, no Pará e em Belém, desde a segunda semana de março. "É possível que as crianças tenham tido outras infecções por outros coronavírus. Talvez tenha uma imunidade parcial", afirma Helena Brígido.   

A infectologista explica também que em 80% dos casos a pessoa está com o vírus, porém não apresenta a doença. "Qualquer pessoa pode ter o novo coronavírus e não manifestar a covid-19 em nenhum momento. Isso significa dizer que qualquer um de nós pode ter o vírus e não sabe, porém está transmitindo. Daí é importância de uso de máscaras continuamente e o distanciamento social, de no mínimo 1,5 metros, de acordo como orientação da OMS", alerta a docente da UFPA. 

Ainda segundo ela, entre três a quatro semanas, é o tempo possível de a pessoa estar com o vírus. E, ao longo de todo esse tempo, é transmissor. "Depois o vírus diminui a multiplicação, regride o quantitativo, e a pessoa passa a não ter mais o vírus. Ao mesmo tempo, uma pessoa que não tem sintomas pode ter entre dois a 14 dias. E, nesse período assintomático, estará transmitindo a doença. E continuará transmitindo até não ter mais sintomas", atenta. 

image De acordo com a infectologista, qualquer pessoa pode ser portadora do vírus e não manifestar a doença (REUTERS / Thomas Peter)

De acordo com estudos científicos, o Sars-Cov2 tem três cepas diferentes identificadas: A, B e C. "No geral, o tipo A é o encontrado na China. O tipo B foi o mais encontrado no Canadá, México, França, Estados unidos, Alemanha, Itália, Austrália. O tipo C foi encontrado na França, Itália, Suécia, Inglaterra, Brasil". 

Uma dúvida que também ainda paira para muitas pessoas sobre o tema: quem teve o vírus e/ou a doença fica imune?. "Quem tem o vírus pode ter nova infecção, então, a infecção pelo novo coronavírus não gera imunidade total, ou seja proteção total. Não há relatos se essas novas infecções podem causar uma infecção mais leve, com ou sem doença desenvolvida", esclarece a infectologista Helena Brígido. 

SINTOMAS

O Ministério da Saúde destaca que os sinais e sintomas do coronavírus são principalmente respiratórios, semelhantes a um resfriado. Podem, também, causar infecção do trato respiratório inferior, como as pneumonias. No entanto, o coronavírus (Sars-CoV-2) ainda precisa de mais estudos e investigações para caracterizar melhor os sinais e sintomas da doença. Os principais são sintomas conhecidos até o momento são febre, tosse e dificuldade para respirar.

TRANSMISSÃO

Como o coronavírus é um vírus novo, portanto, o que se tem em relação a vacinas e medicamentos ainda é muito preliminar, é importante a população ajudar na prevenção da doença. As informações disponíveis sugerem que o principal modo de transmissão do Sars-Cov-2 entre seres humanos é semelhante ao da gripe. Ou seja, a transmissão ocorre de uma pessoa para outra através de gotículas eliminadas através da tosse ou do espirro.  

CUIDADOS 

Para a população em geral, as orientações da infectologista são de isolamento social e a higiene pessoal e do ambiente em que mora ou trabalha. Se precisar sair nas ruas, é fundamental o uso de máscara (pode ser de tecido); uso de álcool gel em 70% para higienizar as mãos; não levar as mãos no rosto, em especial nos olhos, no nariz e na boca; manter a lavagem de mãos com sabão adequadamente, por 20 segundos, garantindo a higiene; não tossir na direção de uma pessoa e evitar aglomerações. 

ATENDIMENTO

O Sindicato dos Médicos do Pará (Sindmepa) recomenda que, se a pessoa tem tosse, falta de ar, desconforto respiratório, dores musculares, dificuldade para andar e e febre, com 38 e 38.5 graus. Se tiver esses sintomas, pode ir para um hospital para buscar ser examinado pelo médico, que vai orientar se vai ficar ou não em observação. Se for só uma tosse e febre de 37 ou 37.5 graus, é melhor ficar em casa, é mais seguro e observando e, caso evolua, buscar médico. 

Porém, caso haja pelo menos quatro desses sintomas, é importante buscar os Pronto Atendimentos, como as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), de preferência, e as Unidades de Saúde, as que fazem Urgência e Emergência, e os Pronto Socorros. 

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