Dia de São Francisco de Assis é lembrado em clima de ataques à natureza e queimadas

Padroeiro do animais e da ecologia, ele dizia: amar a natureza é amar o criador

Eduardo Rocha
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Neste 4 de outubro é lembrado o Dia de São Francisco de Assis, considerado o Padroeiro da Ecologia. Fiel seguidor de Jesus Cristo, nascido em Assis (Itália), em 1182, ele deixou um legado de amor à natureza: aos se amar as criaturas ama-se o Criador. No momento em que a Floresta Amazônica e o Pantanal ardem com as queimadas e outras áreas verdes no mundo são depredadas, o ensinamento ecológico de Francisco de Assis alerta as gerações de que os humanos estão conectados indissoluvelmente com os outros seres na Terra.

“Francisco aprendeu a louvar o Criador através das criaturas e dar a cada uma delas a sua devida importância na criação. Às vezes as crianças nos questionam, dizendo: “Padre: para que servem as moscas? Pra que servem os pernilongos? Pra que servem as aranhas? Não têm a compreensão de que cada criatura de Deus tem uma função específica na natureza, e que se uma determinada espécie fosse eliminada poderia causar um desequilíbrio ecológico enorme”, observa frei Arilson Uchôa, da Paróquia de São Francisco de Assis (Capuchinhos), em Belém.

Frei Arilson destaca que Francisco de Assis apreciava todas as obras do Deus e criou o “Cântico das Criaturas”, no qual, ao abordar o Irmão Sol e a Irmã Lua e outros elementos da natureza, louvava a Deus e explicitava a função da cada um deles no mundo.

“São Francisco pode nos ensinar a sabedoria de conviver numa harmonia com os outros seres criados por Deus, superando assim uma visão utilitarista e mercantilista. Um novo olhar sobre o meio ambiente na espiritualidade de São Francisco se faz necessário para fundamentar novas atitudes e novas políticas e estimular ações concretas para salvar nosso planeta”, enfatiza frei Arilson.

image Amar as criaturas é mar Deus, dizia São Francisco (Thiago Gomes / O Liberal)

Desrespeito


“Se você não faz a experiência de Deus como Criador, logo você não respeitará suas criaturas, e é por isso que encontramos: falta de proteção da flora e da fauna ameaçada de extinção; maus tratos de animais domésticos e tráfico de animais silvestres; desmatamento indiscriminado e poluição das águas; destruição dos ecossistemas como a Mata Atlântica, os Cerrados, a Caatinga, a Floresta Amazônica e outros”, ressalta o frei. “Nós esquecemos que “tudo está conectado”. O ser humano não está dissociado da Terra ou da natureza; eles são partes de um mesmo todo. Portanto, destruir a natureza equivale a destruir o homem. E destruir o homem, para os católicos, é pecado”, acrescenta.

O papa Francisco aborda, em encíclica, o cuidado da casa comum (Mundo), a partir da invocação de São Francisco, "Louvado sejas, meu Senhor", que, no Cântico das Criaturas, recorda que a Terra é a nossa casa comum: “O nosso corpo é constituído pelos elementos do planeta; o seu ar permite-nos respirar e a sua água vivifica-nos e restaura-nos".

Daí, como o planeta é maltrado, o papa Francisco exorta os cidadãos a uma “conversão ecológica”. No âmago da Encíclica, como salienta frei Arilson, o papa interroga: “Que tipo de mundo queremos deixar a quem vai suceder-nos, às crianças que estão acrescer?”.

“O Santo Padre salienta a importância da Amazônia para a vida no planeta e afirma que “para cuidar da Amazônia, é bom conjugar a sabedoria ancestral com os conhecimentos técnicos contemporâneos, mas procurando sempre intervir no território de forma sustentável, preservando ao mesmo tempo o estilo de vida e os sistemas de valores dos habitantes”, enfatiza frei Arilson Uchôa. “Não somos meros beneficiários da natureza, das plantas e animais, mas devemos cuidar, zelar como grandes guardiões dessa grande bênção de Deus”.

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