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El Niño ainda não influencia as chuvas na Grande Belém, diz Inmet

Fenômeno deve causar tempo mais quente e seco na região Norte a partir do fim de agosto

Camila Guimarães
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O Centro de Previsão Climática da Administração Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA) publicou, na última semana, que o fenômeno El Niño vem se fortalecendo gradualmente. No Brasil, ele aumenta o risco de seca na faixa norte das regiões Norte e Nordeste e de grandes volumes de chuva no Sul. Na Grande Belém, até este mês, o fenômeno ainda não influenciou significativamente o padrão de chuvas, diz especialista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

O meteorologista José Raimundo Souza, do 2º Distrito Meteorológico do Inmet, em Belém, explica que o El Niño é caracterizado pelo aquecimento das águas do Oceano Pacífico desde a costa do Peru e Equador até a Austrália. Ele costuma acontecer em um ciclo de dois a sete anos e, de fato, é responsável pela diminuição das chuvas na região Norte e Nordeste do país, no entanto, no Pará, seus efeitos ainda serão percebidos.

"O fenômeno já começou lá em fevereiro, março, deste ano, quando as águas do Pacífico já estavam se aquecendo, mas, até o momento, não impactou na média de chuvas aqui na Região Metropolitana. Aqui, o efeito do El Niño deve começar a ser significativo a partir do fim de agosto, até novembro, que são nossos meses mais secos", comenta.

Com a intensificação do fenômeno, José Raimundo acredita que o volume de chuvas pode reduzir de 20% a 50% em diferentes pontos das regiões Norte e Nordeste do Brasil, mas que, no Pará, sobretudo na região litorânea, ainda prevalece a influência da evaporação do Oceano Atlântico, o que explica as fortes chuvas que ainda têm caído na região.

"Ele não está afetando o litoral - em cidades como Vigia, Colares, Bragança, Salinas… Porque o fenômeno que está dominando é o do Atlântico, quando ele aquece, há mais evaporação e formação de nuvens e as brisas marítimas trazem essas nuvens para dentro do continente, causando essas chuvas que temos tido à noite", explica. "Para os produtores rurais eu cheguei até a dizer: 'apostem que ainda vai ter chuva no início de julho, mas a partir de agosto, não plantem para não perder dinheiro'", alerta.

O meteorologista ressalva que, no momento, o sul do Pará é que enfrenta um período mais seco, pois tradicionalmente os meses de junho, julho e agosto são os de menor registros de chuva na área. Ele também acrescenta que, de modo geral, o período de ocorrência do El Niño não pode ser calculado, mas ele acredita que possa durar até janeiro de 2024.

"Para o segundo semestre, o paraense pode se preparar para ter temperaturas mais altas. A gente percebe que, quando há uma sequência de dias sem chuva, como já tivemos, a temperatura costuma subir. No mês passado, tivemos um pico de 35.1ºC e pode voltar a ter esse aumento a partir do fim de agosto em diante", alerta.

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