Dia Mundial do Diabetes: hábitos saudáveis são a melhor forma de prevenção, orienta especialista

Em caso de suspeita da doença, diagnóstico e tratamento podem ser realizados em Unidades Básicas de Saúde

Ádria Azevedo | Especial para O Liberal
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Esta terça-feira (14) marca a passagem do Dia Mundial do Diabetes. A data foi criada em 1991 pela Federação Internacional de Diabetes (IDF), junto à Organização Mundial de Saúde, para conscientizar sobre os perigos da doença e estimular a prevenção. O Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), do Ministério da Saúde, informa que houve redução do número de internações pela doença no Pará.

Em relação ao número de internações, 4.852 pessoas no Pará, das quais 2.484 homens e 2.368 mulheres, foram hospitalizadas em decorrência de diabetes, entre janeiro e setembro deste ano. Os números correspondem a uma redução de 6,5% em comparação ao quantitativo de internações no mesmo período de 2022, segundo dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), do Ministério da Saúde.

Nestes dois anos, as faixas etárias mais recorrentes na internação foram: 60 a 69 anos; 50 a 59 anos e 70 a 79 anos. Todas as faixas etárias são atingidas, especialmente mulheres entre 55 e 59 anos, e homens entre 60 e 64 anos.

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O Diabetes é apontado ainda como a segunda comorbidade mais recorrente entre as pessoas que testaram positivo para Covid-19 no Pará, correspondendo a 2,11% do total de casos confirmados – só perdendo para cardiopatas, com 2,73% - segundo dados atualizados até 9 de novembro deste ano.

Em alusão à data, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) - Regional Pará promoverá o evento "Diabetes: saiba seu risco. Construa um futuro saudável", na quarta-feira (15), no Parque do Utinga, em Belém. A programação, que ocorrerá das 7h às 11h, contará com caminhada, aula de fit dance, café da manhã e outras práticas saudáveis. 

A endocrinologista Mayana Barros, médica do Hospital Universitário João de Barros Barreto e membro da diretoria regional da SBEM, explica que o diabetes pode ser uma doença silenciosa. “Quando a pessoa descobre, já pode ter a condição há cerca de seis anos. Quando os sintomas surgem, costumam ser muita sede, boca seca, levantar muitas vezes para urinar, estar com mais apetite e ainda assim perdendo peso de forma inexplicada e intensa”, informa. Ainda de acordo com a profissional, a demora na cicatrização de feridas deve ser motivo de alerta, principalmente se os sintomas presentes forem combinados com fatores de risco, como histórico familiar, tabagismo, sobrepeso e alimentação inadequada.

Como a doença age

O diabetes é caracterizado pela falta de insulina no organismo ou pela incapacidade de a insulina exercer seu efeito no corpo, que é o de controlar o nível de açúcar no sangue. Sem esse controle, as taxas de açúcar ficam elevadas, causando a hiperglicemia, que pode gerar uma série de complicações. É uma doença crônica, que não tem cura, mas que pode ser tratada para que o paciente tenha uma vida saudável.

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As complicações do diabetes podem envolver, de acordo com Mayana Barros, “mudança na temperatura dos membros, dores em membros inferiores, perda de sensibilidade, alteração visual, complicações neurológicas e maior risco de infarto”.

Prevenção

A principal forma de prevenção é a adoção de hábitos saudáveis: ter uma dieta equilibrada, realizar exercícios físicos regularmente, se hidratar bem, manter o peso adequado, não usar tabaco e bebidas alcóolicas. Evitar estresse e só usar medicamentos com prescrição médica também são recomendados. 

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“O diabetes tem um componente genético no seu aparecimento. Ele não surge somente porque a pessoa se alimenta mal ou come muito açúcar. Mas o risco tem uma chance de mudança com algumas medidas de prevenção. Então, se você tem um familiar que tem diabetes e está acima do peso, já pode tomar medidas de prevenção”, orienta a endocrinologista.

Atendimentos

Em Belém, qualquer pessoa com suspeita de diabetes pode procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima de sua casa, realizar o cadastro e solicitar consulta com médico ou enfermeiro, para diagnóstico e possível tratamento da doença. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), a rede municipal realiza o controle periódico de pessoas com diabetes, com consultas regulares e realização de exames laboratoriais, como o de hemoglobina glicada. A assistência nessas unidades envolve a dispensação de medicamentes para tratar a doença.

Quando há complicações, o paciente pode ser encaminhado para serviços especializados em Endocrinologia, como o Hospital Jean Bitar e o Hospital Universitário João de Barros Barreto.

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Números

De acordo com dados do Atlas da Federação Internacional de Diabetes (IDF), o Brasil é o 5º país com o maior número de diabéticos, ficando atrás somente da China, Índia, Estados Unidos e Paquistão. O país tem mais de 16 milhões de casos em pessoas entre 20 e 79 anos. A estimativa da IDF é que o Brasil atingirá o número de 21,5 milhões de diabéticos em 2030. 

Já no Pará, dados do Sistema de Informação da Atenção Básica (Siab) apontam que há, atualmente, 395.079 pessoas diabéticas cadastradas nas UBS dos 144 municípios paraenses.

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