Círio de Mosqueiro: procissão de Nossa Senhora do Ó reúne 10 mil fieis

Única romaria em louvor a santa gestante, a 138º edição da procissão começou às 7h deste domingo (10), com a missa de abertura celebrada pelo Arcebispo de Belém, Dom Alberto Taveira

Igor Wilson

Única romaria em louvor a Nossa Senhora do Ó no Pará, a 138º edição do Círio de Mosqueiro começou às 7h deste domingo (10), com a missa de abertura celebrada pelo Arcebispo de Belém, Dom Alberto Taveira, em frente á Capela do Sagrado Coração, no bairro do Chapéu Virado.

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Diante de milhares de fieis que se preparavam para caminhar os quatro quilometros até a Paróquia Santuário de Nossa Senhora do Ó, padroeira da ilha, Taveira realizou o rito ainda sob a neblina da manhã, que conseguiu esconder o sol por alguns momentos, dando início a procissão que este ano teve como lema 'Maria, a primeira entre os humildes e pobres servos do senhor'.

“Tantas coisas as vezes rompem nossa paz, quantas vezes somos atribulados, passamos turbulências, mas com nossa mãe sabemos que nada há de nos vencer. Ela trás em seu ventre materno a esperança, e a esperança tem um nome e um rosto: Jesus Criato”, disse o bispo, encorajando a procissão a dar os primeiros passos com alegria.

Minutos após o início da procissão, ainda na arborizada avenida 16 de Novembro, o clima nublado se dissipou e o sol surgiu com força máxima, anunciando a todos que seria necessária uma dose extra de fé e perserverança para concluir todo o trajeto. Durante muitos momentos o clima quente fez os quatro quilometros do percurso parecerem 40. Muitos grupos de voluntários distribuíram água em todo o percurso, amenizando a intensidade do calor para muitos fieis, no entanto, muitos optaram por não concluir todo o percurso.

image Legenda (Carmem Helena)

Colocada numa berlinda repleta de rosas e lírios, a imagem de Nossa Senhora do Ó, que se distingue das demais por mostrar a mãe de Jesus Cristo ainda gestante, recebeu muitas homenagens emocionantes durante seu trajeto até o Santuário. Os feirantes do Mercado Municipal do Chapéu Virado foram os primeiros a louvar a padroeira dos católicos de Mosqueiro, seguidos pelo 25º Batalhão da Polícia Militar, diversos comerciantes e, por fim, a Escola de Samba Pele Vermelha, que organizou um lindo batuque para a passagem da santa, com crianças e adultos a tocar e cantar em louvor.

Após aproximadamente 3h de caminhada, a procissão chegou à Paróquia Santuário, onde uma multidão também a aguardava. Segundo a Defesa Civil e a Polícia Militar, o Círio de Mosqueiro reuniu cerca de dez mil pessoas nas ruas do distrito. A santa chegou ao Santuário às 11h15, sendo recebida pelo forte badalar dos sinos da igreja, momento onde foi possível ouvir um breve silêncio na multidão, que aproveitou o final do percurso para reafirmar as preces.

Na Multidão

image Everaldo recebe papel picado de voluntários e todos os anos sobe na mesma árvore para dar mais cores à procissão. (Igor Wilson)

Entre os tantos personagens importantes da procissão, Everaldo dos Santos, trabalhador de um lava-jato na avenida 16 de Novembro, contribuiu para o Círio de Mosqueiro de uma forma quase invisível, mas fundamental para abrilhantar o Círio de Mosqueiro. Escondido na copa de uma das mangueiras da avenida 16 de Novembro, o nativo da ilha lançava papel picado sob a multidão de peregrinos na passagem da santa, expressando seu vínculo com Nossa Senhora do Ó e a preocupação pela preservação das tradições. "Eu sou criado em Mosqueiro, faço isso por ela todos os anos e para manter a tradição, porque se depender dessa nova geração, tudo vai se perdendo", disse.

image Lígia afirma que Nossa Senhora do Ó lhe concedeu uma casa na ilha e todos os anos agradece pela graça. (Carmem Helena)

Lígia Monteiro, aposentada e moradora de Mosqueiro, segurava uma imagem da santa enquanto aguardava sua passagem. Possuindo uma casa na ilha, ela atribui à santa o presente da propriedade, concedido após um pedido fervoroso em sua juventude. Com emoção, Lígia compartilha: "Foi uma das primeiras viagens que fiz, fiquei encantada, com muita vontade de ter um lugar para vir sempre. Pedi a ela, que é a padroeira, e menos de dois anos depois a graça foi concedida, então todo Círio eu venho aqui, nesse mesmo lugar, agradecer", conta.

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