Calor do verão amazônico requer atenção especial aos animais

Entramos em julho oficialmente depois de amanhã. Mês do esperado descanso e da tradicional 'sombra e água fresca', o período também requer cuidados específicos: nessa época é quando se inicia o verão amazônico, temporada que registra as maiores temperaturas do ano. A previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) para o Estado, por exemplo, é que os termômetros cheguem a 37° nesse mês.

Essa alta nas temperaturas faz com que as pessoas geralmente passem a cuidar mais da pele: protetores solares tornam-se os melhores amigos para aguentar as altas radiações. A hidratação também é redobrada. Mas, e os animais? Será que eles também sentem mais calor nesse período? A resposta é positiva, como aponta a veterinária Ana Paula Maués. O mês de julho é um dos mais quentes para os animais e, como os humanos, eles também necessitam de atenção especial no veraneio.

"Para cães e gatos, o ideal é que tenham acesso a ambientes arejados. Existem algumas opções de conforto térmico que podem ser fornecidos aos pets nesses períodos, como os tapetes gelados.  Outra dica muito importante é aumentar os pontos de fornecimento de água pela casa (tigelas de água), pois eles tendem a sentir mais sede. Pode até colocar algumas pedras de gelo na água para ficar mais gelada. Agua de coco para eles também é ótimo" orienta, ressaltando que a água ofertada "não deve ser da torneira, para evitar problemas intestinais".

Espaços ao ar livre são ótima opção para as férias (Fábio Costa)

Aos cães que apresentam pelos mais longos, Ana Paula também indica uma tosa mais baixa nesse período, já que eles são os mais afetados pelo calor. "Quando a gente sente muito calor, não prendemos o cabelo? Pois é! Não temos como fazer o mesmo com eles, mas optar por uma tosa baixa, pensando no conforto e bem-estar do animal, é algo muito importante a ser avaliado, pelo menos nessa época" reforça.

O horário dos passeios dos pets também é fundamental, como indica a veterinária. Segundo ela, deve-se priorizar por passeios ao ar livre nos momentos em que o sol não esteja tão forte, já que, além da intensidade dos raios ultra violeta na pele, o chão fica muito quente, o que pode causar queimadura nas patas. A orientação é no máximo até às 9h pelo turno da manhã e, à tarde, a partir das 17h, sempre considerando as condições do clima no dia.

Estar atento aos horários de passeio é fundamental (Fábio Costa)

PETS EXÓTICOS

Coelhos e roedores também precisam de atenção. Sobre eles, a veterinária diz que o ambiente em que são criados é fundamental. "A questão das correntes de ar é diferente de cães e gatos e isso independe da época do ano. Os coelhos e roedores não podem ter acesso a ambientes onde exista muita corrente de ar, porque são animais com grande susceptibilidade a problemas respiratórios, então a opção para esses pets exóticos é o maior fornecimento e disponibilidade de água. Quanto ao tapete gelado, eles até podem fazer uso, mas deve ser sob supervisão, porque são animais que têm o hábito de roer, logo, podem roer o tapete e isso poderá conferir-lhes riscos à saúde" explica, ao acrescentar que em caso de o animal não se adaptar ao tapete ou querer roer o material, o uso deve ser suspenso imediatamente.

De acordo com Ana Paula, animais que apresentam algum problema de pele precisam de atenção ainda mais especial. Pela pele sensível, o calor e a umidade da nossa região podem prejudicá-los, ao favorecer infecções oportunistas, como ácaros, fungos e bactérias. A dica dela para essa questão é atenção às camas, tapetes, lençóis, brinquedos de pelúcia e toalhas, "para que estejam higienizados e secos". Os tapetes gelados voltam a ser uma recomendação nesses casos, sendo uma boa opção por serem fáceis de higienizar, além de serem impermeáveis e não favorecerem o acúmulo de microrganismos.

SOMBRA E ÁGUA FRESCA

Para os que adoram água, como os cães, as piscinas são ótimas opções no mês de julho. Gatos já não costumam gostar tanto da atividade e para pets exóticos, como coelhos e roedores, não é indicado, já que o ideal são os banhos a seco.

"Cão e piscina são uma combinação maravilhosa nesse período, mas é necessário que o animal esteja sob supervisão" avalia Ana Paula, que indica cuidado com os animais que ficam juntos e seus temperamentos, "para que não haja estresses e possíveis brigas". "Cuidados também com a higienização da piscina, com concentrações de produtos que não sejam tóxicas aos animais, além de cuidados com os orifícios do animal como boca, olhos e principalmente orelhas" completa.

Interação é saudável aos pets (Fábio Costa)

Após o banho, a orientação da veterinária é que eles sejam devidamente secados, "evitando umidade da pele, o que pode causar problemas". Além disso, ela também explica que os banhos de piscina não podem ser todo dia e deve ocorrer em horários em que o sol esteja ameno.

Outra consideração que a profissional faz é sobre as áreas de gramado, locais que os animais costumam adorar. "Os tutores devem certificar de que a área foi tratada e está isenta de carrapatos, pulgas, piolhos e de que os animais também estão devidamente protegidos" orienta, ao ponderar que, em áreas assim, deve-se evitar a presença de plantas que podem ser tóxicas a eles, tanto em contato com a pele, como em uma possível ingestão.

Tutores da Rubia, uma Golden de oito meses, Thyara Presotto e Rodrigo Pinheiro já reconhecem que o lazer favorito da cachorra é justamente a piscina. Apaixonada pela água, ela recebe cuidados especiais para aguentar o forte calor do mês de julho.

Thyara garante que piscina é o local preferido de Rubia (Fábio Costa)

"A gente sempre mantém ela bem hidratada, com água renovada e sempre gelada, e tentamos deixar a casa o mais arejada possível" pontua Thyara, que diz manter o ar condicionado ligado sempre que possível e só passear com ela em horários de sol fraco. "A gente geralmente vai às 6h ou depois das 17h" afirma.

A piscina da casa, porém, é a alternativa preferida de Rubia: "se ela pudesse, ficaria sempre lá, mas ela só entra quando está com a gente e logo depois a secamos completamente”. "Dá um certo trabalho, mas a gente, que ama bicho, faz de tudo para que eles fiquem bem cuidados e felizes" garante.

Outra estratégia que tem dado muito certo com a Rubia são as idas a um resort para cachorros. Localizado na rua Yamada, no bairro do Bengui, o espaço oferece diárias e hospedagens para animais, com opção de piscina, gramado, parque, lago e área refrigerada.

Parque é ambiente de interação dos cachorros (Fábio Costa)

"Ela vai lá duas vezes por semana. Eu costumo brincar que é o paraíso da Rubia, o melhor lugar do mundo para ela" conta, ao pontuar que "nessa época é muito quente e às vezes nem em casa a gente consegue fornecer ventilação para o cachorro".

RESORT PARA CACHORROS É OPÇÃO EM JULHO

Proprietária do espaço, Tatiana Baía diz que resolveu idealizar o ambiente por uma necessidade pessoal. "A gente já tinha um pet shop e os clientes nos cobravam os espaço em que os animais pudessem ficar. Como nós temos três Goldens, cachorros grandes também, eu sempre procurava um local e nunca encontrava, então foi quando começamos a pensar na ideia" lembra.

Comemorando um ano do local no próximo mês de agosto, Tatiana diz que o mês de julho deve ser um dos mais procurados do espaço, em virtude das viagens dos tutores. "Esse é nosso primeiro julho, mas, se formos tirar por dezembro, foi lotado" diz, contando que a "a experiência foi ótima, eles se divertiram e os donos ainda podem acompanhá-los sempre, pois eles têm acesso ao nosso sistema de câmeras 24 horas".

Férias pode ser momento de novas amizades para os animais (Fábio Costa)