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Aos 83 anos, seu Ribamar, ex jogador do Castanhal fala sobre os bons tempos no time

O meia atacante ainda está na ativa e comanda o ‘Celeiro’, time de veteranos de Castanhal

Patrícia Baía
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“Eu nasci chutando a bola desde a barriga da minha mãe”. Esta é fala de um apaixonado por futebol. O seu Ribamar Paixão Costa, filho da cidade modelo, de 83 ano e ex jogador do Castanhal Esporte Clube, o Japiim da estrada, que em setembro deste ano completa 100 anos de fundação. O ex jogador profissional conta com orgulho a sua participação no time do coração, mas que também divide espaço (no coração) com o Paysandu.

“O primeiro que jogou no Castanhal foi meu pai conhecido como Dico Romão, depois meus tios Antônio e Arlindo. Então não tinha como ser diferente e eu e meu irmão Assis passamos a ser também jogadores do Castanhal. A família teve um total de oito jogadores”, contou.

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As recordações dos tempos de Japiim estão pelas paredes da casa onde mora com a esposa. As fotografias cuidadosamente protegidas com uma película de plástico para que o tempo não as destrua. O amarelo é a cor que predomina pela residência, afinal o amarelo e o preto são as cores do Castanhal.

“São minhas lembranças e nem sei quantas fotografias tenho, mas são dos lugares que já viajei, as pessoas que conheci, dos amigos, família e tem até do Garrinha quando ele esteve em Castanhal”, relembrou.

Seu Ribamar entrou no Castanhal no começo da década de 60 e conta que se esforçava para conciliar a carreira no futebol com a de funcionário público da antiga Funasa (Fundação Nacional de Saúde).

“Eu nem consegui treinar e fica sempre na reversa e quando entrava era no decorrer da partida e tinha jogador que ficava com raiva porque eu nunca treinava. Eu também era funcionário da Funasa. Mas foram tempos maravilhosos e nunca esqueço. Quando a gente ia ter jogo importante ganhava também entrada para o cinema e também tinha a o raspa- raspa na saída do jogo. Tempo bom que não volta nunca mais”, recordou.

Mas quem pensa que ele pendurou as chuteiras está enganado. No auge dos seus 83 anos, o meia atacante comanda o time de veteranos Celeiro, que joga duas vezes por semana. As noites de quartas e as manhãs de domingo são sagradas para a turma dos peladeiros.

“Eu entro em campo sempre no segundo tempo. Porque no primeiro tempo estou coordenando e organizando as pessoas que vão chegando e tudo por lá. Mas é algo sagrado para gente. O mais velho sou eu 83, mas tem jogador de 75, 76 e o mais novo acabou de completar 52. E estamos no meio de um campeonato e neste domingo (14) vamos jogar contra um time de veteranos na vila de Americano, em Santa Isabel. Estamos bem preparados”, contou.

O prazer de jogar bola não termina ao final da partida. O melhor ainda pode estar por vir. É a famosa resenha de boleiro que acontece logo após o jogo. Tem bete papo, carne assando na brasa e a uma cervejinha.

“É muito bom. A resenha faz parte do futebol. A gente acaba a bola e vem essa brincadeira legal e eu gosto muito da minha cervejinha. Mas tenho horário para voltar para casa para não chatear a mulher “, disse.

Seu Ribamar é casado há mais de 50 anos com a dona Maria Celes Costa, de 79 anos, com quem teve um filho. Ela conta que sempre o apoiou e que nunca teve ciúmes.

“No começo, ainda quando a gente namorava eu ia para assistir as partidas, mas depois deixei de ir. Eu sempre confiei nele e sei que o futebol é a grande paixão dele. Ele só fala e pensa em futebol”, contou a esposa.

Centenário

De acordo com as pesquisas do jornalista Carlos Ferreira, que está produzindo um documentário especial sobre o centenário do clube, o Castanhal teve origem em Santa Isabel antes mesmo do município modelo ser fundado.

“O clube nasceu quando o lugar ainda era vila Castanhal e fazia parte do território do município de Santa Isabel do Pará. Os moradores daquela época fundaram o Castanhal Futebol Clube e tinha as corres azul e branco que depois mudou para amarelo e preto por causa das cores do japiim que voava da mangueira da estação do trem para a mangueira do campo do Castanhal”, disse Ferreira.

Para seu Ribamar o centenário poderia ser comemorado de forma diferente se o time não tivesse apresentado uma fraca campanha que o deixou sem atividades logo após ter sido eliminado do Campeonato Paraense.

“Infelizmente o Castanhal não consegue mais ter uma boa campanha. Eu já fiz parte da diretoria e infelizmente por uma manobra do atual presidente eu aí. Mas queria muito poder dar um presente ao meu time que seria grandes contratações de jogadores para ter chances de disputar de igual para igual um campeonato”, refletiu.

 

 

 

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