A importância da prática do exercício físico no combate a diabetes

A diabetes mellitus (DM) é, de forma bem simples, a dificuldade ou mesmo a incapacidade do nosso corpo utilizar a glicose como forma de energia dentro das células. Os principais tipos de diabetes mellitus são dois: o DM I e DM II, que apesar de terem sintomas e consequências parecidas no ser humano, possuem causas e cuidados diferentes, inclusive durante a prática de exercício físico.

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A DM tipo I, que está presente em apenas 5% a 10% dos casos, é classificada como uma doença autoimune, pois as células beta pancreáticas que produzem a insulina, um hormônio transportador que leva a glicose até as células, são destruídas por nossas células de defesa (sistema imunológico), causando dependência da utilização desse hormônio, na sua forma sintética, para controle da doenças.

A DM tipo II, é classificada com uma doença metabólica crônica, normalmente associa-se ao excesso de peso, hipertensão, dieta inapropriada, sedentarismo, tabagismo e glicemia aumentada, ou seja, maus hábitos com histórico familiar.

A DM II ao contrário da tipo I, na maioria das vezes, não tem com fator central a falta de insulina, mas sim o seu excesso, que associado a alta quantidade de glicose, cria um ambiente toxico, dentro do nosso corpo, inclusive no cérebro, fazendo com que nossas células não reconheçam mais a insulina (resistência à insulina), bloqueando o processo de captação da glicose para dentro das células.

O exercício tem impacto diferente sobre os dois tipos de diabetes. No portador da DM tipo I, ele terá todos os benefícios decorrentes da prática do exercício, mas com quase nenhum benefício para a melhora do quadro da doença.

 No entanto, os cuidados para esse público precisa ser redobrado, principalmente no que se refere a intensidade do treino, pois o risco de um evento de hiperglicemia é maior para o portador de DM I. O profissional que atende esse público, precisa estar ciente do tipos de insulina e o horário da última administração, assim como, aferir a glicemia antes, durante e depois do treino, principalmente no início ou na mudança de um ciclo de treinamento.

No DM tipo II, o exercício tem impacto de “remédio”, visto que a via que aciona a captação da glicose para dentro das células foi bloqueada pela doença, e o exercício físico é capaz de criar uma via paralela para acionar a captação dessa glicose, ajudando a regular os níveis de glicemia sanguínea.

Porém, mesmo não sendo tão suscetível a um evento de hiperglicemia como no DM I, os níveis glicêmicos precisam ser aferidos principalmente no início do treino, além do monitoramento dos medicamentos de controle glicêmico, visto que níveis muito baixos de glicose podem levá-lo a um estado de hipoglicemia.