79% dos domicílios da região Norte tem acesso à internet, aponta pesquisa

Dados do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação apontam crescimento de quase 4 pontos percentuais, em relação a 2022

Kamila Murakami

A quantidade de lares que possuem acesso à internet na região Norte do Brasil aumentou para 79% este ano, segundo dados da pesquisa “Tic Domicílios 2023”, desenvolvida pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br). No mesmo período, em 2022, o número era de 75,6%.

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Segundo os dados do estudo, divulgado nesta quinta-feira (16), o número de usuários de internet no Brasil retomou o crescimento após dois anos parado. Com a mudança, a quantidade de pessoas desassistidas pelo serviço caiu de 36 milhões em 2022, para 29 milhões este ano.

No Pará, o número de domicílios conectados à internet registrou um aumento de 14,24% nos últimos três anos, enquanto o de moradias sem acesso ao serviço caiu 31,38%. Os dados da nota técnica “Pará Conectado 2023”, elaborada pela Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa).

O aumento na possibilidade de compra dos planos de internet e dos equipamentos para a utilização do serviço são vistas como as principais razões do crescimento de paraenses conectados. O interesse em usar as ferramentas que o recurso digital oferece, a popularização da internet e o avanço na cobertura do sinal nas regiões do estado também são considerados decisivos para a mudança no cenário.

Com a propagação do serviço, a internet passou a fazer parte do cotidiano da população, seja na área educacional, com a ampliação do Ensino à Distância (EAD), ou para atividades mais simples, como: pedir comida em aplicativos de alimentação, fazer compras online ou efetuar um pagamento via pix. A popularização das redes sociais, nas quais os usuários compartilham memórias, experiências e opiniões, também contribui para tornar a ferramenta fundamental no dia a dia.

Embora já muito popular entre as pessoas de 14 a 49 anos de idade, o que se destaca é o uso da internet pela população com mais de 60 anos, que tem ganhado força. A aposentada Raimunda Edite, 62 anos, conta que utiliza a ferramenta diariamente para se comunicar com familiares e que a ferramenta a ajuda a se distrair em casa, por isso passou a utilizar. “Eu uso para fazer ligação, mandar mensagem para os meus filhos e os meus netos. Também gosto muito de assistir vídeos no TikTok e no Kwai”, diz.

Ela lembra que no início se sentiu desafiada, mas logo se adaptou. “O básico, como mandar mensagem e essas coisas assim, até que não foi tão difícil e eu aprendi rápido. Não tive tanta dificuldade. Mas, para comprar online ainda preciso de ajuda”, conclui.

E quem não está conectado?

Um dos fatores que impactam diretamente na utilização ou não do serviço é o custo mensal, tendo em vista que 55% das pessoas que participaram do levantamento “Tic Domicílios 2023” na região Norte informaram que consideram o valor elevado e por isso não contam com a internet em casa.

Além disso, uma parcela de 37% dos entrevistados alegou a ausência da disponibilidade do sinal de internet nas áreas de moradia como razão para a não utilização do recurso. Isso aponta para a exclusão digital ainda presente nas periferias e nas regiões mais afastadas dos centros urbanos, que afeta a rotina de milhares de brasileiros.

Ainda de acordo com o estudo, dos 29 milhões de brasileiros sem acesso à internet, 24 milhões vivem em áreas urbanas; 17 milhões se declararam pretos ou pardos; e 17 milhões pertencem às classes DE.

(*Kamila Murakami, estagiária de jornalismo sob a supervisão de Hamilton Braga, coordenador do núcleo de Política)

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