Relação entre Brasil e Argentina poderá ser testada com eleição de Milei, indica especialista

Eleições presidenciais foram marcadas pela disputa acirrada entre Javier Milei e Sergio Massa

Emilly Melo
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O segundo turno das eleições presidenciais na Argentina teve uma disputa acirrada entre Javier Milei e Sergio Massa. No entanto, após uma intensa campanha eleitoral, as urnas argentinas definiram, neste domingo (19), Javier Milei como novo chefe do Executivo do país. No primeiro turno, Massa ficou na frente com 36,68%, enquanto que Javier Milei ficou com 29,98%.

Para o analista internacional Gustavo Freitas, o resultado da votação poderá interferir na relação do Brasil com o país vizinho, com o qual compartilha forte ligação comercial. A partir de agora, com o comando da Casa Rosada sob responsabilidade de Milei, a expectativa é que a parceria entre os países não seja abalada.

“A Argentina é o principal aliado do Brasil na América Latina, assim como o Brasil é o principal parceiro comercial dos argentinos. Esta é uma relação de longas datas e extremamente importante para a região, portanto, é melhor que se entendam sempre que possível”, aponta o analista.

Em discursos eloquentes, Javier Milei, do partido La Libertad Avanza, tentou um posicionamento menos incisivo durante o segundo turno quanto às ideologias político-partidárias. Entretanto, o candidato manteve os comentários negativos em relação ao presidente Lula (PT).

“Milei, sempre que tem a chance, chama Lula de “ex-presidiário” e “corrupto comunista”, insistindo que não pretende ter relações pessoais com o presidente brasileiro”, indica o analista.

Freitas destaca também que o vínculo político entre Brasil e Argentina são influenciados, sobretudo, pela situação econômica dos países, ou seja, a parceria estratégica é necessária apesar de qualquer resultado. “Um país como a Argentina, no caos em que se encontra, não pode se dar ao luxo de escolher parceiros”, completa Gustavo.

Embora Lula não tenha manifestado publicamente apoio a um dos candidatos argentinos. O presidente brasileiro recebeu Massa em Brasília e enviou assessores para ajudá-lo na campanha, o que gerou acusações por parte de Milei de que isso seria uma forma de interferência.

“Provavelmente o ex-presidente, Maurício Macri, que tem sido conselheiro de Milei, vai se encarregar de fazer Milei entender que a realidade prática é muito mais dura que o discurso eleitoreiro”, explica Gustavo. 

Em contrapartida, o analista destaca a atuação de Massa, governista do partido Unión por la Patria, no cenário político da América Latina e avalia que, apesar de não ser de esquerda, o político possui ideais que se aproximam do progressismo, o que beneficiaria Lula.

Apesar disso, Gustavo Freitas analisa alguns pontos delicados em relação ao Brasil sobre a gestão de Massa se fosse eleito. “Se a situação econômica Argentina se agravar e Massa recorrer à Lula para ajudar o país com empréstimos e investimentos via BNDES. Lula inclusive chegou a falar em investir em gasoduto e construção de pontes na Argentina. Estas medidas, embora populares para um governante argentino, sempre são mal vistas pela população brasileira, que não concorda com o Brasil investindo pesados recursos em outros países”, conclui o analista internacional.

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