'Não se reverte', diz especialista brasileira sobre as mudanças climáticas que afetam o planeta

A especialista relata que o setor de Agropecuária tem papel importante nas mudanças climáticas, assim como outros fatores provocados pelos seres humanos

Carolina Mota

A cientista brasileira Thelma Krug, ex-vice-preidente do Painel Intergovernamental de Mudança Climáticas (IPCC), alertou sobre as principais causas do aquecimento global e sinalizou mudanças que podem acarretar na melhoria da situação climática em que o planeta se encontra.

Em um relatório divulgado em 2021 pelo IPCC, a especialista afirmou que não ter como reverter o processo, mas que algumas ações podem amenizar e reduzir o avanço das mudanças climáticas.

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Conforme consta no documento, o aquecimento global não acabará de forma automática. Conforme a cientista, o oceano continuaria se aquecendo mesmo os países conseguissem atingir as metas de zerar as emissões de gases de efeito estufa ao planeta, no entanto, esta ainda é a única opção para desacelerar.

"Com esse aquecimento e também com a questão do derretimento das geleiras, você está vendo que a elevação do nível do mar vai continuar por centenas, milhares de anos. Ou seja, não, não se reverte. E o que preocupa é que a gente não está vendo nada que nos leve a crer que estamos numa trajetória de querer voltar para um patamar anterior", diz Krug.

Agropecuária tem influência direta com o aquecimento global

A agropecuária tem papel fundamental nas mudanças climáticas, cujo algumas mudança no setor poderiam ajudar no processo de amenização das questões climáticas.

Responsável por 23% das emissões de gases de efeito estufa, a agricultura causaria um menor impacto ambiental caso a produção de carne vermelha diminuísse. Além disso, os processos da agropecuária envolvem o desmatamento e a emissão de metano, gás produzido no processo digestivo de bovinos.

"Futurismo" talvez não ajude como o esperado

A cientista afirmou que talvez as tecnologias não sejam as soluções ideais para as mudanças climáticas. "Eu temo essa ideia de que as tecnologias vão surgir e então 'deixa tudo acontecer agora mesmo, porque depois a tecnologia vai segurar as pontas lá na frente", conta.

Krug diz, ainda, que um dos maiores desafios na desaceleração do aquecimento são os próprios gestores que estão à frente dos processos. "Os países em desenvolvimento têm uma aversão a qualquer tipo de alternativa que não seja aquela da gente buscar uma redução profunda das emissões de gases de efeito estufa", conclui.

Carolina Mota, estagiária sob supervisão de Heloá Canali, coordenadora de Oliberal.com

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